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terça-feira, 31 de agosto de 2021

JESUS E A "INTELIGÊNCIA PERFEITA DAS COISAS"

 

Será que existem INCRÉDULOS que ‘pensam’ que acreditam?

Será que ao ‘crer’ em alguma coisa, o ‘crente’ conhece aquilo que diz crer?

Os erros e equívocos cometidos por aqueles que debatem questões, sem delas ter uma cognição ‘a priori’, podem ser computados à conta dos que lhes apresentaram ‘as coisas’ desta ou daquela maneira?

Seria o caso de 'culpa recíproca'?

Allan Kardec, no capítulo 19 da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, no item 7, em que trata da condição da fé inabalável, escreve que “a resistência do incrédulo [...] muitas vezes provém menos dele do que da maneira por que lhe apresentam as coisas. A fé necessita de uma base, base que é a INTELIGÊNCIA PERFEITA daquilo em que se deve crer. E, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreender.

Nesse caso, ao fazer a exposição sobre qualquer assunto e, principalmente quando for transmitir o 'saber', é preciso ter o conhecimento possível, abrangendo todos os pontos acerca do objeto de pesquisa. Tanto o transmissor quanto o receptor precisam compreender o objeto de sua crença.

Na ausência do que Kardec chamou de inteligência perfeita, é possível encontrar algumas deficiências no discurso dos que buscam transmitir algum saber. O processo intelectivo  realizado na aquisição do conhecimento reclama fugir de 'opiniões pessoais' ou preconcebidas sobre as coisas.

Citamos como exemplo as 'interpretações' produzidas sobre informações contidas nos Evangelhos, atribuídas ao Cristo, que, por vezes, são desprovidas da cognição a priori, vez que se desconsidera o método histórico-gramatical. Para exemplificar apresentamos as informações a seguir.

Você já ouviu falar de uma regra chamada do menor para o maior”? Era uma das regras de interpretação das escrituras ao tempo de Jesus. No século I, o mundo judaico as interpretava usando algumas regras principais que foram formuladas por Hillel, conhecido como "o Ancião".

Trata-se do ‘famoso’ princípio kal vahomer - do menor para o maior - ou o “quanto mais”. Vejamos nos ensinos de Jesus alguns exemplos:

“Se Deus alimenta os pássaros e cuida das flores, o quanto mais Ele cuidará do homem!” (Mt. 6:26-30)

Qual a lógica dos ensinamentos contidos nesses versículos e resumidos na frase acima? É que as pessoas são muito mais importantes para Deus do que os pássaros ou as plantas.

Nas suas pregações Jesus usou esse princípio outras vezes. Em Lucas capítulo 23, versículo 31, precedendo à sua crucificação, ele diz:

“Pois, se fazem isto com a árvore verde, o que acontecerá quando ela estiver seca?”.

Parece-nos que se trata do mesmo método de comparação. Vejamos!

Qual é o significado de “árvore verde” nessa afirmação?

Como todos sabemos (não é verdade?), trata-se de um símbolo bíblico clássico de uma pessoa justa.

Então, a interpretação menos equivocada consideraria que Jesus disse:

"Se eu, que sou uma pessoa justa, devo sofrer; o quanto mais vocês, pecadores, terão que sofrer?"

Na tradição judaica do tempo de Jesus, o uso do princípio kal vahomer para a interpretação das Escrituras era muito difundido e muito importante. Aqueles que ouviam seus ensinos compreendiam a lógica de suas comparações e, portanto, tiravam conclusões absolutamente claras.

E você? Acredita que os intérpretes possuem a inteligência perfeita sobre "certas passagens dos Evangelhos" e "conhecem o valor de muitas palavras frequentemente empregadas nos textos, e que caracterizam o estado dos costumes e da sociedade judia naquela época"? (E.S.E., Introdução, item 3, Notícias Históricas).

Deixe sua opinião e comentário.


Uberaba-MG, 31.08.2021.
Beto Ramos

terça-feira, 6 de abril de 2021

JESUS DEU UMA MENSAGEM IMPORTANTE NA PÁSCOA. VOCÊ SABIA?

