MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS – CAPÍTULO III
– RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL –
III – PERTURBAÇÃO ESPÍRITA –
(Questões:
163 a 165)
“Qualidades morais e virtudes excelsas não
são meras fórmulas verbalistas. São forças vivas. Sem a posse delas, é
impraticável a ascensão do espírito humano”.
(Gúbio, Libertação, pg. 35, FEB, 2014)
Retomando nossas observações acerca de O Livro
dos Espíritos, detemo-nos no tema perturbação
espírita. Em verdade, o Codificador questiona os Espíritos Superiores
quanto à tomada de consciência ou sua ausência após a alma deixar o corpo
físico.
Assim, na obra Libertação, ditada por André Luiz
a Chico Xavier (FEB, 2014, pg. 35), nós encontramos o mentor Gúbio, prestativo,
respondendo ao Espírito Elói acerca da intervenção do Eterno para sanar desarmonias
nos seguintes termos:
“Personalidades
vulgares apegam-se à salvaguarda de recursos exteriores e neles centralizam os
sentimentos mais nobres, prendendo-se a fantasias inúteis... Encarcera-se-lhes,
então, a mente na insegurança, na fragilidade, no pavor. O choque da morte imprime-lhes tremendos conflitos à organização
perispirítica, veículo destinado às suas próprias manifestações no círculo novo
de matéria diferente a que foram arrebatados, e, após perderem abençoados anos
no campo didático da esfera carnal, enredadas em conflitos deploráveis, erram
aflitas, exânimes e revoltadas.”
Noutra obra, também ditada por André Luiz, o
benfeitor Aulus responde ao Espírito Hilário quanto ao mesmo tema:
“Sabemos
que a morte não é milagre. Cada qual
desperta, depois do túmulo, na posição espiritual que procurou para si...” (Nos
Domínios da Mediunidade, FEB, 2014, pg. 149).
Por fim, Emmanuel, na obra que leva o seu nome,
ditada a Chico Xavier, afirma no capítulo denominado Necessidade do Esforço Próprio: “Em desencarnando, não entra o Espírito na posse de poderes absolutos.
A morte significa apenas uma nova modalidade de existência, que continua, sem
milagres e sem saltos”. (Emmanuel, FEB, 2016, pg. 23).
O leitor amigo deve estar questionando qual a
relação destas citações com o tema perturbação
Espírita... Nossa reflexão inicia-se com a resposta dos Espíritos à questão
163, em que, informa-se que os Espíritos ficam perturbados por algum tempo.
Dependendo de sua elevação (questão 164) será a duração maior ou menor para
cada Espírito. É necessária a depuração da alma para que haja o desprendimento
mais rápido da matéria.
Importante lembrar que MORTE é uma coisa e
DESENCARNAÇÃO é outra. Ainda que utilizemos os termos para um mesmo evento. No
entanto, não se trata de inovação,
mas, apenas de compreensão do fato. É que a morte significa a extinção do tônus vital no corpo biológico.
A desencarnação, compreendemos como o desprendimento
dos espíritos daqueles laços que o une à matéria. Nesse caso, faz todo
sentido compreender da lição dos Espíritos que devemos nos depurar para um
desprendimento mais rápido, e que tal depuração decorre da elevação moral do espírito.
Então, naturalmente, que os Espíritos não
possuindo qualidades morais, presos às fantasias inúteis, e, ainda, não tendo a
morte o condão de promover saltos na natureza, haverá um verdadeiro choque que
ocasionará conflitos diversos. Daí decorrendo, portanto, a perturbação espírita após o Espírito deixar o corpo. E, nesse
conflito, o Espírito vendo, ouvindo e pensando não reconhecerá imediatamente
que não mais é contado no mundo dos vivos.
Destarte, quanto mais depurado, mais rápido é o reconhecimento do desprendimento; Quanto mais impura é a consciência (voltada
às paixões de ordem material/carnal), mais tempo conservará a impressão da
matéria. Pensamos que, dentre outras razões, esta também será uma que leva à
obsessão, uma vez que sem o veículo carnal não haverá como o Espírito “saciar”
suas paixões menores.
