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quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

FILOSOFIA ESPÍRITA

Para responder essa pergunta seria necessário um estudo aprofundado da Doutrina Espírita, bem como conhecer a história do Espiritismo e como se concebia ciência no século 19, pois, o Espiritismo não só é FILOSOFIA como classifica-se entre as CIÊNCIAS FILOSÓFICAS. 

Um fato que não é divulgado pelos Espíritas precisa ter o devido registro, face sua importância diante desse tipo de indagação feita no título deste artigo. A primeira obra da Codificação, O Livro dos Espíritos, está estruturada de acordo com os temas e desafios investigados nas demais ciências filosóficas contemporâneas a Kardec. Seu grande mérito está na profundidade e unidade sistêmica das respostas dos Espíritos Superiores sobre as questões fundamentais da humanidade, o que os autores humanos não alcançaram.

Seguindo a “grade curricular” do ensino de filosofia do século 19, O Livro dos Espíritos oferece um conjunto de conteúdos e assuntos equivalentes. Sua divisão observa no Livro Primeiro causas primárias (Deus, alma e matéria), abordando as faculdades da alma (razão e senso moral) separando-as das orgânicas (instinto e paixões). É o mesmo currículo da metafísica geral ou ontologia e da metafísica especial. Os assuntos dos capítulos se referem à teodiceia, a cosmologia e a psicologia racional.

O Livro Segundo, inédito no campo da filosofia, reporta-se ao mundo espiritual, esmiuçado em detalhes pelos Espíritos Superiores, fruto de seu conhecimento: uma verdadeira ciência dos espíritos. Os Livros Terceiro e Quarto vão discorrer sobre a moral conforme as Leis Naturais ou Divinas, cujo desenvolvimento é racional, mas, com a inédita análise experimental pelos ensinamentos dos espíritos. Note bem que:

“[...] o espiritismo, proposto por Kardec como sendo uma nova ciência filosófica, respeita, em sua obra fundadora, a estrutura temática e os desafios a serem vencidos nas demais ciências filosóficas de seu tempo[1]”.



[1] FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Revolução Espírita: a teoria esquecida de Allan Kardec. São Paulo: MAAT, 2016. Pg. 199.


Uberaba - MG, 06 de Janeiro de 2021
Beto Ramos

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

ESPIRITISMO: CIÊNCIA DA OBSERVAÇÃO COM MÉTODO EXPERIMENTAL

Fonte: banco de imagns google/internet (experiências de laboratório)

Talvez uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos Espíritas é afirmar o Espiritismo como ciência. Nos dias atuais não encontramos o mesmo “clima acadêmico” da época de Kardec. Além disto, poucos sabem, verdadeiramente, situar o Espiritismo como ciência no próprio tempo em que viveu o Codificador da Doutrina Espírita.

Nesse sentido, os que buscam afirmar o Espiritismo como ciência, nos dias de hoje, ficam com certas dificuldades quando indagados acerca do caráter materialista da ciência tradicional que exige a prova experimental. Quem poderá responder que o Espiritismo é, rigorosamente, do ponto de vista científico, quanto à sua elaboração, uma ciência experimental?

O estudante, ao pesquisar, irá se deparar com o dilema enfrentado pelos precursores da ideia espírita cujo objeto de investigação é o mesmo da ciência metafísica, um subgrupo das ciências filosóficas que, de acordo com a classificação aceita no período contemporâneo a Kardec, pertencia ao grande grupo das Ciências Morais. Na atualidade não se verifica essa divisão que se perdeu no caminho da “evolução” científica.

Possuir essa informação faz toda a diferença. A dificuldade gira em torno do objeto de pesquisa: Deus, alma, matéria, psicologia racional, cosmologia racional e teologia racional. O Filósofo Paul Janet perguntará: como poderia o absoluto ser estudado de maneira experimental?

A princípio, considera-se ciência as que partem por construção do que “deve ser” e não daquilo que “é na realidade”. O ponto de partida, após a experiência, se conclui em determinado resultado, o que permite conhecer fatos e fenômenos. Ou, ainda, o processo pelo qual há uma ocorrência fortuita e casual quando considerada isoladamente, mas, necessária e inevitável ao ser relacionada às causas que lhe deram origem.