Um indivíduo citado por muitos e conhecido por poucos, de nome João (em tradução livre para nossa língua), conta uma história que nos convida à reflexão. A personagem central dessa história, conforme se depreende daquela narrativa, buscava atrair a atenção de um povo para que compreendessem melhor a vida, as coisas, as pessoas e a relação que essas buscavam manter com uma Força Suprema, mas, que Dela nada compreendiam. Muitos, hoje, declaram seguir essa personagem, mas, incompreensivelmente, agem de modo totalmente divergente de como ela ensinou e agiu.

A história contada por João passa-se mais ou menos assim:

“Estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. Fez um açoite de cordas, expulsou todos do templo: tanto as ovelhas quanto os bois; também espalhou as moedas e virou as mesas dos cambistas. E disse aos que vendiam as pombas: Tirai estas coisas daqui. Não façais da casa de meu Pai casa de comércio. Recordaram-se os seus discípulos do que está escrito: O zelo por tua casa me devorará. Então interrogaram-no os judeus e lhe disseram: Que sinal nos mostras para fazeres estas coisas. Em resposta, disse-lhes Jesus: Destruirei este santuário e o levantarei em três dias. Então os judeus lhe disseram: Este santuário foi edificado em quarenta e seis anos e tu, em três dias, o levantarás? Ele, porém, dizia a respeito do santuário do seu corpo. Portanto, quando foi levantado dentre os mortos, recordaram-se os seus discípulos de que falava disto; e creram na Escritura e na palavra dita por Jesus”.

No dia 04.04.2021, domingo próximo passado, comemorou-se no Brasil a Páscoa. Como a maioria esmagadora da população compreende que essa data está relacionada com coelho e chocolate, certamente, não percebeu quanto à história contada por João, esclarecendo que sua fonte é o seu Evangelho, capítulo 2, versículos 13 a 22, qual seria o contexto enfrentado por Jesus.

Para compreender essa mensagem é preciso avançar no estudo das narrativas de João e observar um encontro muito singular que ele apresenta ao seu leitor. Trata-se do encontro de Jesus com a mulher samaritana. Naquele ponto da história é demonstrado que não compreendemos Deus e que não sabemos nos relacionar com Ele, uma vez que fazemos diferentes alianças ao longo da vida, verdadeiros casamentos e procuramos muito, mas, não nos encontramos com Deus. Tudo isso se resumindo no fato de querermos encontrá-lo onde ele não está e, por não compreendê-lo queremos adorá-lo de modos tão sui generis que não promovemos uma relação sincera e, acima de tudo, simples.

Por que Jesus, um judeu, foi se encontrar com uma samaritana, se judeus e samaritanos eram inimigos? Por que falou dos vários casamentos daquela mulher? O que isso simboliza? O que tem a ver a história dos templos dos samaritanos e dos judeus? Por que havia dúvida onde se deveria adorar a Deus? Se o "correto" seria no templo dos judeus ou no dos samaritanos?

São muitos detalhes que, ao que parece quem deveria conhecer essas nuances pouco ou nada sabem, ou, se sabem, buscam ensinar o contrário. Sem a intenção de mudar o objetivo desse texto, voltemos ao domingo de páscoa próximo passado, bem como à narrativa de João antes descrita. Se Deus não é adorado em Templos de pedra, se Deus é adorado em Verdade e Espírito, se é preciso conhecer um Deus como ensinou Jesus: O PAI, CRIADOR, se estamos buscando Deus onde Ele não se encontra, para que servem os Templos?

