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INTERVENÇÃO DOS ESPÍRITOS NO MUNDOCORPÓREO – PRESSENTIMENTOS –
– INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS SOBRE OS ACONTECIMENTOS DA VIDA –
– (Questões:
522 a 535-b) –
Em português
pressentimento significa: ato de sentir antecipadamente, mais pela
emoção do que pela razão, a ocorrência de um fato futuro; suspeita,
desconfiança; ou, ainda: o conhecimento do que vai acontecer, obtido por
intuição; previsão, palpite, presságio.
Em
Espiritismo o pressentimento possui duplo caráter:
1. É, de um lado, a intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo,
como o conselho íntimo de um Espírito que deseja o bem.
2. De outro, a intuição da escolha anterior (a voz do instinto).
Isto é, o conhecimento anterior que o Espírito possui das fases principais
da sua existência (quanto ao gênero de provas a que irá ligar-se).
No segundo
caso, quando as provas possuem um caráter marcante, o Espírito conserva uma
espécie de impressão em seu foro íntimo. É ESSA IMPRESSÃO o que se
denomina “VÓZ DO INSTINTO”. No momento oportuno essa impressão
desperta e se torna um pressentimento.
O
pressentimento, por ter algo de vago, não conduz à certeza. Nesses casos, os
Espíritos Superiores instruem recorrer ao Espírito Protetor, ou, á prece a Deus
para que envie um de seus mensageiros (os próprios Espíritos Superiores). Os
Protetores auxiliam com conselhos por meio da “voz da consciência” que é
despertada no íntimo ou podem servir-se de pessoas que nos cercam. É
importante que cada um examine as diversas circunstâncias felizes ou infelizes
da vida e atentar para os conselhos que irão poupar dissabores (quando
escutados).
A influência
que os Espíritos exercem sobre os acontecimentos da vida ocorre por meio dos
conselhos e, seguramente, não ocorrem por meio de fenômenos extraordinários,
isto é, para influenciar o tutelado os Espíritos não derrogam leis naturais. Não
há milagres. Mesmo tendo influência sobre a matéria nenhum ato é
praticado para derrogar as leis da natureza.
Podem
provocar o encontro de pessoas (que parece ser acaso), inspiram a passar neste
ou naquele lugar, chamam a atenção para determinado ponto (quando isto pode
conduzir a um resultado desejado). Todavia, a escolha de seguir ou não o que
se julga ser intuição ou pressentimento fica a cargo do indivíduo, a fim de que
o livre-arbítrio fique conservado.
Compreenda-se
que a VONTADE DE DEUS se cumpre sempre. Portanto, o que deve ocorrer, ocorrerá.
Retardamento ou empecilho para quaisquer eventos ocorrem em face da Vontade
Soberana do Criador.
Conforme a
sintonia de cada um é possível que Espíritos levianos ou brincalhões possam
provocar certas traquinagens. PORÉM, não é correto responsabilizar tudo à conta
destes. As frustrações da vida são provas que experimentamos para exercitar a
paciência. Na maioria dos casos, as ocorrências são por puro descuido.
Da mesma
maneira que os Espíritos Superiores protegem, os inferiores provocam
discórdias, atacam sem motivo determinado, da mesma maneira que ocorre entre encarnados.
O fato de desencarnar não promove o Espírito inferior a Espírito Puro. Seu
caráter continua o mesmo. Espíritos iniciam perseguições durante a encarnação e
prosseguem com o intento após a desencarnação.
O meio
eficaz para fazer cessar as perseguições dos Espíritos inferiores é a prece e
retribuir-lhes o mal com o bem. Desconsiderar suas maquinações é outro modo de
fazê-los ver que não estão lucrando nada com as próprias ações malfazejas.
Apesar da
proteção dos Bons Espíritos, é importante saber que existem males que pertencem
ao gênero de prova que o encarnado experimentará. Os Protetores podem diminuir
as dores incitando-nos a paciência e a resignação. Todavia, Deus conferiu a
inteligência ao Espírito para que ele próprio desvie os males que lha acometem.
É por meio desta inteligência que os Espíritos Superiores vão inspirar-nos e
nos assistir. Nesse caso, é importante recordar a máxima: buscai e
achareis, batei e abrir-se-vos-á, pois, só são assistidos os que sabem
assistir a si mesmo.
Outro
problema é como a prova está sendo encarada. Nem sempre o que o encarnado
julga que é um mal, o é. Pode um bem, freqüentemente, resultar do suposto
mal. Nessas horas, quanto possível, é importante afastar o pessoa na própria
pessoa e no momento presente. Importante afastar a “cortina do Eu”.
Por exemplo,
a fortuna, que é para o encarnado motivo de elogiar a “boa estrela”, não passa
de arrastamento ao mal provocado pelos Espíritos inferiores, os quais encontram
nela o meio eficaz para tanto. Todavia, nem toda ocorrência infeliz é
provocada por Espíritos. O próprio indivíduo se coloca numa posição
prejudicial e se obstina naquela senda, em verdadeira auto-obsessão.
Muito será
cobrado a quem muito foi dado. Gratidão é
uma lei Universal, pois, todo ele é solidário. Em todos os acontecimentos
felizes, é necessário agradecer a Deus, sem cuja permissão nada teria sido
feito. Em seguida, importa agradecer aos companheiros, agentes do Criador em
nossas vidas, pela intercessão, eis que todos somos interdependentes.