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terça-feira, 24 de outubro de 2023

SOBRE KARDEC E O LUCRO DE SUAS OBRAS NA ESTEIRA DA IDEIA DOIDIVANA DE QUE PRA SER ESPÍRITA SE DEVA ABDICAR DO DINHEIRO

 

"Mas – perguntarão – e as vossas obras? Não vendestes caro os manuscritos? Um instante; isto é entrar no domínio privado, onde não reconheço a ninguém o direito de se imiscuir. Sempre honrei os meus negócios, não importa a que preço de sacrifícios e de privações; 

nada devo a quem quer que seja, enquanto muitos me devem, sem o que teria mais do dobro do que me resta; assim, ao invés de subir, desci na escala da fortuna. Não tenho, pois, de dar satisfação de meus negócios a ninguém; que isso fique bastante claro. [...]

Ora, a esse respeito, uma obra filosófica tem cem vezes menos valor do que certos romances vinculados a determinados nomes. Para dar uma ideia de meus imensos lucros, direi que a primeira edição de O Livro dos Espíritos, que empreendi por minha conta e risco, mesmo não tendo editor que dela quisesse encarregar-se, rendeu-me cerca de quinhentos francos, já descontadas as despesas e depois de esgotados todos os exemplares, vendidos e doados, como posso provar documentalmente. [...]

Quanto ao lucro que pode advir da venda de minhas obras, não tenho que dar explicações de seu montante, nem de seu emprego. Por certo, cabe-me o direito de o utilizar como bem me aprouver; entretanto, não sabem se tal produto tem uma destinação determinada, da qual não pode ser desviado; é o que saberão mais tarde.[...]

Por isso deixarei memórias circunstanciadas sobre todas as minhas relações e todos os meus negócios, sobretudo no que respeita ao Espiritismo, a fim de poupar aos cronistas futuros os equívocos em que muitas vezes caem, por terem confiado nos boatos dos doidivanas, das más-línguas e das pessoas interessadas em deturpar a verdade, às quais deixo o prazer de deblaterar à vontade, para que mais tarde se torne mais evidente a sua má-fé".

Fonte: Revista Espírita de 1862, pg. 253 (edição em PDF) disponível na internet.


Esse texto de Allan Kardec nos reclama uma reflexão: 'para ser Espírita é necessário haver abdicação do dinheiro?'.

As ações, sejam quais forem devem ocorrer sob a base da 'caridade material'? É possível demonstrar que determinadas atividades demandam tempo, carecem de estudo e precisam ser remuneradas ao menos em seu custo, caso em que o objetivo não seja o lucro.

Ao nosso sentir, certamente, a maior caridade que se possa realizar é a moral, visto que a material é a mais fácil de se fazer. Lado outro, o organizador do Espiritismo deixa claro que, AO DIVULGAR A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS, vendeu exemplares de suas obras, como relata acerca de O Livro dos Espíritos.

Destarte, é imperativo que o tema proposto seja objeto de uma reflexão sincera pelos supostos Espíritas, para que a leviandade, a desconfiança e o julgamento desairoso não sejam atirados àqueles que compreendem a função do dinheiro no processo de divulgação do Espiritismo.

Uberaba-MG, 24 de Outubro de 2023
Beto Ramos


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  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...