De partida observamos que a proposta é demonstrar o que acontece com o ser humano após a morte. A grande indagação (é o fim de tudo?) é racionalmente respondida juntamente com outras questões tanto quanto importantes.
A justiça de Deus é o lastro. Será que Deus e sua jutiça é o mesmo apresentado pelas religiões?
Veremos que NÃO. Coube ao Espiritismo explicar a Justiça Divina de uma maneira COMPLETAMENTE DIFERENTE.
E seu autor adverte que o conteúdo da obra não é fruto de concepções pessoais, nem um sistema preconcebido. Em boa linguagem, a obra não usará qualquer artimanha para forçar a aceitação de quaisquer ideias, frutos de cognições "a priori".
A autoridade do conteúdo emana do fato que tudo foi deduzido da observação e da concordância dos fatos. Nesse caso, importa salientar que dedução, observação e concordância dos fatos, são métodos científicos amplamente válidos no século 19.
Na apresentação que faz da sua obra, Allan Kardec trará esclarecimentos muito importantes, pois, irá demonstrar a hierarquia entre as obras que escreveu.
1. O Livro dos Espíritos: traz as bases fundamentais. Sustenta todo o conjunto. Traz a Doutrina Espírita e contém todos os princípios doutrinários, inclusive os que vão coroar o edifício espírita. É o ponto de partida e de chegada para os estudantes sérios do Espiritismo.
2. O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo: apresentam pontos de vistas específicos, mas são desdobramentos de O Livro dos Espíritos. Constituem a ciência e a filosofia do Espiritismo.
O primeiro trata da comunicabilidade entre os Espíritos, os fenômenos e a ciência dos Espíritos Superiores; o segundo, investiga a Doutrina Moral conforme definida pelo Espiritismo na questão 629 e seguintes de O Livro dos Espíritos.
3. O céu e o inferno - a justiça divina segundo o Espiritismo: é outro desdobramento de O Livro dos Espíritos e traz pontos de vistas específicos sobre a Doutrina dos Espíritos. É, ao mesmo tempo, ciência e filosofia.
Importa destacar que, ao demonstrar todos esses nuances, Allan Kardec está reproduzindo as definições contidas em O Que é o Espiritismo, pois, como já sabemos o Espíritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência da observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; Como filosofia, compreende todas as consequência morais que decorrem dessas relações.
Nesse diapasão resumiu que o Espíritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com o mundo corporal.
E é exatamente isto que encontramos nessas obras mencionadas pelo codificador, pois, a moral espírita (LE, 629) é maneira como cada um deve se portar segundo o modelo ofertado por Deus (LE, 625), cuja doutrina moral é estudada pelo Espiritismo (O Evangelho Segundo o Espiritismo).
As relações entre os Espíritos cientificamente explicadas pelos Espíritos Superiores (Livro dos Espíritos) são minuciosamente estudadas em O Livro dos Médiuns, inclusive no próprio livro O Céu e o Inferno - a Justiça Divina Segundo o Espiritismo
A natureza e origem dos Espíritos, conforme explicadas em O Livro dos Espíritos, que evoluem numa constante e perpétua relação mútua (Livro dos Médiuns), segundo sua conduta moral (Evangelho Segundo o Espiritismo) vão redundar no destino criado por cada individualidade (felicidade ou infelicidade).
Esse destino, o estado feliz ou infeliz, entre outras questões, são examinados do ponto de vista doutrinário e com a apresentação de exemplos da variedade de Espíritos segundo sua posição na escala espiritual em O Céu e o Inferno - a Justiça Divina Segundo o Espiritismo.
É a conduta moral dos Espíritos, nos planos individual e coletivo, em meio às suas relações, que produzem as consequências boas ou más. Tudo balizado pela escolha individual (autonomia e livre-arbítrio).
De fato, a obra vai demonstrar isso, o resultado das escolhas que fazemos nas relações que mantemos uns com os outros. O sofrimento moral dos Espíritos, como também as conquistas no processo evolutivo.
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