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terça-feira, 16 de agosto de 2022

CONFUSÃO OU CASUÍSMO? O MANDAMENTO É PARA AMAR O INIMIGO; TEM CRISTÃO QUE FALTOU NESSA AULA.

 

O Brasil, que se pretende coração do mundo e se arvora em pátria do evangelho, sem dúvida precisa laborar muito para mudar sentimentos e pensamentos, ocasião em que o comando do Espírito da Verdade poderá ser atendido quanto ao amor e a instrução, sem o que não há possibilidade alguma de regeneração. Afinal, a mudança começa no interior de cada um. É autonomia pura.

Chama nossa atenção, nos dias atuais, supostos religiosos, que na verdade não passam de seguidores de seitas, onde cultuam indivíduos e lugares, quando deveriam recordar o encontro de Jesus com a mulher samaritana, quando ensinou que DEUS é adorado em Espírito e Verdade (Jo 4:6-24).

Quem poderá afirmar-se Cristão quando esquece o básico: como amar a Deus sobre TODAS AS COISAS, aborrecendo a obra da Criação? Como, de fato, se dá o processo de redenção da alma humana? Certamente, a lei do 'tal e qual', conhecida legislação do 'olho-por-olho; dente-por-dente', não obteve sanção no Evangelho de Jesus.

Para alguns é preciso explicar muito. Então, vamos até o Evangelho Segundo Mateus (Mt 5:43) quando Jesus ensina: "Vocês ouviram o que foi dito: 'ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'; Eu, porém, vos digo: ame o seu próximo como a ti mesmo".

Jesus estava falando do próximo ou do inimigo? Quem era o seu interlocutor na oportunidade (contexto judaico)? Jesus estava ensinando a partir de uma indagação de um 'doutor da lei' (advogado). Ele, em verdade, usando de um sofisma, buscava causar um equívoco de interpretação, a fim de cogitar a hipótese de que o texto não era claro, pois, não havia elucidação à dúvida: quem é o meu próximo?

No entanto, Jesus, um judeu, sabia que um grupo (uma seita do Mar Morto) seguia o seu próprio manual de disciplina, onde, no parágrafo inicial era assim lido: "... odiar tudo o que Ele rejeitou". Portanto, para aquele grupo, para a seita do Mar Morto, o próximo significava OUTRO MEMBRO DO GRUPO (da própria seita).

No ensino de Jesus, essas palavras não se referiam somente a indivíduos, nem a grupo de indivíduos que  compartilhavam das MESMAS CRENÇAS. Tratava-se de amar os inimigos. A chave de interpretação está contida na língua hebraica. O Hebraico bíblico possui as palavras 'próximo' e 'mau'. Nesse caso, o significado da expressão mau, também, pode significar inimigo. Ocorre que tais expressões possuem AS MESMAS CONSOANTES reish (ר) e ayin (ע). Essas palavras diferem apenas quanto às vogais. O curioso é que O TEXTO NÃO USAVA ESSAS VOGAIS.

Portanto, é preciso interpretar lendo as palavras conforme escritas naquele texto (sem as vogais). A lição trazida pela Torah carece de uma interpretação radical. E é isso que Jesus faz: interpreta a lei literalmente. Veja que Jesus questiona o doutor da lei se ele não conseguia ver/ler, NAS PALAVRAS DA TORAH, o mandamento de AMAR TANTO O PRÓXIMO QUANTO OS INIMIGOS.

Recordamos que, perguntado, Jesus respondeu que veio cumprir a Lei e não destruí-la. Baseado no ensino da torah Jesus dá uma lição única, que ecoa até os nossos dias. Quem tiver ouvidos de ouvir, ouça; quem tiver olhos de ver, veja.

Jesus, um judeu, precisa ser estudado em conformidade com o contexto judaico. Allan Kardec, ao seu turno, na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, também, advertiu aos espíritas para fazerem o mesmo: estudar o contexto judaico do novo testamento para compreender mais e melhor sua verdadeira missão como verdadeiro espírita. Não nos enganemos, o ensino é claro: o verdadeiro cristão, o verdadeiro ser humano de bem e o verdadeiro espírita, são uma e única coisa (independente da profissão de fé, pois, o espiritismo é filosofia; é uma ideia; um estilo de vida).

Talvez, seria possível propagar essa reflexão para grupos não espíritas, livres-pensadores e até para os religiosos, principalmente para as ovelhas que estão se perdendo pelo caminho. No ensino de Jesus você não encontra ódio; encontra perdão, indulgência e benevolência PARA COM TODOS. Não há espírito sectário, nem de vingança. O Deus do Cristo é um DEUS DE AMOR.

Que possamos fazer uma grande reflexão diante do conteúdo ora compartilhado.

Uberaba-MG, 16/08/2022
Beto Ramos

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