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segunda-feira, 14 de novembro de 2022

IGNORÂNCIA - PERIGO REAL PARA O ESPÍRITA.

O artigo de hoje faz um compilado de advertências feitas por Allan Kardec ao movimento espírita. É certo que, depreende-se, a COMPREENSÃO do conteúdo da Doutrina Espírita, principalmente seus princípios e postulados, para Kardec, é o ESSENCIAL.

A ignorância, ou melhor, a falta de instrução do adepto no Espiritismo, reputa-se verdadeiro perigo real para o mesmo, que ao praticá-lo se sujeitará a processos obsessivos, conforme afirma o organizador do Espiritismo, verbis:

"Realmente, o Espiritismo representa um perigo real; de modo algum, porém, aquele que se supõe: é preciso que seja iniciado nos princípios da ciência para bem compreendê-lo. Não nos dirigimos absolutamente àqueles que lhe são estranhos, mas aos próprios adeptos, aos que o pratica, visto ser para eles que o perigo existe". (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro - Outubro - 1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

Quer saber como se livrar desses perigos? Kardec traz um elenco de informações úteis para todos que se pretendem espíritas, bem como praticar o Espiritismo, mormente se colocar em comunicação com os Espíritos. Vejamos:

1º. Os Espíritos não são iguais nem em poder, nem em conhecimento, nem em sabedoria. Nada mais sendo que as almas dos homens, desembaraçadas de seu invólucro corporal, apresentam variedade ainda maior do que as encontradas entre os homens na Terra, visto procederem de todos os mundos, e porque entre os mundos o nosso planeta não é o mais atrasado, nem o mais avançado. Há, pois, Espíritos muito superiores, e outros bastante inferiores; muito bons e muito maus; muito sábios e muito ignorantes; há os levianos, malévolos, mentirosos, astuciosos, hipócritas, engraçados, espirituosos, zombeteiros etc. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro - Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

2º. Estamos incessantemente cercados por uma multidão de Espíritos que, por serem invisíveis aos nossos olhos materiais, nem por isso deixam de estar no espaço, ao redor de nós, ao nosso lado, espiando nossas ações, lendo os nossos pensamentos, uns para nos fazerem o bem, outros para nos induzirem ao mal, conforme sejam bons ou maus. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro - Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

3º. Pela inferioridade física e moral de nosso globo na hierarquia dos mundos, os Espíritos inferiores são aqui mais numerosos que os superiores. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

4º. Entre os Espíritos que nos rodeiam, há os que se vinculam a nós, que agem mais particularmente sobre o nosso pensamento, aconselham-nos, e cujo impulso seguimos sem o saber. Felizes se escutarmos somente a voz dos bons. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

5º. Os Espíritos inferiores não se ligam senão aos que os ouvem, junto aos quais têm acesso e aos quais se prendem. Caso consigam estabelecer domínio sobre alguém, identificam-se com o seu próprio Espírito, fascinam-no, obsediam-no, subjugam-no e o conduzem como se fosse uma verdadeira criança. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

6º. A obsessão jamais se dá senão pelos Espíritos inferiores. Os Espíritos bons não causam nenhum constrangimento; aconselham, combatem a influência dos maus e, se não são ouvidos, afastam-se. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

7º. O grau de constrangimento e a natureza dos efeitos que produz marcam a diferença entre a obsessão, a subjugação e a fascinação. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

8º. Por sua vontade, pode o homem livrar-se sempre do jugo dos Espíritos imperfeitos, porque, em virtude de seu livre-arbítrio, tem a escolha entre o bem e o mal. Se o constrangimento chegou a ponto de paralisar a vontade, e se a fascinação é bastante grande para obliterar a razão, a vontade de outra pessoa pode substituí-la. (Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro Outubro/1858 (pp. 369-370). FEB. Edição do Kindle).

Observamos que muito poucos adeptos possuem o conhecimento dessas informações simples, mas preciosas. E você, quanto sabia sobre isso?


Uberaba-MG, 14/11/2022
Beto Ramos

FONTE BIBLIOGRÁFICA:
Kardec, Allan. Revista espírita: ano primeiro - Outubro/1858. FEB. Edição do Kindle.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Progressão do Aprendizado do Ensino dos Espíritos

Espiritismo: ciência da observação

Vários são os temas presentes na Codificação da Doutrina Espírita que podem ser estudados a fim de que o pesquisador possa atestar que Allan Kardec não fazia sobre nenhum tema o que chamamos vulgarmente de “tábula rasa”.

Como ele próprio afirma somente após obter todas as respostas acerca dos assuntos, considerando-os globalmente, estudando-os por todos os ângulos, refutando ou aceitando estudos anteriores, não admitindo de imediato todas as respostas dos Espíritos, é que Kardec elaborava conceitos, dissertações, teorias. Vários são os temas que continuam no campo do ensaio.