O Codificador ainda questionou qual é a
influência que o CONHECIMENTO DO ESPIRITISMO exerce sobre o maior ou menor
tempo de perturbação espírita. Os Espíritos concluem que se trata de uma
GRANDE influência, porém, A MAIOR
INFLUÊNCIA É A PRÁTICA DO BEM E A PUREZA DE CONSCIÊNCIA. Não basta
conhecer, tem que praticar.
São esclarecedores os comentários de Allan
Kardec quanto a esse fenômeno. Diz o mestre que no princípio, após a morte,
tudo é confuso, pois, o Espírito sente-se como se tivesse saído de um SONO
PROFUNDO, procurando compreender a situação.
A Lucidez de ideias e as memórias do passado
surgem à medida que a matéria deixa de exercer influência sobre o Espírito.
Por outro lado, a ausência de lucidez assemelha-se a um denso nevoeiro que, aos
poucos, tende a dissipar-se, mas, enquanto o nevoeiro não passa, todos os
pensamentos ficam turvos (confusos).
Esta confusão ou perturbação tem duração
variável entre os Espíritos, podendo durar dias, meses ou anos (lembramos que
André Luiz – Obra Nosso Lar – ficou por 08 anos aproximadamente experimentando
esta confusão mental).
Para que a confusão ou perturbação dure um tempo
menor é necessário que o Espírito tenha identificação com a vida futura, bem
como da própria posição evolutiva (segundo a escala espírita).
A crença religiosa onde o Espírito não reconhece a vida futura, a reencarnação e está preso a dogmas produzidos por uma fé cega, não será uma valiosa amiga para auxiliá-lo nesse processo.
A crença religiosa onde o Espírito não reconhece a vida futura, a reencarnação e está preso a dogmas produzidos por uma fé cega, não será uma valiosa amiga para auxiliá-lo nesse processo.
O caráter do indivíduo e o gênero de morte são
fatores que terão influência na perturbação espírita após a morte. Os tipos de
morte que causam excessiva perturbação são: suicídio, suplício, acidente,
apoplexia, ferimentos e etc.
Quando o indivíduo morre há surpresa e espanto,
pois, não acredita estar morto e sustenta, teimosamente, que não morreu. Busca
pessoas de sua afeição, tenta se comunicar com as mesmas e não compreende
porque não o ouvem. Vê o próprio corpo, sabe que é o próprio corpo, mas, não
compreende porque estão separados. Esse processo durará até a COMPLETA
desmaterialização.
O fato de “SE VER” num corpo semelhante ao que
deixou na Terra, cuja natureza é ETÉREA, o qual ainda não teve tempo de
verificar, JULGA-O sólido e compacto como o físico (que foi deixado após a
morte). Somente quando tem percepção do fato verifica que não pode tocá-lo. Nas
mortes coletivas, por exemplo, os mortos nem sempre se reveem imediatamente;
cada um vai para o seu lado ou só se preocupa com aqueles que lhe interessam.
O Homem de bem não sofre com a morte, tem um
despertar tranquilo; O contrário ocorre com aquele que não possui consciência
pura.
Conclusão
O CONHECIMENTO dos princípios e postulados
espíritas auxiliam em grande parte aqueles espíritos que desencarnam. Porém, a
perturbação espírita terá lugar após a morte, mesmo para estes, tendo em vista
que o fato está atrelado à posição evolutiva de cada um e à pureza ou não de consciência.
Espíritos que tem conhecimento do homem
espiritual, mas, agem como homens
físicos, terão as mesmas senão maiores perturbações, pois, lembrando Jesus:
“muito será pedido àquele que muito tem”.
NÃO BASTA CONHECIMENTO dos princípios e
postulados espíritas, DEVE-SE PRATICÁ-LO. A doutrina espírita não foi
preconizada para espíritas não
praticantes (A bandeira é: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO).
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