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sexta-feira, 12 de março de 2021

O QUE É O MAL?

A questão da análise e da interpretação no processo de aquisição do conhecimento nos coloca, não raro, diante de situações correposdentes ao que se denomina paradoxo. A análise superficial pode apresentar situação onde se julgará haver suposta ausência de lógica, verdadeiras contradições.

O Espiritismo é uma dessas doutrinas que nos oferece esse vasto campo fértil que reclama análises e interpretações, cujo processo recorrente se repete e, por isso, necessita do dispêndio de muito tempo para meditações.

É comum encontrar observações periféricas e superficiais que, sem profundidade, arvoram-se no complemento ou solução ao suposto paradoxo.Um exemplo prático pode ser experimentado quanto a afirmação dos leigos que Kardec seria racista. Muitos espíritas, indagados a respeito, formularam "teses" buscando solver esse "paradoxo". O tema aqui não é esse. Noutra ocasião poderemos voltar ao mesmo.

Hoje, nosso assunto é: O mal existe ou não? O que é o mal?

Uma resposta de "um pé só", isto é, rápida, é: o mal não existe, pois, O MAL É A IGONORÂNCIA (aqui essa expressão significa ausência de conhecimento). Portanto, quem pratica o mal seria um indivíduo que passa pela fieira da ignorância.

Ocorre que diante da escala espírita, quando se estuda a terceira ordem, Espíritos Imperfeitos, aprende-se que esse Espírito é aquele que tem propensão ao mal. Todo Espírito que torna-se mal o faz por sua própria vontade.

Veja o aparente paradoxo. O livre-arbítrio do Espírito se desenvolve à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo. Nenhuma escolha que faz é provocada por uma causa estranha à sua vontade. Observando o que está ao seu redor, no exterior, ele cede à influência das coisas que o atrai.

Ora, o mal não é ignorância, ou melhor, a ausência de conhecimento?

Nos parece claro que o Espírito precisa conhecer para escolher. Aliás, só se torna mal por sua vontade. Pretendendo ir a fundo, advogamos a tese de que NÃO HÁ um paradoxo senão apenas em aparência. Não há dúvida de que o Espírito que tem prazer no mal seja ignorante. Não há dúvida que adquire conhecimento, por meio do qual tem condição de fazer escolhas livres.

De volta à escala espírita vamos encontrar a resposta para o dilema. O Espírito imperfeito tem sobre si a influência predominante da matéria sobre o Espírito. Mas, há algo que ele realmente ignora.

No processo evolutivo chegará à categoria de Espírito bom. Esse Espírito se destaca por uma característica ímpar: há predominância do Espírito sobre a matéria. ELE CONHECE O BEM E POSSUI QUALIDADE E PODER DE O FAZÊ-LO NA RAZÃO DE SUAS FORÇAS.

O mal não existe! O Espírito malfazejo é o que não conhece o bem. Ah, sim, ele possui conhecimento de muita coisa, porém ainda está vinculado ao orgulho e ao egoísmo, onde prevalece a ideia do "EU", da individualidade. O bom Espírito já experimenta a alegria de proporcionar o bem-estar ao seu semelhante. SABE e EXPERIMENTA o prazer que o AGIR NO BEM proporciona.

Não tendo experimentado a felicidade dos bons, os maus a ignoram. Eis a nossa solução. Se você tiver outra, sejam bem-vindo à discussão democrática.

Uberaba-MG, 12 de Março de 2021.

Beto Ramos.

sexta-feira, 5 de março de 2021

O RESPEITO

O tema de hoje nos convida à reflexão  profunda, pois considera o conjunto de experiência e cultura individual.

Em definição comum, o que é respeitar? Refere-se à deferência por alguém ou algo, ter consideração ou demonstrar acatamento, obediência. E, penso, está nessa definição o cerne do problema que envolve a conduta humana em sociedade.

Vamos, então, pensar a respeito disso. Veremos se é possível fazer algo a respeito.

Partindo da definição, isto é, com base no verbo respeitar, temos que trata-se de uma ação. Respeitar é um ato, está na esfera do agir em relação a.

