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quarta-feira, 17 de junho de 2020

SINAGOGA – uma instituição greco-romana




Os tradutores fundamentalistas, hoje, ofendem o Espiritismo com o uso de neologismos inexistentes nos idiomas originais em que as escrituras sagradas foram escritas (é o caso da expressão médium, Espiritismo, Espiritistas, etc.).

A seguir comprovamos que o judaísmo também sofreu o mesmo com os levianos tradutores anticristãos. 

Veja, por exemplo, o que ocorreu com a palavra sinagoga. A sinagoga surgiu durante o período do exílio na Babilônia. No século I era uma instituição greco-romana que se tornou um local onde os judeus se reuniam para estudo, oração e comunhão

O que significa a palavra grega Συναγωγή (transliterada Synagogí)? Significa “assembleia”. E é dessa forma que tal palavra é traduzida em vários lugares do Novo Testamento.

Infelizmente, synagogí foi traduzida de maneira diferente no livro do Apocalipse. Com uma significação extremamente negativa os "tradutores" usaram todo o seu fundamentalismo para atingir o judaísmo e propagar ideia falsa provocando o dissenso.

O estudante atento, no entanto, observará que tal expressão não apresenta o real significado e nem traz o real sentido do vocábulo original.

A pesquisa séria informa que a maioria das traduções cristãs da Bíblia sofreu a perniciosa influencia do chamado antijudaísmo. No capítulo 3, versículo 9, do livro do Apocalipse, os tradutores, contrariando o Apóstolo Paulo, em vez de usar a palavra neutra “assembleia”, propagaram a expressão cunhada pelos “cristãos”: “sinagoga de Satanás”. 

Estudando atentamente o livro de Atos sabemos que em todas as novas cidades em que o apóstolo Paulo chegava, ele começava seu ministério e sua pregação a partir de uma sinagoga. Deste modo, Paulo não via, por obvio, nada de satânico nela. São vários os versículos do livro de Atos que descrevem Paulo exercendo seu ministério nas sinagogas: 13:14-16; 14:1; 17:1-3; 18:19.

No século I igreja e sinagoga significavam “assembleia” sem qualquer conotação satânica, em razão de sua raiz e do significado de cada expressão no seu idioma original. 

Por isso, ao ler a Bíblia sem conhecimento dos idiomas originais em que foram escritas, bem como o real significado de cada palavra, além de estar seguindo pessoas comuns e não o Cristo, você, também, estará propagando uma notícia falsa, estará espalhando mentira, corroborando para o dissenso.

O dissenso ocorre sempre que se quer desfazer uma assembleia, que é uma reunião de pessoas em torno de um objetivo comum. No caso do século I de nossa era, a reunião em assembleia fundava-se no sentimento divino que liga o ser humano a Deus. Talvez tenhamos nos perdido no caminho. É hora de voltarmos à rota segura.

Uberaba-MG, 17 de junho de 2020
Beto Ramos

terça-feira, 9 de junho de 2020

Progressão do Aprendizado do Ensino dos Espíritos

Espiritismo: ciência da observação

Vários são os temas presentes na Codificação da Doutrina Espírita que podem ser estudados a fim de que o pesquisador possa atestar que Allan Kardec não fazia sobre nenhum tema o que chamamos vulgarmente de “tábula rasa”.

Como ele próprio afirma somente após obter todas as respostas acerca dos assuntos, considerando-os globalmente, estudando-os por todos os ângulos, refutando ou aceitando estudos anteriores, não admitindo de imediato todas as respostas dos Espíritos, é que Kardec elaborava conceitos, dissertações, teorias. Vários são os temas que continuam no campo do ensaio.

De outro lado, mesmo após o uso do método da observação, quando o tema havia se consolidado e a matéria já amadurecida, o Codificador não se comprometia a manter ad eternum uma opinião formada sobre tudo. Deixava, sempre, espaço para corrigir eventuais enganos, equívocos e erros. Foi o que ocorreu com o fenômeno da possessão.

Na Revista Espírita de 1858, Allan irá conceituar os fenômenos da obsessão, da subjugação e da fascinação (nessa ordem). Já, em O Livro dos médiuns, manterá algumas opiniões, apresentará outras que, e mudará a ordem estabelecida na RE/1858 para obsessão, fascinação e subjugação. 