Certamente, como ensinou Jesus, não é para comércio, câmbio, mercancia, negócios. Não! O Templo deve ser LOCAL DE ESTUDO - Nada, além disto! Não é lugar de adoração, pois, o Pai é adorado em Verdade e em ESPÍRITO. A prova maior disto foi demonstrar que há vida após a morte, pois, realmente JESUS REERGUEU SEU TEMPLO EM TRÊS DIAS, pois, falava do SEU ESPÍRITO, conforme mostrou amplamente durante os dias que sucederam a crucificação. Se houver dúvida a respeito, o Apóstolo Paulo afirmou:

2Coríntios 5:1 – Estamos certos de que, se esta nossa temporária habitação terrena em que vivemos for destruída, temos da parte de Deus um edifício, uma casa eterna nos céus, não construída por mãos humanas.

Estamos numa pandemia com milhares de mortos aqui e no mundo. Mas, houve quem buscou reabrir “templos” nesse período e, principalmente, no dia da Páscoa, apesar do ensinamento cristão constante no Evangelho de João com as advertências de Jesus acerca do que não se deve fazer no “templo”.

Pra terminar, lembremo-nos de alguns fundamentos contidos no antigo e no novo testamento (se é que há dúvida):

Atos 17:24-25 – “O Deus que criou o Universo e tudo o que nele existe é o Senhor dos céus e da terra, e não habita em santuários produzidos por mãos humanas”.

2Crônicas 6:18 – “Todavia, na verdade, habitaria Deus com os seres humanos na terra? Nem os céus e os céus dos céus podem te abrigar; muito menos este templo que construí!”

Isaías 66:1-2 - Eis a Palavra do SENHOR: “O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; sendo assim, que espécie de Casa me haveis de edificar? Tal Casa será o meu local de descanso?”

Uberaba-MG, 06 de Abril de 2021

Beto Ramos

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

A IDADE DE JESUS

"Conforme a tradição, Jesus morreu aos 33 (trinta e três) anos de idade, porém..."


As pesquisas mais confiáveis apontam para a seguinte variável: Jesus teria nascido entre os anos 4 e 5 anteriores à era registrada como cristã e morrido por volta do ano 33 dessa era. Neste caso, sua provável idade de morte seria aproximadamente aos 37 anos de idade.

A tradição aponta, também, para uma narrativa ocorrida entre Abraão e seu filho Isaac. Sabe-se que esse último fora levado por seu pai para um lugar onde seria entregue em holocausto, mas, sem saber o que iria ocorrer. Conta-se que tratava-se de uma determinação de Deus, a qual seria cumprida à risca por Abraão. No entanto, consta que a Misericórdia de Deus permitiu que se fizesse a troca de Isaac por um cordeiro.

Essa narrativa, considerada messiânica, é também equiparada ao sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. E, o que é mais curioso, é que Isaac é sempre retratado com uma criança que é levada por seu pai. Todavia, verificando as informações mais detidamente, percebe-se que Gênesis 22 conta que quando Sara - mãe de Isaac - toma conhecimento do evento, isto é, que seu filho seria entregue em holocausto, ela, de fato, morre.

Sabemos que Isaac é concebido quando sua mãe contava 90 (noventa) anos e que ela morre aos 127 anos. É possível pensar, então, que não seria o infante Isaac a ser sacrificado, mas, um adulto com idade de... 37 (trinta e sete) anos.

Naquela narrativa verifica-se, ainda, que Isaac acompanha Abraão sem questionar. Não se tratava, portanto, de um jovem que caminhou junto ao seu pai (expressão idiomática), mas que se tratou de um ato deliberado de um homem adulto que obedeceu ao seu pai já velho sem protestar contra sua autoridade.

Esse fato, além dos demais, corrobora a tese de que, realmente, trata-se de uma narrativa messiânica.

De posse dessas informações é inegável o fato de que há necessidade de se estudar, com profundidade, qualquer informação que se queira transmitir (ao menos, é necessário tentar).

Uberaba-MG, 13 de Janeiro de 2021
Beto Ramos.

sábado, 14 de novembro de 2020

OS SÁBIOS E PRUDENTES PROCURAVAM JESUS À NOITE


 

“Naquele tempo, respondendo, disse Jesus: Graças te dou a ti, Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e prudentes, e as revelaste aos simples e pequeninos.” (Mt, 11:25).