O comportamento humano, de modo geral [e aqui falo pela experiência da convivência no grupo social] demonstra que os indivíduos, antes de se posicionarem diante do outro, analisam esse "outro" por meio de outro verbo: merecimento.

A reflexão antes do posicionamento é: fulano ou cicrano "merece" o "meu respeito"?

Nesse caso, enfrentamos um paradoxo: respeitar o outro é um favor que empresto a uns e outros segundo meus conceitos prévios sobre os mesmos?

E eis que, então, surge novo verbo no meio disso tudo: o dever. Esse verbo nos encaminha a pensar sobre MORAL. Unindo as duas expressões teremos o dever moral. A convivência em sociedade demonstra que dever moral não se trata de moralismo (ver significado ao final do texto), mas, de moralidade.

É preciso compreender, mais do que entender essa diferença. A moral define-se como a regra da BOA conduta. Portanto, da distinção entre o bem e o mal. E a boa conduta resume-se no fazer o bem e para o bem de todos.

Sendo assim o dever é a obrigação moral, para consigo mesmo e para com os outros. A luta pelo bem viver se encontra internamente no ser onde o antagonismo ocorre entre as seduções dos interesses e do sentimento. São aqueles "dois cães" que lutam no íntimo de cada ser. Vence o que é mais alimentado ou acalentado.

Finalmente, não vemos solução possível senão a que é apreendida por meio do hábito. Respeitar é uma obrigação, é um dever moral. Essa é a única conduta do bem viver. Se conduzir bem te define como boa pessoa. Do contrário, não há desculpa, você é má pessoa porque não sabe como se conduzir no meio social e não reconhece o outro como semelhante. Desta forma o que fica aparente é a sua insignificância diante do conjunto.

Um alerta! As leis morais estão gravadas nas consciências individuais e Deus não constituiu nenhum procurador na Terra para advogar tal ou qual tese. Você não deve verificar se "o outro" age no bem. Seu olhar deve estar intimamente focado em si mesmo. Esse é o segredo.


MORALISMO: [ÉTICA] consideração moral inconsistente por estar separada do sentimento moral, por ser baseada em preceitos tradicionais irrefletidos ou por ignorar a particularidade e a complexidade da situação julgada.


Uberaba-MG, 05 de março de 2021

Beto Ramos

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

A OPINIÃO PESSOAL

Convite à reflexão.

MARAVILHOSAMENTE, a sociedade contemporânea vive uma era em que a informação é alcançada das maneiras mais rápidas e eficazes. Chega uma informação, várias pessoas se dispõem a divulgá-la e defendê-la de forma, por vezes, educada, outras nem tanta. Uma informação aparentemente comprovada, não mais que imediatamente, é derrubada ou, ao menos, colocada em dúvida.

Sobre tantos temas, o que se percebe é a busca de "comprovações" que defendam os próprios pontos de vista. Sob o manto de uma pretensa caridade ou numa demonstração de completa ausência de urbanidade, o estudo verdadeiro e profundo é deixado de lado. Cada um, ao seu modo, busca ser "seguido" e não filiar-se a uma ideia. Alguém se propõe a um trabalho e logo surgem inimigos/adversários que esvaziam a latrina mental e gritam: "quer aparecer"; "quer desunir"; "quer destruir".

Ora, vejamos: SUA OPINIÃO É SUA OPINIÃO. EU RESPEITO, MAS, ELA NÃO PASSA DISSO: A SUA OPINIÃO. Conviva com isso. Aceite e viva bem, melhor e mais feliz. O conhecimento é construído, passa por um processo de elaboração mental. Para Espíritos imortais, isso não acontece numa única encarnação. O processo passa por sucessivas encarnações.

Allan Kardec afirmou, ao criar a Revista Espírita, "debateremos, não disputaremos". Será útil introjectar e agir, verdadeiramente, conforme o fundo do pensamento que está no âmago dessa mensagem, lida e propagada por muitos (talvez, nem tanto), mas, que até aqui não tornou-se uma badeira para os Espíritas.

Uberaba - MG, 24 de fevereiro de 2021.

Beto Ramos.

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...