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terça-feira, 19 de janeiro de 2021

A BÍBLIA E O ESPIRITISMO


Quando estudamos os capítulos 1 e 2 do Livro de Gênesis da Bíblia, partindo do texto contido naquela porção inicial denominada Torá, ou o conjunto de 05 livros da Bíblia Hebraica, vamos encontrar duas menções distintas a respeito de Adão ou Adam, pronúncia transliterada do hebraico (a seguir somente p.t.h), que significa ser humano, homem, cuja raiz da palavra advém de adama (p.t.h.), que significa terra, país.

Antes de seguir em frente vamos compartilhar algumas informações. No hebraico bíblico, no texto original, são usadas algumas palavras que fazem todo o sentido para uma interpretação mais condizente com uma fé racional, enquanto que a ausência desse conhecimento induz o intérprete a permanecer preso a dogmas que afastam a liberdade de pensar. A ação de interpretar  livremente é uma condição que conduz o indivíduo no caminho da aquisição do conhecimento verdadeiro.

De sorte que temos, portanto, a palavra bara (p.t.h.), que signfica Ele criou, cujo sentido dado pelo hebreu é: um criar tirando do nada, tendo Deus como sujeito. Porém, o texto original não traz uma palavra designando DEUS no singular (sujeito) nos capítulos ora mencionados, mas, outra: a palavra Elohim (p.t.h), que significa deuses (plural)

Temos, ainda, a palavra qara (p.t.h), que significa Ele chamou, descrevendo o ato de atribuir nomes. Outra palavra é tzélem (p.t.h), que significa imagem, mas, por sua raiz, pode designar sombra. Surgirá, também, outra expressão com a ideia de moldar, formar, manufaturar, produzir, usada para a segunda menção feita ao Adam (Adão), que é a palavra ytser (p.t.h).

Após gravar bem as informações, voltemos ao caso. Temos a porção inicial, isto é, o capítulo primeiro que irá narrar: 

"1:26 - E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra;

1:27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou".

E no capítulo segundo:

"2:7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente".

Recorde que, como mencionamos, a palavra traduzida por DEUS não está no singular, mas, no plural (esqueça a ideia de plural majestático, isso não tem lógica). Portanto, Gênesis usa a palavra deuses. Faz sentido que os deuses, a quem chamaremos Espíritos Puros, criem condições para que o homem possa se assemelhar a essas potências para, cumprindo o propósito da criação, dominar sobre os demais princípios inteligentes que evoluirão no planeta. A isso chamaremos: sua aptidão para aprender, para adquirir conhecimento.

Isso irá fazer toda a diferença entre o homem e o resto da criação. Não sendo perfeito, nem imperfeito, o ser humano é perfectível, pois, a Suprema Inteligência não criaria nada que não fosse bom. Aliás, tudo que Deus criou, Ele viu que era bom.

Se estivermos no caminho correto da interpretação, conforme a doutrina espírita, faz sentido, também, a segunda menção quanto à formação do homem, sendo possível compreender a alusão feita. Todos os seres que evoluem na terra possuem um corpo material cujas substâncias também encontram-se no meio ambiente. Há nos seres humanos mineral, vegetal e animal. Essa é a ideia representada pela expressão "veio do pó da terra".

O fôlego da vida é o princípio vital. A matéria inerte se transformou em matéria orgânica por meio dessa união com o princípio vital e possibilitou o espírito, mais, tarde, o Espírito, habitar naqueles corpos. O fôlego da vida, ainda, mesmo que de modo resumido, mas, pelo conjunto das expressões, mostra que o Espírito habitará o corpo físico do ser humano. Veja a expressão néfesh (p.t.h), que significa alma vivente. A alma é a essência (Espírito) vivendo na matéria (corpo físico).

Note-se que o texto não se reporta em momento nenhum que o Espírito que se une ao corpo físico, transformando-o em uma alma vivente ou, ainda, alma encarnada, fora criado. Não podemos nos espantar, a água, também, em nenhum momento é demonstrada como alguma coisa criada naquela narrativa. Fica claro que a matéria prima de trabalho dos Elohim era a água (matéria cósmica universal) e o espírito (princípio inteligente do universo). Eles formaram tudo o mais, à exceção desses. Vamos lembrar o que disse Jesus? "Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus".