Tudo isto ocorria à medida que progredia a Ciência Espírita e Kardec ia fazendo constatações por meio da Observação.

N’O Livro dos Médiuns falou sobre o domínio de alguns Espíritos inferiores sobre certas pessoas, além de apresentar conceitos para as principais variedades de obsessão, desde a simples, passando pela fascinação, até a subjugação.

Interessante ressaltar que nesta obra, traz-se o pensamento de que na subjugação há constrangimento moral, como uma fascinação, e casos mais agudos onde o constrangimento é físico.

Percebemos que de uma obra a outra, de ano a outro, à medida que observa, interroga e analisa, o Codificador vai enriquecendo as conceituações, às vezes modulando para cima ou para baixo, por assim dizer, a teoria que está sendo construída.

Tanto na Revista Espírita como em O Livro dos Médiuns Kardec irá afirmar que possessão, um nome vulgarmente conhecido, não seria senão sinônimo de subjugação. Explicou, inclusive, por quais motivos a expressão não poderia ser usada. 

A mais interessante é onde afirma que a expressão dá ideia de apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, uma espécie de coabitação, quando havia somente constrangimento. Até 1858 pensava que o fenômeno denominado possessão, onde a vontade é afetada e a razão obliterada, tratava-se fascinação aguda.

Todavia, como ensina o Codificador o indivíduo frio e impassível vê as coisas sem se deixar enganar: combina, pesa, amadurece e não é seduzido por nenhum subterfúgio; o que lhe dá força. Veremos, portanto, que o pensamento de Kardec sobre o tema irá evoluir, uma vez que o mesmo não se encontrava seduzido por nenhum subterfúgio.

No ano de 1860, conforme relata na Revista Espírita de Novembro, o Codificador estuda um caso de obsessão física onde percebe que o Espírito encarnado tomava a aparência de um Espírito desencarnado.

Em 1862, o relato daquele jornal de estudos psicológicos fala sobre a epidemia demoníaca em Saboya, onde uma população fica sob o efeito de um tipo de obsessão, aparentando sintomas de alienação mental.

Em abril de 1862 Allan Kardec vai registrar que os Espíritos não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se fosse seu.

Note-se aqui uma gradual e perceptível evolução da compreensão do fenômeno, pois, o registro é no sentido de que o Espírito encarnado se encontra afetado pela subjugação de um Espírito estranho que o domina.

Mas, é no ano de 1863, precisamente no mês de Dezembro, onde Allan Kardec fará uma correção de rumo e, portanto, reconsiderar seu pensamento sobre a possessão. Nesse caso ele escreve que seu pensamento, que fora posto quase que de forma absoluta, precisa ser reconsiderado, pois, lhe foi demonstrado que pode haver verdadeira possessão.

Trata-se do caso conhecido como de possessão da senhoria Júlia onde Kardec atende pessoalmente. Por se tratar de um assunto importante para o estudante do Espiritismo, não vamos apresenta-lo integralmente nesse espaço e remetemos os interessados à RE DEZ/1863, mas, deixar a informação de que o Codificador constatou que a possessão é um estado transitório de substituição parcial de um Espírito encarnado por um Espírito errante, onde o Espírito encarnado se afasta momentaneamente do corpo ao qual está permanentemente ligado enquanto vive.

Pela observação e prática do Espiritismo, atuando diretamente no caso, usando todo o seu conhecimento da Doutrina e o auxílio dos Espíritos que trataram do tema na Sociedade Espírita, Allan Kardec comprovou a existência de uma anomalia física, semelhante à alienação mental, somente explicada pelo Espiritismo. Falou da modalidade aguda de sofrimento da vítima, do processo de possessão e da cura, enfatizando que conhecimento não basta, mas, também, a força moral.

Após o minucioso estudo sobre o tema, por aproximadamente 15 (quinze) anos, a conclusão será feita no capítulo XIV, Os Fluídos, tema obsessões e possessões, na Obra A Gênese de 1868, ao qual remetemos o nosso atento leitor sedente pelo conhecimento completo da Doutrina Espírita.

Uberaba – MG, 09 de junho de 2020.

Beto Ramos

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...