Sendo a metafísica abstrata e ideal, cujo objeto de pesquisa ultrapassa o objeto de investigação da ciência concreta, a priori, não poderia ser o resultado da experiência. Para muitos, é possível que não seja nem mesmo ciência, vez que “não seria possível nem pela razão, nem pela experiência”.

A solução desse problema, primeiramente, ocorreu por meio da aplicação do método reflexivo, isto é, o resultado da pesquisa não seria produto da imaginação, mas, da observação, onde, para além da ideia de concepção das coisas, há verdadeira sensação e percepção.

Mas, Allan Kardec, superou essa teoria e comprovou que os fenômenos espíritas eram passíveis de experimentações materiais. E, o que é mais notável, tais experiências demonstrariam resultados positivos. Até o advento do Espiritismo acreditava-se que o método experimental, aplicado às ciências e responsável pelos seus progressos, era somente aplicado à matéria. Kardec provará que esse método, também, pode ser aplicado às coisas metafísicas.

A grande revolução do conhecimento está no fato de que as ideias metafísicas podem ser observadas e experimentadas. O processo é simples. Os Espíritos comunicam-se por meio dos médiuns e transmitem conhecimento. Esses conhecimentos referem-se ao mundo espiritual. Os Espíritos tratam do ambiente físico em que vivem, das leis naturais que regem esse ambiente e de suas experiências dos fenômenos que lhes ocorrem, os quais são percebidos por meio dos sentidos de seu corpo espiritual.

Estamos diante de dois novos ramos do conhecimento humano:

a) Epistemologia espírita: método fundamentado de Kardec usado para pesquisar e compreender nas manifestações os ensinamentos dos Espíritos;

b) Epistemologia dos Espíritos: teoria do conhecimento do mundo dos espíritos (como os Espíritos descobrem coisas e aprendem).

Temos a experiência na Ciência dos Espíritos e a observação na Ciência Espírita. A partir do surgimento da Doutrina dos Espíritos é possível o ser humano superar a limitação de estudar a natureza somente pelos sentidos e de abordar as questões espirituais somente por meio da reflexão. 

É válido argumentar que o Espiritismo não é produto da imaginação, pois, ultrapassa o problema do método enfrentado pela metafísica como compreendida antes do seu advento. O método reflexivo foi superado. Como todas as demais ciências positivas, ao Espiritismo aplica-se o método experimental.


Uberaba-MG, 04 de Janeiro de 2021.

Beto Ramos


Fonte Bibliográfica:

FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. Revolução Espírita – a teoria esquecida de Allan Kardec. São Paulo – SP: Maat, 2016.


domingo, 27 de dezembro de 2020

TUDO EM DEUS

"Eu nada posso fazer de mim mesmo".

Jo 5:30

Constitui ótimo exercício contra a vaidade pessoal a meditação nos fatores transcendentes que regem os mínimos fenômenos da vida. O homem nada pode sem Deus.

Todos temos visto personalidades que surgem dominadoras no palco  terrestre, afirmando­-se poderosas sem o amparo do Altíssimo; entretanto, a única realização que conseguem efetivamente é a dilatação ilusória pelo sopro do mundo, esvaziando-­se aos primeiros contactos com as verdades divinas.

Quando aparecem, temíveis, esses gigantes de vento espalham ruínas materiais e aflições de espírito; todavia, o mesmo mundo que lhes confere pedestal projeta­-os no abismo do desprezo comum; a mesma multidão que os assopra incumbe-se de repô­-los no lugar que lhes compete.

Os discípulos sinceros não  ignoram que todas as suas possibilidades procedem do Pai amigo e sábio, que as oportunidades de edificação na Terra, com a excelência das paisagens, recursos de cada dia e bênçãos dos seres amados, vieram de Deus que os convida, pelo espírito de serviço, a ministérios mais santos; agirão, desse modo, amando sempre, aproveitando para o bem e esclarecendo para a verdade, retificando caminhos e acendendo novas luzes, porque seus corações reconhecem que nada poderão fazer  de si próprios e honrarão o Pai, entrando em santa cooperação nas suas obras.