Os simples e pequeninos de algumas traduções bíblicas como os pobres de Espírito de outras possuem o sentido de humildes. Ao seu turno, sábios e prudentes, que seriam aqueles mais aptos a “entender” mais facilmente, pois, possuiam a ciência.

Todavia, foram os primeiros e não os segundos que compreenderam o propósito do ensino de Jesus, isto é, o seu conteúdo e a sua mensagem (E. S. E., cap. 7, itens 7.8).

O Espiritismo, baseado no ensino dos Espíritos Superiores, indica Jesus como modelo e guia da humanidade terrestre (L.E., Q. 625). Todavia, ter Jesus como modelo e guia importa não envaidecer com o próprio conhecimento, o saber mundano, nem se orgulhar de negar o poder supremo do Criador.

O seguidor de Jesus não trata Deus como igual e nem o rejeita. Recordamos que Allan Kardec ensina: “[...] na antiguidade, sábio era sinônimo de sabichão. Assim, Deus lhes deixa a busca dos segredos da Terra, e revela os do Céu aos humildes que se inclinam perante Ele” (E. S. E., cap. 7, itens 7.8).

O estudioso das escrituras perceberá, no caso do Novo Testamento, ao examinar os Evangelhos, que os sábios que procuraram Jesus, o fizeram à noite. Indagamos por qual motivo e buscaremos tecer considerações a respeito. Nesse sentido, a nossa hipótese: Muitos procuraram a Jesus à noite! Por que não o fizeram de dia?

O dia, no mundo, pensamos, é comparável a ideia de uma claridade que, ao contrário de ser realmente a Luz, na verdade, é o reflexo do egoísmo, vaidade e orgulho humanos. Criamos a aparência de claridade, mas, que não se sustenta, pois, logo essas pretensas luzes se apagam. São efêmeras. Ainda estamos adquirindo conhecimento, que só ocorre no contato com a experiência. Fazemos escolhas ante ao que pensamos ser certo ou errado, justo ou injusto.

Mas, quem é capaz de afirmar que tomou as decisões corretas ante as Leis Divinas? Tornando cada um ao seu tamanho verdadeiro, vendo-se inferiores em razão da pretensa luz que se apagou, veem-se diante da verdade: ao seu redor há uma completa escuridão. É então que procuram Jesus. Durante o dia não o viram em razão do seu orgulho e egoísmo (que cega, ofusca a visão), pois, julgaram-se maiores, imaginaram seu conhecimento maior que o do Criador. Buscaram aplausos humanos.

Por que agora o veem em meio a essa noite tão escura? É que a obscuridade do conhecimento humano é vencida pela Sabedoria do Mestre, cuja Luz brilha intensamente dia e noite. O conhecimento de Jesus não é efêmero. Não é Supremo, mas, sua Sabedoria permite-lhe estar nos segredos de Deus, pois, o vê e o compreende.

Um filósofo da antiguidade disse: “só sei que nada sei”. Sem a soberba humana, certamente, enxergava tão bem de dia quanto de noite.

Desde os tempos mais remotos “a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras; quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as obras sejam manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3:19-21).

Uberaba-MG, 14 de novembro de 2020.
Beto Ramos

quarta-feira, 10 de maio de 2017

SERMÃO DA MONTANHA


Uma das páginas mais belas do Ministério de Jesus no orbe terrestre, com certeza, será aquela conhecida como “Bem-Aventuranças”. O Sermão do Mestre, também chamado de Sermão da Montanha, foi realizado numa colina com vista para o Mar da Galileia chamada de o Monte das Bem-Aventuranças (ou beatitudes). Naquele local o Cristo referiu-se a oito tipos de pessoas que, pelos atos em sociedade, seriam “abençoadas” como vemos no início do sermão. A expressão é conhecida como no exemplo: "Bem-aventurados os aflitos...".

