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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

HABEMUS VACCINUM

Depois de um ano terrível em todos os campos, afinal o Brasil faz as pazes com a ciência. Agora, o amor precisa vencer o ódio. A paz precisa vencer a guerra. Solidariedade e fraternidade devem imperar. Que venham ações visando o interesse coletivo.

Variadas informações erradas foram (e continuam) sendo transmitidas pelos diversos meios de comunicação sobre o momento atual. Vimos no meio espírita disseminarem-se ‘fake news’ sobre o caráter de ação deliberada e planejada das potências divinas contra a humanidade.

Por esse raciocínio, eivado da ausência de lógica, razão e bom-senso, “a pandemia faria parte de um planejamento estratégico do mundo dos Espíritos, pois, já estaria nos desígnios de Deus para a humanidade”, o que colide com a teoria espírita da autonomia do Espírito, criado simples e ignorante, nulo de moral e conhecimento, apto a adquirir consciência, tornando-se árbitro do próprio destino.

Muitos divulgam a ideia de que existe carma, projetando-a no Espiritismo. Vamos recordar o capítulo 16 da Obra Chico Xavier Pede Licença, de sua autoria em parceria com o Filósofo Espírita José Herculano Pires, o qual esclarece a origem desse termo budista, de origem sânscrita.

Faz-se dessa palavra um uso prático para colocar consequências de vidas anteriores ou reações de atos nelas praticados como verdadeiros CASTIGOS DIVINOS, transformando um Deus soberanamente Justo e Bom, Providente e Misericordioso naquele DEUS DOS EXÉRCITOS, IRADO E VINGATIVO.

Nesse ponto, em verdade, o erro está no uso da régua. Não devemos medir o TODO-PODEROSO, PERFEITO E SUPREMO SÁBIO pelos todos-desajeitados, perfectíveis e ignorantes supremos que somos.

Respondendo sobre que definição se pode dar à moral, os Espíritos Superiores responderam que moral é a regra da boa conduta, o que faz toda diferença entre o bem e o mal. Vão além e esclarecem que a Moral, isto é, a Boa Conduta, tem fundamento na observação pelos Espíritos, encarnados ou não, da Lei de Deus. Arrematam dizendo: “o ser humano se conduz bem quando faz tudo tendo em vista o bem e PARA O BEM DE TODOS, porque então observa a Lei de Deus”.

Seguindo essa ideia do bem estar geral, o propósito é que cada ser humano aproveite toda ocasião de ser útil, sendo esse objetivo muito mais que a caridade. O Espiritismo ensina o básico: a regra do bem e do mal é o da reciprocidade ou de solidariedade.

A lei natural traça para o ser humano o limite de suas necessidades. Quando esse limite é ultrapassado sofre a consequência. Essa lei é tão básica que temos o seu exemplo na capacidade do nosso próprio estômago que nos diz até que ponto se deve ocupa-lo com nutrientes. O mesmo serve para a apropriação dos recursos naturais do planeta em benefício dos seus habitantes. Isso explica a pandemia e demonstra que não há castigo divino.

A humanidade é atingida, muitas vezes, por flagelos destruidores. Pergunta-se: quem foram os seus causadores? Não se deve culpar o Criador em razão de permitir a livre escolha. Cada ser inteligente, dotado da capacidade de fazer escolhas conscientes, é livre para observar a regra da boa conduta ou não. Nunca será demais lembrar que colhemos o que plantamos ou, ainda, a cada um segundo suas obras.

Aqueles que acompanharam a divulgação do trabalho da ANVISA na liberação de duas vacinas no Brasil, constataram que para o vírus que nos ataca não há tratamento precoce, como não existem qualquer medicamente que possa combatê-lo.

Os representantes da ciência afirmaram também que, mesmo com a primeira etapa da vacinação, o distanciamento social, uso de álcool-gel e máscara, como o confinamento NÃO DEVEM SER  PRÁTICAS ABANDONADAS.

Não está de acordo com a regra moral da boa conduta terceirizar nossa segurança pessoal, o cuidado com a própria vida e do semelhante para Deus, afinal, temos ou não INTELIGÊNCIA? Se temos o convite é para  usá-la.

Viva a ciência, Habemus Vaccinum. Deus deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. É necessário aproveitar a oportunidade para não sofrer a consequência de nossos próprios atos egoístas e orgulhosos, que, longe de mostrar força, não passa de uma enorme fraqueza humana, digna de piedade.

Uberaba – MG, 18 de janeiro de 2021.

Beto Ramos.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A IDADE DE JESUS

"Conforme a tradição, Jesus morreu aos 33 (trinta e três) anos de idade, porém..."


As pesquisas mais confiáveis apontam para a seguinte variável: Jesus teria nascido entre os anos 4 e 5 anteriores à era registrada como cristã e morrido por volta do ano 33 dessa era. Neste caso, sua provável idade de morte seria aproximadamente aos 37 anos de idade.