Emmanuel

Caminho, Verdade e Vida

Capítulo 101.

sábado, 14 de novembro de 2020

OS SÁBIOS E PRUDENTES PROCURAVAM JESUS À NOITE


 

“Naquele tempo, respondendo, disse Jesus: Graças te dou a ti, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos simples e pequeninos.” (Mt, 11:25).



Os simples e pequeninos de algumas traduções bíblicas como os pobres de Espírito de outras possuem o sentido de humildes. Ao seu turno, sábios e prudentes, que seriam aqueles mais aptos a “entender” mais facilmente, pois, possuiam a ciência.

Todavia, foram os primeiros e não os segundos que compreenderam o propósito do ensino de Jesus, isto é, o seu conteúdo e a sua mensagem (E. S. E., cap. 7, itens 7.8).

O Espiritismo, baseado no ensino dos Espíritos Superiores, indica Jesus como modelo e guia da humanidade terrestre (L.E., Q. 625). Todavia, ter Jesus como modelo e guia importa não envaidecer com o próprio conhecimento, o saber mundano, nem se orgulhar de negar o poder supremo do Criador.

O seguidor de Jesus não trata Deus como igual e nem o rejeita. Recordamos que Allan Kardec ensina: “[...] na antiguidade, sábio era sinônimo de sabichão. Assim, Deus lhes deixa a busca dos segredos da Terra, e revela os do Céu aos humildes que se inclinam perante Ele” (E. S. E., cap. 7, itens 7.8).

O estudioso das escrituras perceberá, no caso do Novo Testamento, ao examinar os Evangelhos, que os sábios que procuraram Jesus, o fizeram à noite. Indagamos por qual motivo e buscaremos tecer considerações a respeito. Nesse sentido, a nossa hipótese: Muitos procuraram a Jesus à noite! Por que não o fizeram de dia?

O dia, no mundo, pensamos, é comparável a ideia de uma claridade que, ao contrário de ser realmente a Luz, na verdade, é o reflexo do egoísmo, vaidade e orgulho humanos. Criamos a aparência de claridade, mas, que não se sustenta, pois, logo essas pretensas luzes se apagam. São efêmeras. Ainda estamos adquirindo conhecimento, que só ocorre no contato com a experiência. Fazemos escolhas ante ao que pensamos ser certo ou errado, justo ou injusto.

Mas, quem é capaz de afirmar que tomou as decisões corretas ante as Leis Divinas? Tornando cada um ao seu tamanho verdadeiro, vendo-se inferiores em razão da pretensa luz que se apagou, veem-se diante da verdade: ao seu redor há uma completa escuridão. É então que procuram Jesus. Durante o dia não o viram em razão do seu orgulho e egoísmo (que cega, ofusca a visão), pois, julgaram-se maiores, imaginaram seu conhecimento maior que o do Criador. Buscaram aplausos humanos.

Por que agora o veem em meio a essa noite tão escura? É que a obscuridade do conhecimento humano é vencida pela Sabedoria do Mestre, cuja Luz brilha intensamente dia e noite. O conhecimento de Jesus não é efêmero. Não é Supremo, mas, sua Sabedoria permite-lhe estar nos segredos de Deus, pois, o vê e o compreende.

Um filósofo da antiguidade disse: “só sei que nada sei”. Sem a soberba humana, certamente, enxergava tão bem de dia quanto de noite.

Desde os tempos mais remotos “a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras; quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3:19-21).

Uberaba-MG, 14 de novembro de 2020.
Beto Ramos

terça-feira, 13 de outubro de 2020

VÓS SOIS A LUZ DO MUNDO!

 

“Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa”. Jesus - (Mateus, 5:14-15)

 

Allan Kardec, ao escrever a Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo, no item I - Objetivo da Obra - irá apontar: "Muitas passagens do Evangelho, da Bíblia, e dos autores sagrados em geral são ininteligíveis, e muitas mesmo parecem absurdas, por falta da chave que nos dê o seu verdadeiro sentido".