Lembramos que a palavra "beatitude" advém da expressão latina beata, cujo significado é "abençoado". Todavia, sabemos que Jesus não falava latim. Na verdade, Jesus encarnou-se em uma sociedade que falava hebraico e aramaico. Nesse sentido, é possível questionar: qual foi a palavra realmente usada pelo Senhor se, naquela época, o latim dos romanos era usado apenas para questões administrativas, o grego para a comunicação entre nações, o aramaico no cotidiano e o hebraico para questões religiosas (templos judaicos, etc.)?

Sendo Jesus um judeu, assim como seus ouvintes, faz todo sentido pensar que o Mestre tenha pronunciado as palavras que compõe o Sermão da Montanha na língua falada pelos judeus: o hebraico. Desta forma, a palavra hebraica original que ele provavelmente proferiu foi ashrei (אַשְׁרֵי). Encontrada em muitos lugares na Bíblia Hebraica, essa expressão significa “feliz” ou “bem-aventurado", como no Salmo 119:1 que diz: “Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor”. Portanto, felizes serão os Espíritos que, na Terra, conduzirem-se segundo os modelos apresentados por Jesus, que também ensinou: a felicidade não é deste mundo”.

Jesus pronunciou a palavra ashrei por ser familiar ao povo judeu que a usava frequentemente em orações. Como Jesus afirmou: “Não vim destruir a Lei”, Ele deixa claro que não lhes ensinava algo novo e seu código ético provinha ou seria continuação da tradição encontrada na Torah.

Corroborando a esse pensamento, vamos encontrar no Capítulo 14 do Livro Boa Nova, ditado por Humberto de Campos a Francisco Xavier, cujo título é A Lição de Nicodemos, um diálogo entre Tiago e Jesus, onde o Mestre inesquecível pergunta ao discípulo: "dentro da Lei de Moisés, como se verifica o processo de redenção? Ao que Tiago responde: “olho por olho, dente por dente”. 

Jesus aproveita essa oportunidade para esclarecer que os homens têm raciocinado, mas não tem sentido, pois, acima de todos os mandamentos está escrito “amar a Deus sobre todas as coisas, de todo o coração e todo o entendimento” e como é possível alguém amar o Pai aborrecendo-lhe a obra? Afirmou que se trata de exiguidade de visão espiritual o exame feito pelos homens dos textos dos profetas como com toda as escrituras. Jesus, então, conclui o ensinamento nestas palavras:

“E, entretanto, coloco o amor acima da justiça do mundo e tenho ensinado que só ele cobre a multidão de pecados. Se nos prendemos à lei de talião, somos obrigados a reconhecer que onde existe um assassino haverá, mais tarde, um homem que necessita ser assassinado; com a lei do amor, porém, compreendemos que o verdugo e a vítima são dois irmãos, filhos de um mesmo Pai. Basta que ambos sintam isso para que a fraternidade divina afaste os fantasmas do escândalo e do sofrimento”.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

NENHUM TRAÇO DA LEI DESAPARECERÁ


“Não penseis que vim destruir a Lei ou os Profetas, não vim destruir mas cumprir, pois amém vos digo: até que passem o céu e a terra, não passará um iota ou traço da Lei, até que tudo se realize. Quem, portanto, violar um desses mínimos mandamentos e, dessa maneira, ensinar os homens, será chamado mínimo no Reino dos Céus; quem, porém, praticar e ensinar este será chamado grande no Reino dos Céus. Por isso vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus” – Evangelho de Mateus, capítulo 5, versículos 17 a 20.

Rica em comentários, estudos profundos e ensinamentos sobre as passagens bíblicas, que compõem a Torá, a tradição judaica, principalmente a exegese rabínica, citavam personagens tais como os Patriarcas que haviam “cumprido” esse ou aquele trecho das escrituras. O objetivo era demonstrar que os mesmos vivenciavam, isto é, cumpriam, as escrituras em suas vidas.

Do mesmo modo que Mateus faz referência ao “iota”, menor letra do alfabeto grego, a tradição rabínica (judaísmo) refere-se ao “yod”, menor letra do alfabeto hebraico. Visto apenas como um jogo gratuito de letras pelos ocidentais, a referência à menor letra ou traço da Lei que não desaparecerá, trata-se do sentimento do Povo de Israel em respeito pelas Escrituras Sagradas. Convictos de que a Torá é inspirada pelas verdades que contém em sua própria literalidade, qualquer dano ao texto representaria uma profanação que ameaça toda a Criação.