Não se deve perder de vista que ao referir-se aos Elohim o texto vai esclarecer que o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas (Gn 1:2). A palavra que se traduz por Espírito é rúar (p.t.h). A semelhança, por nossa interpretação, é com a natureza: o ser Espíritual. Recordamos que semelhante não é a mesma coisa, não é igual; semelhante é aquele que possui elementos conformes, independentemente daqueles que são comuns à espécie; é uma analogia.

O Elohim é imortal, não um mero corpo formado do "pó da terra", ou seja, perecível. O corpo sozinho não é uma alma vivente, é preciso ter sua união com o fôlego da vida. O corpo físico perece, mas, sabemos que os Elohim são imortais. Eles são Espíritos. A primeira narrativa mostra que são criadas condições para que o Espírito evolua na Terra e, por iniciativa própria, se assemelhe aos Elohim, isto é, se torne Puro Espírito. A segunda narrativa demonstra a união do Espírito com o corpo físico.

Vimos, portanto, que não são dois indivíduos criados, nem há contradição entre os dois capítulos do Livro de Gênesis. Na prática, trata-se da demonstração que a Bíblia e todo o seu conteúdo, se constitui numa ciência do povo hebreu, um monumento que muito pouco ainda nos foi dado conhecer.

Suas alusões fantásticas, sempre por meio de alegorias, expressões idiomáticas, parábolas, narrativas, fábulas, contos, músicas, poesias, entre outros tipos de textos, nos conduzem a reflexões profundas, tanto no campo da ciência, como no campo filosófico.

Fica o nosso ensaio para as críticas e sugestões.

Uberaba - MG, 19 de janeiro de 2021.
Beto Ramos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

HABEMUS VACCINUM

Depois de um ano terrível em todos os campos, afinal o Brasil faz as pazes com a ciência. Agora, o amor precisa vencer o ódio. A paz precisa vencer a guerra. Solidariedade e fraternidade devem imperar. Que venham ações visando o interesse coletivo.

Variadas informações erradas foram (e continuam) sendo transmitidas pelos diversos meios de comunicação sobre o momento atual. Vimos no meio espírita disseminarem-se ‘fake news’ sobre o caráter de ação deliberada e planejada das potências divinas contra a humanidade.

Por esse raciocínio, eivado da ausência de lógica, razão e bom-senso, “a pandemia faria parte de um planejamento estratégico do mundo dos Espíritos, pois, já estaria nos desígnios de Deus para a humanidade”, o que colide com a teoria espírita da autonomia do Espírito, criado simples e ignorante, nulo de moral e conhecimento, apto a adquirir consciência, tornando-se árbitro do próprio destino.

Muitos divulgam a ideia de que existe carma, projetando-a no Espiritismo. Vamos recordar o capítulo 16 da Obra Chico Xavier Pede Licença, de sua autoria em parceria com o Filósofo Espírita José Herculano Pires, o qual esclarece a origem desse termo budista, de origem sânscrita.

Faz-se dessa palavra um uso prático para colocar consequências de vidas anteriores ou reações de atos nelas praticados como verdadeiros CASTIGOS DIVINOS, transformando um Deus soberanamente Justo e Bom, Providente e Misericordioso naquele DEUS DOS EXÉRCITOS, IRADO E VINGATIVO.

Nesse ponto, em verdade, o erro está no uso da régua. Não devemos medir o TODO-PODEROSO, PERFEITO E SUPREMO SÁBIO pelos todos-desajeitados, perfectíveis e ignorantes supremos que somos.

Respondendo sobre que definição se pode dar à moral, os Espíritos Superiores responderam que moral é a regra da boa conduta, o que faz toda diferença entre o bem e o mal. Vão além e esclarecem que a Moral, isto é, a Boa Conduta, tem fundamento na observação pelos Espíritos, encarnados ou não, da Lei de Deus. Arrematam dizendo: “o ser humano se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e PARA O BEM DE TODOS, porque então observa a Lei de Deus”.

Seguindo essa ideia do bem estar geral, o propósito é que cada ser humano aproveite toda ocasião de ser útil, sendo esse objetivo muito mais que a caridade. O Espiritismo ensina o básico: a regra do bem e do mal é o da reciprocidade ou de solidariedade.

