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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

OS FATOS ESPÍRITAS DE CROOKES E A CONTROVÉRSIA ENTRE MAGNETISTAS E ESPÍRITAS DO SÉCULO 19.

Entre os anos de 1870 e 1873, o senhor William Crookes realizou pesquisas para, segundo seu próprio relato, "certificar-se durante exame científico, por um ou dois meses, se certos fatos maravilhosos, que tinha ouvido falar, poderiam sustentar a prova de exame rigoroso".

Após o alvoroço que sua decisão provocou entre os objetores do Espiritismo e do Espiritualismo, o cientista vem a público e esclarece o que constatou, após investigações minuciosas:

1. O trabalho previsto para meses durou quatro anos, culminando com publicação em 1874, pois, "o estudante das Leis da Natureza precisou continuar seu trabalho";

2. Além do mais, a sua pesquisa poderia continuar, desde que William pudesse dispensar mais tempo, eis que ainda havia muito a estudar. No entanto, outras obrigações reclamavam sua presença;

3. Ao contrário do que esperavam os objetores, Crookes constatou que "havia alguma coisa".

No período de sua pesquisa contou com o auxílio do Senhor Home e da Senhorita Kate Fox (mais tarde, Senhora Jencken).

Ao narrar a história de sua pesquisa e apresentar os resultados da mesma, faz uma afirmação interessante. Diante do seu trabalho precisou participar de sessões para estudo e observação. Contudo, percebeu que os adeptos do Espiritismo tratavam a doutrina como uma religião, pois que as sessões das quais participara pareciam cerimônias religiosas e não sessão de Espiritismo.

Parece-nos possível afirmar que vem das tais sessões a sua crítica sobre a concepção dos adeptos do Espiritismo com os quais se relacionou.

Na condição de cientista William Crookes afirmou que "satisfazer a curiosidade é bem diferente do proceder a uma busca sistemática". Ele buscava a verdade.

Quanto ao material que coletou afirma que havia:

a. Riqueza de fatos;

b. Superabundância de provas; e uma

c. Esmagadora massa de testemunhos.

Diante da sua dificuldade com as sessões, como acima relatado, acabou por realizar uma série de manifestações em sua própria casa.

O seu método foi o da observação. E assim, apontou uma variedade de erros e equívocos sobre as manifestações, tais como:

I. A escuridão NÃO é essencial para a produção dos fenômenos;

II. As manifestações podem ocorrer em quaisquer lugares, dias e horários, nada sendo uniforme;

III. Os fenômenos ocorrem diante de plateia, à luz do dia, sob efeito de qualquer iluminação, como vários produzidos pelo Senhor Home.

Entre os seus estudos dos fenômenos podem ser citados:

A. Movimentos de Corpos pesados com contato, mas sem esforço mecânico;

B. Fenômenos de percussão e outros sons da mesma natureza;

C. Movimentos de objetos pesados colocados à distância do médium;

D. Mesas e cadeiras elevadas do chão sem ninguém lhes tocar;

E. Elevação de corpos humanos;

F. Movimentos diversos - objetos sem contato;

G. Aparições luminosas;

H. Aparições de mãos, luminosas por si mesmas ou visíveis à luz ordinária;

I. Escrita direta;

J. Formas e figuras de fantasmas;

K. Casos particulares parecendo indicar uma inteligência exterior;

L. Manifestações diversas de caráter complexo; 

Citou (e refutou) na sua obra várias teorias que foram expostas para explicarem os fenômenos observados. Desde a alegação de fraude, alucinação ou loucura coletiva, passando pela ideia de ação consciente ou inconsciente do cérebro, ação do Espírito do médium, ação de maus Espíritos, ação de seres invisíveis que vivem na Terra, ou, ainda, a ação dos mortos (teoria espiritual por excelência) e, por último, a da força psíquica.

O fato é que o pesquisador não bate martelo na obra Fatos Espíritas sobre o que é ou quem são os seres inteligentes por trás do fenômenos. Diz que o "que há de certo, é que um médium possui uma qualquer coisa que um ser comum não possui." (Crookes, William. Fatos Espíritas, p. 40. AUTCH Editora. Edição do Kindle).

Finalmente, sobre o debate havido no século 19 entre adeptos da ideia de uma força psíquica e os defensores que os fenômenos são produto da ação da alma dos mortos, William afirma que está "quase inteiramente de acordo com aqueles que adotam esta teoria da força psíquica, como sendo o agente pelo qual os fenômenos se produzem".

No entanto, informa que não pretende "afirmar que tal força não possa ser algumas vezes captada e dirigida por alguma outra Inteligência que não seja a da força psíquica".

Crookes critica os que "admitem em realidade a existência da força psíquica sob o nome de todo impróprio de magnetismo, com o qual ela não tem a menor relação, pois eles afirmam que os espíritos dos mortos não podem executar os atos que se lhes atribui senão por meio da força magnética do médium, isto é, dessa força psíquica".

Esclarece que "a diferença entre os partidários da força psíquica e a do espiritualismo consiste nisso: que sustentam aqueles não se ter ainda provado senão de maneira insuficiente que existe um outro agente de direção que não a inteligência do médium, e que se trata dos espíritos dos mortos; ao passo que os espiritualistas aceitam como artigo de fé, sem pedir mais provas, que são os espíritos dos mortos os únicos agentes da produção de todos os fenômenos".

Conclui sobre essas opiniões que "a controvérsia, se reduz a uma pura questão de fato, que não se poderá resolver senão por laboriosa série de experiências e pela reunião de grande número de fatos psicológicos" (Crookes, William. Fatos Espíritas (p. 41). AUTCH Editora. Edição do Kindle).

Salta aos olhos que pouco se fala dessa parte do conteúdo da pesquisa de William Crookes, isto é, a controvérsia havida entre magnetistas e espíritas do século 19. Aliás, em Fatos Espíritas, o pesquisador coloca-os sob a mesma designação, diferindo-os apenas pelas teorias que adotam para os explicar a fonte dos fenômenos espíritas (os tais seres ou inteligências).

De um lado, os magnetizadores não admitem que a fonte dos fenômenos sejam as almas dos mortos, pois que aduzem não haver prova suficiente disto, ao mesmo tempo em que não se provou que a fonte não é o próprio médium (por meio de sua força psíquica). Do outro lado, os Espíritas que admitem a intervenção do médium nos fenômenos, mas a direção e a fonte são as inteligências, os seres espirituais, as almas dos mortos.

O fato é que essa controvérsia chega até os dias atuais, como é o caso da polêmica acerca do passe, quando alguns, mesmo diante das evidências, insistem em atribuir um PODER para o médium do qual ele, realmente, não é dotado. Quem afirma o poder do médium não deveria prová-lo? Quais estudos existem que provam a existência dessa força e que a fonte/origem não são os Espíritos? Seria interessante ver supostos Espíritas refutando Kardec e Mesmer.

E você, já tinha ouvido falar na pesquisa de William Crookes? Qual sua opinião sobre essa obra? Ainda voltaremos a falar mais sobre as pesquisas desse cientista no campo dos fenômenos espíritas. Até lá.

Uberaba-MG, 24/01/2023
Beto Ramos.

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