Sabemos que o alfabeto hebraico contém diversas letras cuja escrita merece total atenção, uma vez que um pequeno erro, colocando uma curva no traço ou vice-versa (o que chamam de “pontas”), por exemplo, resultaria na “destruição do mundo”. Cabe, no caso, esclarecer que aludida destruição não deve ser tomada ao “pé da letra”. Mas, merece uma reflexão profunda, tendo em vista que os estudiosos estão fazendo clara referência ao “edifício” ideológico contido nos textos sagrados. No exemplo a seguir você poderá ter esta experiência para melhor compreensão.
 
Deuteronômio 6,4: “Escuta, Israel, O Senhor nosso Deus, O Senhor é UM”. Os estudiosos fizeram o seguinte comentário: Se transformares o dalet (ד) em resch (ר), destróis o mundo inteiro. A ideia contida na explicação é que uma mera mudança na “ponta” representada pela “curva” da outra letra NEGARIA O MONOTEÍSMO e se abriria uma porta ao politeísmo. Lendo em hebraico cada significado fica fácil de entender:

אחד = UM                e                 אחר = OUTRO

O erro de grafia leva à modificação da frase e a negação do que o próprio Povo da Bíblia procurava implantar em contraposição ao politeísmo da época (existência de crença em vários deuses), isto é, “Escuta, Israel, o senhor nosso Deus, o senhor é OUTRO”. Em Êxodo 34,14, onde se lê “Não te curvarás perante OUTRO deus”, demonstra a recíproca entre as duas palavras, pois, a confusão com esse “pequeno traço” ou “ponta” da letra levaria a ler: “Não te curvarás perante o Deus UM”.

Sem objetivo de esgotar o tema, notamos que o Cristianismo está repleto de “tradições” que estudadas em comparação com o Judaísmo não são fruto de “mera coincidência”. Citando Jesus e o traço da lei, Mateus demonstra que o Novo Testamento atribuiu um caráter intangível à Torá. Os Padres da Igreja (pais da igreja) também se debruçaram sobre o tema, chegando um deles a interpretar o yod (י) de acordo com seu valor numérico. No alfabeto hebraico as letras também representam números e a menor letra deste alfabeto tem o valor numérico 10. Afraate a interpreta como referência aos dez mandamentos (Apfraate le sage persan. Les Exposés, 2 v., trad. De M.-J. Pierre, Paris, Cerf, Col. Sources Chrétiennes, n. 349 e 359; v. 1, 1989, p. 245-246, nota 27).

Impossível negar que os textos das escrituras foram recebidos pela mediunidade dos profetas. Da mesma forma, impossível negar a influência de tais “médiuns” nestas comunicações. É imprescindível investigar o que é Divino e o que é humano no texto. Lembramos Paulo que nos ensinou que “as verdades são trazidas em vasos de barro” para que a "Gloria seja Divina e não humana". O Apóstolo das “nações” também nos ensinou a “examinar tudo e reter o bem”.

Sugerimos aqui a possibilidade de “olhar” as tradições e os estudos com todas as “verdades” que lá estão contidas e que se perderam na distância do tempo em que foram paulatinamente reveladas até os dias atuais. A Lei mencionada é o conjunto de Leis Divinas Criadas pela Perfeita, Soberana, Boa, Justa, Imutável, Suprema e Única Sabedoria. O próprio Criador não as violenta. Observam-se os ciclos, o tempo e o espaço, a menor violação da Lei provoca o dever de reparação a fim de que a Harmonia da Criação seja restabelecida. Criados perfectíveis não nos resta outra alternativa senão nos conformamos com isto: DEUS NOS QUER AO SEU LADO. Por sintonia e preferência, lei de atração, gravitamos em Direção a Deus, TAL É A LEI!

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...