A tradição aponta, também, para uma narrativa ocorrida entre Abraão e seu filho Isaac. Sabe-se que esse último fora levado por seu pai para um lugar onde seria entregue em holocausto, mas, sem saber o que iria ocorrer. Conta-se que tratava-se de uma determinação de Deus, a qual seria cumprida à risca por Abraão. No entanto, consta que a Misericórdia de Deus permitiu que se fizesse a troca de Isaac por um cordeiro.

Essa narrativa, considerada messiânica, é também equiparada ao sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. E, o que é mais curioso, é que Isaac é sempre retratado com uma criança que é levada por seu pai. Todavia, verificando as informações mais detidamente, percebe-se que Gênesis 22 conta que quando Sara - mãe de Isaac - toma conhecimento do evento, isto é, que seu filho seria entregue em holocausto, ela, de fato, morre.

Sabemos que Isaac é concebido quando sua mãe contava 90 (noventa) anos e que ela morre aos 127 anos. É possível pensar, então, que não seria o infante Isaac a ser sacrificado, mas, um adulto com idade de... 37 (trinta e sete) anos.

Naquela narrativa verifica-se, ainda, que Isaac acompanha Abraão sem questionar. Não se tratava, portanto, de um jovem que caminhou junto ao seu pai (expressão idiomática), mas que se tratou de um ato deliberado de um homem adulto que obedeceu ao seu pai já velho sem protestar contra sua autoridade.

Esse fato, além dos demais, corrobora a tese de que, realmente, trata-se de uma narrativa messiânica.

De posse dessas informações é inegável o fato de que há necessidade de se estudar, com profundidade, qualquer informação que se queira transmitir (ao menos, é necessário tentar).

Uberaba-MG, 13 de Janeiro de 2021
Beto Ramos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

COMPREENDENDO O ESPIRITISMO

 

No mes de janeiro, precisamente no dia primeiro do ano de 1846, nascia em Foug, distrito de Toul, na França, um dos maiores nomes conhecidos no Espiritismo depois de Allan Kardec. Reconhecido orador e escritor espírita atuou na Europa, ganhando notoriedade pelo mundo, tornando-se um grande e destacado líder do Espiritismo no seu tempo. Desencarnou em Tours, no dia dia 12 de abril de 1927.

Na atualidade há uma grande discrepância entre o conteúdo doutrinário do Espiritismo e muitos daqueles que se pretendem espíritas. Quem busca estudar sériamente o ensino dos Espíritos aprenderá, certamente, que a filosofia espírita é, em profundidade, uma filosofia de vida.

Não basta repetir "fora da caridade não há salvação" e agir por automatismo frente a obras puramente materiais quando distantes do verdadeiro significado da expressão caridade (como a compreendia Jesus): benevolência para com TODOS; Perdão das OFENSAS; e indulgência para com as IMPERFEIÇÕES ALHEIAS.

Por essa linha de raciocínio, o Espiritismo, bem compreendido, NÃO COADUNA com qualquer forma e regime de governo. Primeiro, é necessário considerar que entre as Leis Morais (Leis Divinas ou Naturais) temos a LEI DE IGUALDADE, demonstrando TODAS as nossas diferenças enquanto individualidades e os pontos onde somos, de fato, iguais. Segundo, recordamos a LEI DE SOCIEDADE, certos de que é no âmbito social onde nos tornamos indivíduos fraternos e solidários.

Se estudamos sociedade, igualdade, solidariedade e fraternidade no espiritismo, importa-nos refletir acerca da lição ditada pelo aniversariante deste mês:

"Após as doutrinas do passado, que só nos trouxeram obscuridade, incertezas, o Espiritismo projeta uma enorme claridade sobre o caminho a percorrer; no encadeamento de nossas vidas sucessivas, ele nos mostra a ordem, a justiça, a harmonia que reinam no Universo. Que o socialista sensato adote essa grande Doutrina, essa ciência vasta e profunda que esclarece todos os problemas e nos fornece provas experimentais da sobrevivência; que os seus seguidores se impregnem dela, que a ela adptem seus atos e então poderá tornar-se um dos meios que levarão a Humanidade na direção de melhores destinos[1]".
Algumas outras letras de Denis demonstram que, ou se adquire experiência ou o destino é a infância espiritual, senão vejamos:

"Após a guerra de 1870, entendi que seria necessário trabalhar com ardor na educação do povo. [...] Agora que a idade embranqueceu os meus cabelos e a experiência chegou, [...] compreendo melhor porque a lei da evolução obriga a imensa maioria dos seres renascer no seio das classes trabalhadoras, para nelas desenvolver sãs energias, moldar o caráter, tornar o homem verdadeiramente digno desse título[2]".

[1] DENIS, Léon. Socialismo e Espiritismo. CELD: Rio de Janeiro, 2012. Pg. 20.
[2] Idem, pg. 21.

Uberaba - MG, 12 de janeiro de 2021.
Beto Ramos.

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...