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sexta-feira, 27 de outubro de 2023

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

 

EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO.


Visitando a cidade Rochefort, na França, durante a Viagem Espírita em 1862, Allan Kardec, após ser convidado para ter com algumas pessoas que desejavam conhecê-lo e ouvir algo acerca do Espiritismo, disse:

“Antes de tudo, devo informar quanto ao objetivo que me proponho nessas excursões. Vou unicamente visitar centros espíritas e lhes dar as instruções de que possam necessitar.

Enganar-se-ia quem pensasse que vou pregar a doutrina aos incrédulos. O Espiritismo é toda uma ciência que reclama estudos sérios, como as outras ciências, e requer numerosas observações.

Para os que lhes não conhecem as primeiras noções, sou obrigado a enviá-los à fonte, ou seja, ao estudo das obras onde se acham todos os ensinamentos necessários e a resposta à maioria das perguntas que poderiam fazer e que, em sua maior parte, recaem sobre os princípios mais elementares.

Eis por que, em minhas visitas, só me dirijo aos que já sabem, aos que precisam de ensino complementar, e não de á-bê-cê. Jamais vou dar o que se chama sessões, nem convocar o público para assistir a experiências ou demonstrações e, menos ainda, fazer exibição de Espíritos.

Os que esperassem ver aqui coisa semelhante estariam completamente equivocados e devo apressar-me em lhes tirar a ilusão".

Fonte: Revista Espírita de Dezembro de 1862.

terça-feira, 24 de outubro de 2023

SOBRE KARDEC E O LUCRO DE SUAS OBRAS NA ESTEIRA DA IDEIA DOIDIVANA DE QUE PRA SER ESPÍRITA SE DEVA ABDICAR DO DINHEIRO

 

"Mas – perguntarão – e as vossas obras? Não vendestes caro os manuscritos? Um instante; isto é entrar no domínio privado, onde não reconheço a ninguém o direito de se imiscuir. Sempre honrei os meus negócios, não importa a que preço de sacrifícios e de privações; 

nada devo a quem quer que seja, enquanto muitos me devem, sem o que teria mais do dobro do que me resta; assim, ao invés de subir, desci na escala da fortuna. Não tenho, pois, de dar satisfação de meus negócios a ninguém; que isso fique bastante claro. [...]

Ora, a esse respeito, uma obra filosófica tem cem vezes menos valor do que certos romances vinculados a determinados nomes. Para dar uma ideia de meus imensos lucros, direi que a primeira edição de O Livro dos Espíritos, que empreendi por minha conta e risco, mesmo não tendo editor que dela quisesse encarregar-se, rendeu-me cerca de quinhentos francos, já descontadas as despesas e depois de esgotados todos os exemplares, vendidos e doados, como posso provar documentalmente. [...]

Quanto ao lucro que pode advir da venda de minhas obras, não tenho que dar explicações de seu montante, nem de seu emprego. Por certo, cabe-me o direito de o utilizar como bem me aprouver; entretanto, não sabem se tal produto tem uma destinação determinada, da qual não pode ser desviado; é o que saberão mais tarde.[...]

Por isso deixarei memórias circunstanciadas sobre todas as minhas relações e todos os meus negócios, sobretudo no que respeita ao Espiritismo, a fim de poupar aos cronistas futuros os equívocos em que muitas vezes caem, por terem confiado nos boatos dos doidivanas, das más-línguas e das pessoas interessadas em deturpar a verdade, às quais deixo o prazer de deblaterar à vontade, para que mais tarde se torne mais evidente a sua má-fé".

Fonte: Revista Espírita de 1862, pg. 253 (edição em PDF) disponível na internet.


Esse texto de Allan Kardec nos reclama uma reflexão: 'para ser Espírita é necessário haver abdicação do dinheiro?'.

As ações, sejam quais forem devem ocorrer sob a base da 'caridade material'? É possível demonstrar que determinadas atividades demandam tempo, carecem de estudo e precisam ser remuneradas ao menos em seu custo, caso em que o objetivo não seja o lucro.

Ao nosso sentir, certamente, a maior caridade que se possa realizar é a moral, visto que a material é a mais fácil de se fazer. Lado outro, o organizador do Espiritismo deixa claro que, AO DIVULGAR A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS, vendeu exemplares de suas obras, como relata acerca de O Livro dos Espíritos.

Destarte, é imperativo que o tema proposto seja objeto de uma reflexão sincera pelos supostos Espíritas, para que a leviandade, a desconfiança e o julgamento desairoso não sejam atirados àqueles que compreendem a função do dinheiro no processo de divulgação do Espiritismo.

Uberaba-MG, 24 de Outubro de 2023
Beto Ramos


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