Aqueles que acompanham nossa
saga, tanto em nossa fanpage quanto no blog ou mesmo quando tivemos as primeiras
oportunidades de publicações em jornais, verifica o nosso especial interesse em
chamar a atenção para a chave contida no Espiritismo para se bem compreender a
Bíblia, os Evangelhos e os autores sagrados.
Nosso intuito, de alguma maneira, foi ouvir Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, que adverte no item III da Introdução ao Evangelho Segundo o Espiritismo quanto à necessidade de TODOS OS ESPÍRITAS estudarem as Escrituras, uma vez que é necessário conhecer o valor de muitas palavras que são frequentemente empregadas nos textos, e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judaica naquela época.
Desde os primeiros ensaios, primeiros artigos, primeiras linhas, buscando algo dialogar com esse “repositório de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo, nas épocas mais remotas”[1] verificamos que “os livros dos profetas israelitas estão saturados de palavras enigmáticas e simbólicas, constituindo um monumento parcialmente decifrado da ciência secreta dos hebreus.”[2]
Todos os corações, pensamos, devem aguçar seus olhares para os clarões imortais dessas fontes reveladoras que só uma visão espiritual é capaz de alcançar. A par disso é que oferecemos uma interpretação, dentre várias que são respeitáveis, para uma reflexão sadia à Luz do Espiritismo, isto é, por meio da lógica, razão e bom senso.
Falamos, então, do pecado original. Sem dúvida alguma, por nossa consideração UM DOS PECADOS MAIS GRAVES QUE É POSSÍVEL COMETER DIANTE DAS LEIS DIVINAS. Esse ERRO GRAVE está descrito em Gênesis 3, primeiro livro do Antigo Testamento. Mas, após ler estas linhas que iniciam esse parágrafo, você é capaz de responder, exatamente, o que foi que ocorreu que teria desequilibrado a Obra da Criação? Eu não deveria, mas, vou ajudar... a resposta é: NÃO SABEMOS. Como nenhum historiador bíblico o sabe. TUDO NÃO PASSA DE COMPLETA AÇÃO INTELECTIVA DE INTERPRETAÇÃO. E, para isso, não fazemos o exercício de, antes, nos livrar de todos os preconceitos ou atavismos que carregamos.
Mas, não podemos fugir da reflexão, pois, é preciso extrair, para nosso aprendizado, a consequência moral (ou a moral da história), que é o objetivo daquele que te oferece um "trava-mente" (no caso o autor bíblico).
O fato realmente tratou-se de algo grave , pois, mereceu o relato daquele povo que, repetimos, valia-se de informar por meio de enigmas, do mistério. Esses ditos "mistérios" é, para nós, uma oferta oportuna ao desenvolvimento do raciocínio. Diríamos: “decifra-me ou te devoro”.
Não é o que acontece quando estamos envolvidos nos problemas? Ou nós os solucionamos ou somos, verdadeiramente, consumidos por eles.
Da mesma forma, com o pecado original, não poderia ser outra a intenção senão trazer uma lição genuína, uma lição imortal, uma lição para o gênero humano, ou, se o quiser, para os Espíritos errantes (que precisam encarnar e reencarnar até chegarem à perfeição).
Sei que você já deve estar perguntando, mas, do que se trata, então? Será que tem algo a ver com a tal maçã? Sexo? Procriação? Não, leitor (a) amigo (a). Aí reside a beleza do monumento parcialmente decifrado. Vamos, portanto, levantar o nosso dedo e pedir a palavra.
O tema central, a nosso ver, nesse capítulo que versa sobre o pecado original é A CULPA. Ora, convido-os a pensar sobre o tema central e, portanto, sairmos da periferia. A ideia é de desobediência? Sim, não há como fugir. Mas, o caso merece avaliação: desobediência é descumprir as Leis Divinas, que são as Leis Naturais.
Nesse passo, o assunto principal não pode ser sexo ou comer ou deixar de comer algo. Tanto uma coisa quanto a outra faz parte das Leis Naturais, das necessidades fisiológicas.
Analisamos, portanto, sob a luz da razão e questionamos: como a individualidade humana poderia saber o que fazer se não experimentasse? O conhecimento é adquirido?
Sim, segundo o Espiritismo é pelo conhecimento que desenvolvevemos o livre-arbítrio. Então, sempre haverá desejo e vontade. A escolha é uma ação intelectiva e é aí que reside o atender ou frear os desejos. Os sentidos humanos são postos à sua disposição para o relacionamento na matéria cedendo ou reprimindo as paixões. Isto quer dizer que é o próprio indivíduo quem reprime o excesso ou o abuso. Todavia, importa considerar que...
"Tudo me é lícito até que eu aprenda o que me convém ou não, pois, até então, sou um ignorante, isto é, não conheço tudo, estou no processo de aquisição". (adaptei).
Voltemos ao pecado original. Não sabemos o que ocorreu de fato, mas, é possível refletir sem medo de errar que o “problema” não está no erro, mas, na ação depois que o erro foi cometido. Que fez aquele que é conhecido em algumas religiões como “Adão” (que advém da palavra hebraica transliterada para “Adama” que significa “terreno, da terra”)?
Após o erro cometido os envolvidos tomaram uma atitude bem terrena, bem humana:
colocaram a culpa uns nos outros.
Conectando os textos bíblicos
vamos buscar responder o “problema” com o mesmo livro Gênesis 38, onde é
contada a história de Tamar e é onde encontramos uma peculiaridade acerca de Judá.
Yehuda vem do verbo lehodot que significa “agradecer” ou “admitir,
confessar”.
Nesse capítulo que conta a história de Tamar Judá, que mais tarde se tornará uma das 12 tribos de Israel, de onde surge a linha monárquica de Davi, torna-se a primeira pessoa do pentateuco mosaico a assumir a responsabilidade pelos seus próprios atos e, mais, SE ARREPENDE. Diferente de Adão que disse “a culpa é dela”, e “ela” que disse que a “culpa é da serpente”, Judá disse: A CULPA É MINHA!
Então leitor (a) amigo (a), para uma avaliação sensata, qual é a consequência moral que pode ser extraída dessa história? Para nós, apesar de grave, perante a Lei Divina, a gravidade do fato não residiu em cometer o erro, o equívoco ou errar o alvo, mas, em não assumir a culpa e se arrepender.
Conforme estudamos na obra O Céu e o Inferno, especialmente no Código Penal da Vida Futura, a evolução consiste em adquirir conhecimento e reconhecer as próprias faltas, admitindo a culpa pelas falhas, arrependendo-se e colocando-se à disposição para devolver o equilíbrio que resultou das próprias ações.
Você pensa diferente? Deixe sua opinião. Ela é mais importante do que concordar com nossa reflexão.
Estude e Viva!
Uberaba-Mg, 21 de Julho de 2020
Beto Ramos
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente. Debatemos sem disputar.