– RETORNO À VIDA –
– CORPORAL – IDIOTISMO E LOUCURA –
– (Questões: 371 a 378) –
Olá amigos e amigas, é sempre bom lembrar que as digressões que fazemos
não têm o condão de apresentar verdades, uma vez que estamos em busca daquela
que liberta sempre. Tenham sempre em mente que escrevemos apenas o fruto de
algumas reflexões. E, estas, devem ser consideradas no nível da relatividade,
pois, somos resultado da influência do meio, daquilo que lemos, de nossos
conceitos e preconceitos.
Portanto, o que nos parece, hoje, claro e cristalino,
amanhã poderá estar demasiadamente turvo. Destarte, seguindo esse caminho que possibilita o diálogo fraterno, uma vez
que com os “donos da verdade” não há meios de apresentarem-se opiniões
divergentes, vamos, agora, enfrentar os temas a seguir onde o Mestre Rivail
tratou em O Livro dos Espíritos usando termos que usualmente, no século XXI,
não lançamos mão.
É que a oligofrenia designa os
casos em que há déficit de
inteligência. Todavia, a sociedade preconceituosa (estou falando de todos nós)
contribuiu para tornar pejorativo aquilo que, inicialmente, era um avanço
histórico. Quando os termos debilidade,
imbecilidade e idiotia foram
criados, substituíram a crença de que haviam indivíduos amaldiçoados ou
possuídos pelo demônio. Ao longo do tempo, como afirmado, tornamos o avanço em meio de dificultar
a inclusão social de pessoas que apresentavam tais patologias e, hoje, os
organismos internacionais e as associações como APAE e UNICEF recomendam o uso
de terminologias como: “pessoas
portadoras de necessidades especiais” ou “excepcionais”.
A psiquiatria utiliza o termo idiotia
para designar os portadores do menor grau de desenvolvimento intelectual. Curioso é saber que a palavra idiota,
do grego idiótes, designava somente o
homem privado, cuja finalidade era
diferenciá-lo do homem de estado naquela
sociedade. Tratava-se da “pessoa leiga,
sem habilidade profissional”, opondo-se àqueles que realizavam algum
trabalho especializado. O idiota,
originalmente, se dedicava a assuntos
particulares e não se ocupava dos assuntos de ordem pública, como não exercia
nenhum cargo público na sociedade grega primitiva.
Além dos significados acima, atualmente, e de forma pejorativa
(depreciativa), o termo passou a caracterizar pessoas simples, ignorantes e sem
educação convencional.
A loucura, atualmente, relaciona-se com o desequilíbrio mental. Manifesta-se
nos indivíduos que se caracterizam pela percepção distorcida da “realidade”,
perda de autocontrole, alucinações, comportamentos considerados anormais e
absurdos. Relaciona-se, também, com a demência,
que consiste na ausência ou perda de funções cognitivas.
Como a intenção aqui é provocar o leitor, o desejável é buscar
informações adequadas, balizadas, principalmente, advindas de especialistas,
quando for estudar o tema especificamente.
Feitas estas considerações, lembramos que O Livro dos Espíritos foi
redigido por Allan Kardec no século XIX, década de 50, e, portanto, o Codificador
o escreveu como “um homem de seu tempo”. Não podemos, assim, ter preconceitos
com os termos usados nestas questões, pois, por óbvio, não havia quaisquer
intenções preconceituosas. RECORDE-SE: estamos no século XXI.
Começamos pelas afirmações dos Espíritos Superiores:
a) Os portadores dessas deficiências NÃO POSSUEM ALMAS DE NATUREZA
INFERIOR, e que são, frequentemente, mais inteligentes do que se pensa
usualmente;
b) Possuem insuficiência dos meios de que dispõem para se comunicar e
sofrem. Esse mesmo sofrimento ocorre, por exemplo, com a pessoa acometida da
mudez (que não é louco ou idiota, mas, não consegue falar para se comunicar);
c) Esses seres vivem em corpos que sofrem constrangimentos, sujeitos a
impossibilidade de manifestar-se por meio de órgãos não desenvolvidos ou
defeituosos. Em sua encarnação estão em expiação ou punição por faltas
anteriores;
É importante o esclarecimento dos Espíritos Superiores, pois,
admitindo-se que se trata de Espíritos inteligentes em corpos defeituosos,
compreendemos que os órgãos do corpo físico exercem muita influência sobre a
MANIFESTAÇÃO das faculdades do Espírito. Todavia, os órgãos físicos não são
a sede de tais faculdades, isto é, NÃO AS PRODUZEM. Um bom exemplo dado pelos Espíritos Codificadores toma o corpo humano
como um instrumento musical defeituoso usado por um excelente músico. O
resultado não será uma boa música. Assim é o corpo humano defeituoso, com
limitações, usado por Espíritos inteligentes.
O período que o Espírito passa preso ao corpo físico portador de
deficiências é expiação pelo abuso que
cometeu no uso de certas faculdades. Pela falta cometida estas
faculdades ficam suspensas por certo tempo. Por exemplo, na encarnação passada
o Espírito era um “gênio”, mas, desprovido de superioridade moral. Não estando a superioridade intelectual na razão daquela, os abusos cometidos
ensejam ao Espírito o “cárcere” no
corpo com entraves para manifestação do cérebro (assim como ocorre com as
demais expiações que se apresentam fisicamente nos coxos, os cegos, os surdos,
etc.).
Para a maioria dos Espíritos que se encontram nessas situações o
conhecimento de suas limitações consistem na expiação. O órgão que preside os
efeitos da inteligência e da vontade é parcialmente ou inteiramente atacado ou
modificado. O Espírito tem a seu serviço somente órgãos incompletos ou
alterados. A expiação consiste na perturbação
que o espírito tem perfeita consciência por si mesmo ou no foro íntimo, mas
QUE NÃO TEM QUALQUER CONTROLE, pois, está em curso o processo.
É certo que o CORPO ESTÁ DESORGANIZADO E NÃO O ESPÍRITO. O que é
necessário esclarecer refere-se à influência que a matéria exerce sobre o
Espírito. Desta forma, quando esse fica enclausurado durante muito tempo sendo
impressionado pela alteração dos órgãos pelos quais se manifesta, o Espírito
somente se livrará dessa influência APÓS A COMPLETA SEPARAÇÃO DE TODA IMPRESSÃO
MATERIAL. Não é o desligamento do corpo e do espírito com a morte, mas, de
elevação moral que afasta as impressões da matéria. Após a morte o Espírito
ainda poderá ressentir-se dos efeitos dos constrangimentos por que passou, como
alguém que acorda e leva algum tempo para libertar-se dos efeitos do sono em
que mergulhara.
A loucura que leva ao suicídio é ocasionada pela busca do Espírito em se
libertar. Vê-se, também, por esse ângulo, que não há o controle racional da
vontade, pois, haverá expiação por essa falta também. Após a morte o Espírito levará um tempo para retomar a consciência.
Quanto mais tempo passou como louco na matéria, mais longamente durará o
constrangimento depois da morte.
Não
deixe de estudar O Livro dos Espíritos.
Beto Ramos
Uberaba - MG