A lei natural traça para o ser humano o limite de suas necessidades. Quando esse limite é ultrapassado sofre a consequência. Essa lei é tão básica que temos o seu exemplo na capacidade do nosso próprio estômago que nos diz até que ponto se deve ocupa-lo com nutrientes. O mesmo serve para a apropriação dos recursos naturais do planeta em benefício dos seus habitantes. Isso explica a pandemia e demonstra que não há castigo divino.

A humanidade é atingida, muitas vezes, por flagelos destruidores. Pergunta-se: quem foram os seus causadores? Não se deve culpar o Criador em razão de permitir a livre escolha. Cada ser inteligente, dotado da capacidade de fazer escolhas conscientes, é livre para observar a regra da boa conduta ou não. Nunca será demais lembrar que colhemos o que plantamos ou, ainda, a cada um segundo suas obras.

Aqueles que acompanharam a divulgação do trabalho da ANVISA na liberação de duas vacinas no Brasil, constataram que para o vírus que nos ataca não há tratamento precoce, como não existem qualquer medicamente que possa combatê-lo.

Os representantes da ciência afirmaram também que, mesmo com a primeira etapa da vacinação, o distanciamento social, uso de álcool-gel e máscara, como o confinamento NÃO DEVEM SER  PRÁTICAS ABANDONADAS.

Não está de acordo com a regra moral da boa conduta terceirizar nossa segurança pessoal, o cuidado com a própria vida e do semelhante para Deus, afinal, temos ou não INTELIGÊNCIA? Se temos o convite é para  usá-la.

Viva a ciência, Habemus Vaccinum. Deus deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. É necessário aproveitar a oportunidade para não sofrer a consequência de nossos próprios atos egoístas e orgulhosos, que, longe de mostrar força, não passa de uma enorme fraqueza humana, digna de piedade.

Uberaba – MG, 18 de janeiro de 2021.

Beto Ramos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A IDADE DE JESUS

"Conforme a tradição, Jesus morreu aos 33 (trinta e três) anos de idade, porém..."


As pesquisas mais confiáveis apontam para a seguinte variável: Jesus teria nascido entre os anos 4 e 5 anteriores à era registrada como cristã e morrido por volta do ano 33 dessa era. Neste caso, sua provável idade de morte seria aproximadamente aos 37 anos de idade.

A tradição aponta, também, para uma narrativa ocorrida entre Abraão e seu filho Isaac. Sabe-se que esse último fora levado por seu pai para um lugar onde seria entregue em holocausto, mas, sem saber o que iria ocorrer. Conta-se que tratava-se de uma determinação de Deus, a qual seria cumprida à risca por Abraão. No entanto, consta que a Misericórdia de Deus permitiu que se fizesse a troca de Isaac por um cordeiro.

Essa narrativa, considerada messiânica, é também equiparada ao sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. E, o que é mais curioso, é que Isaac é sempre retratado com uma criança que é levada por seu pai. Todavia, verificando as informações mais detidamente, percebe-se que Gênesis 22 conta que quando Sara - mãe de Isaac - toma conhecimento do evento, isto é, que seu filho seria entregue em holocausto, ela, de fato, morre.

Sabemos que Isaac é concebido quando sua mãe contava 90 (noventa) anos e que ela morre aos 127 anos. É possível pensar, então, que não seria o infante Isaac a ser sacrificado, mas, um adulto com idade de... 37 (trinta e sete) anos.

Naquela narrativa verifica-se, ainda, que Isaac acompanha Abraão sem questionar. Não se tratava, portanto, de um jovem que caminhou junto ao seu pai (expressão idiomática), mas que se tratou de um ato deliberado de um homem adulto que obedeceu ao seu pai já velho sem protestar contra sua autoridade.

Esse fato, além dos demais, corrobora a tese de que, realmente, trata-se de uma narrativa messiânica.

De posse dessas informações é inegável o fato de que há necessidade de se estudar, com profundidade, qualquer informação que se queira transmitir (ao menos, é necessário tentar).

Uberaba-MG, 13 de Janeiro de 2021
Beto Ramos.

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...