O Codificador explicará que essa chave está toda no Espiritismo e que para encontrá-la é preciso estudar seriamente a Doutrina. Além do mais, deixa claro que o Espiritismo se encontra em toda parte, na Antiguidade, e em todas as épocas da humanidade. Em tudo há os seus traços, motivo pelo qual abre horizontes para o futuro ao mesmo tempo em que lança luzes sobre mistérios do passado.

Depois de tratar da Autoridade da Doutrina dos Espíritos, no item III, ainda na Introdução do Evangelho, antes de um pequeno vocabulário, vamos nos deparar com a advertência que nos serve de bússola para a reflexão a seguir:

"Para bem se compreender certas passagens dos Evangelhos, é necessário conhecer o valor de muitas palavras que são frequentemente empregadas nos textos, e que caracterizam o estado DOS COSTUMES E DA SOCIEDADE JUDIA NAQUELA ÉPOCA. Essas palavras não tendo para nós o mesmo sentido, foram quase sempre mal interpretadas, gerando algumas incertezas. A compreensão da sua significação explica também o verdadeiro sentido de certas máximas, que à primeira vista parecem estranhas".

Iniciamos o nosso texto com dois versículos do Capítulo 5 do Evangelho de Mateus que reporta às mensagens proferidas por Jesus no seu famoso Sermão do Monte.

Segundo os estudiosos as figuras masculinas e femininas estão presentes e em perfeito equilíbrio no ministério de Jesus. Vinte séculos após o primeiro, não nos causa surpresa a equiparação dos gêneros, afinal de contas, recordando a Constituição Federal (aqui do Brasil), no seu 5º artigo, todos são iguais perante a lei e não é permitida discriminação de qualquer natureza.

Contudo, não era assim no primeiro século. Para a cultura judaica causou perplexidade e surpresa o discurso de Jesus onde ele faz uso de exemplos do mundo dos homens e do mundo das mulheres. Naquela cultura o status da mulher era diferente do que é hoje na maior parte do mundo civilizado. Além do mais, o publico de Jesus era, na sua maioria, constituído de Fariseus e Escribas. Seria uma ofensa de Jesus aos homens que constituíam a maioria de seu público?

O Livro dos Espíritos, nas Leis Morais, traz várias respostas dos Espíritos Codificadores sobre a Lei de Igualdade (recorde que o trabalho dessa plêiade de Espíritos foi presidido pelo Espírito de Verdade). Jesus trazia, já naquela época, há dois mil anos, toda sorte de exemplos que induziam aquela cultura a refletir sobre o papel e a importância de cada indivíduo no tecido social. Era assim com homens e com mulheres.

No Sermão do Monte, ao exclamar a famosa frase: "Vós sois a luz do mundo", em verdade não é um dito direcionado aos homens ou aos discípulos tão somente. Isto seria apequenar a lição do Mestre. Na verdade, se considerarmos a cultura da época, eram os homens que construíam as cidades. Mas, há outra imagem que está ilustrada na mensagem de Jesus. Recorde-se que naquela sociedade judaica eram as mulheres quem tinham a tarefa de promover a manutenção da casa, como, por exemplo, o preparo de alimentos, mas, havia outra que não pode ser esquecida: as candeias (lamparinas ou lâmpadas) proviam a ILUMINAÇÃO DA CASA e essa era uma tarefa das mulheres: manter a luz acesa. Até hoje, para aquela cultura, essa ainda é tarefa da mulher (acendem velas no Shabat).

Considere toda a tecnologia usada pelos homens para as suntuosas construções e não se esqueçam que cada um deles teve sua inteligência iluminada por uma mulher, no seu lar, sendo essa a representação da importância de todos os indivíduos encarnados na Terra, sem distinção. Recorde, ainda, que LUZ, nas escrituras, significa: ESCLARECIMENTO.

Jesus já mostrava a igualdade e a importância dos indivíduos desde as primeiras palavras do Seu Ministério.

Estude e Viva.

Uberaba - MG, 13 de Outubro de 2020.

Beto Ramos.

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...