De outro lado, mesmo após o uso do método da observação, quando o tema havia se consolidado e a matéria já amadurecida, o Codificador não se comprometia a manter ad eternum uma opinião formada sobre tudo. Deixava, sempre, espaço para corrigir eventuais enganos, equívocos e erros. Foi o que ocorreu com o fenômeno da possessão.

Na Revista Espírita de 1858, Allan irá conceituar os fenômenos da obsessão, da subjugação e da fascinação (nessa ordem). Já, em O Livro dos médiuns, manterá algumas opiniões, apresentará outras que, e mudará a ordem estabelecida na RE/1858 para obsessão, fascinação e subjugação. 

Tudo isto ocorria à medida que progredia a Ciência Espírita e Kardec ia fazendo constatações por meio da Observação.

N’O Livro dos Médiuns falou sobre o domínio de alguns Espíritos inferiores sobre certas pessoas, além de apresentar conceitos para as principais variedades de obsessão, desde a simples, passando pela fascinação, até a subjugação.

Interessante ressaltar que nesta obra, traz-se o pensamento de que na subjugação há constrangimento moral, como uma fascinação, e casos mais agudos onde o constrangimento é físico.

Percebemos que de uma obra a outra, de ano a outro, à medida que observa, interroga e analisa, o Codificador vai enriquecendo as conceituações, às vezes modulando para cima ou para baixo, por assim dizer, a teoria que está sendo construída.

Tanto na Revista Espírita como em O Livro dos Médiuns Kardec irá afirmar que possessão, um nome vulgarmente conhecido, não seria senão sinônimo de subjugação. Explicou, inclusive, por quais motivos a expressão não poderia ser usada. 

A mais interessante é onde afirma que a expressão dá ideia de apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, uma espécie de coabitação, quando havia somente constrangimento. Até 1858 pensava que o fenômeno denominado possessão, onde a vontade é afetada e a razão obliterada, tratava-se fascinação aguda.

Todavia, como ensina o Codificador o indivíduo frio e impassível vê as coisas sem se deixar enganar: combina, pesa, amadurece e não é seduzido por nenhum subterfúgio; o que lhe dá força. Veremos, portanto, que o pensamento de Kardec sobre o tema irá evoluir, uma vez que o mesmo não se encontrava seduzido por nenhum subterfúgio.

No ano de 1860, conforme relata na Revista Espírita de Novembro, o Codificador estuda um caso de obsessão física onde percebe que o Espírito encarnado tomava a aparência de um Espírito desencarnado.

Em 1862, o relato daquele jornal de estudos psicológicos fala sobre a epidemia demoníaca em Saboya, onde uma população fica sob o efeito de um tipo de obsessão, aparentando sintomas de alienação mental.

Em abril de 1862 Allan Kardec vai registrar que os Espíritos não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se fosse seu.

Note-se aqui uma gradual e perceptível evolução da compreensão do fenômeno, pois, o registro é no sentido de que o Espírito encarnado se encontra afetado pela subjugação de um Espírito estranho que o domina.

Mas, é no ano de 1863, precisamente no mês de Dezembro, onde Allan Kardec fará uma correção de rumo e, portanto, reconsiderar seu pensamento sobre a possessão. Nesse caso ele escreve que seu pensamento, que fora posto quase que de forma absoluta, precisa ser reconsiderado, pois, lhe foi demonstrado que pode haver verdadeira possessão.

Trata-se do caso conhecido como de possessão da senhoria Júlia onde Kardec atende pessoalmente. Por se tratar de um assunto importante para o estudante do Espiritismo, não vamos apresenta-lo integralmente nesse espaço e remetemos os interessados à RE DEZ/1863, mas, deixar a informação de que o Codificador constatou que a possessão é um estado transitório de substituição parcial de um Espírito encarnado por um Espírito errante, onde o Espírito encarnado se afasta momentaneamente do corpo ao qual está permanentemente ligado enquanto vive.

Pela observação e prática do Espiritismo, atuando diretamente no caso, usando todo o seu conhecimento da Doutrina e o auxílio dos Espíritos que trataram do tema na Sociedade Espírita, Allan Kardec comprovou a existência de uma anomalia física, semelhante à alienação mental, somente explicada pelo Espiritismo. Falou da modalidade aguda de sofrimento da vítima, do processo de possessão e da cura, enfatizando que conhecimento não basta, mas, também, a força moral.

Após o minucioso estudo sobre o tema, por aproximadamente 15 (quinze) anos, a conclusão será feita no capítulo XIV, Os Fluídos, tema obsessões e possessões, na Obra A Gênese de 1868, ao qual remetemos o nosso atento leitor sedente pelo conhecimento completo da Doutrina Espírita.

Uberaba – MG, 09 de junho de 2020.

Beto Ramos

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...