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domingo, 5 de fevereiro de 2023

TUDO QUE VOCÊ FAZ VOLTA PARA VOCÊ? NÃO É VERDADE!

Não é necessário pesquisar muito para encontrar frases do tipo: "tudo que você faz volta para você; isto te assusta ou te conforta?". É muito comum ouvir dizer: "a lei do retorno é infalível". Não é preciso muito para compreender que todas essas afirmações, apesar de antigas na história do gênero humano, cuja autoria se perdeu na noite das eras, são falsas, uma vez que não há nenhuma confirmação científica a respeito.

O fato é que não passam de afirmações absurdas, cuja base é a premissa do observável em leis que regem a matéria. Partiu-se do movimento dos astros, da matemática, da física e da química. Ocorre que tais leis regem as coisas materiais. Quando falamos do gênero humano, estamos diante de Espíritos (almas desencarnadas) ou seres humanos (almas encarnadas).

Quem afirma que tudo que você faz volta para você, está afirmando que há uma lei de causa e efeito, pressupondo fatalidade, atração irresistível e uma lei infalível que rege os destinos da humanidade, confundindo-se com o que se convencionou denominar KARMA.

Karma ou carma em sânscrito significa uma ação ou obra e seu efeito. Para os hindus trata-se de um princípio de causa e efeito, também chamado de princípio do carma, em que a intenção e as ações de um indivíduo (causa) influenciam o futuro desse indivíduo (efeito), como uma retribuição moral. Nesse sentido, boas ações contribuem para um bom carma (e renascimentos mais felizes), enquanto que más ações redundam em um mau carma (e maus renascimentos).

Para desenvolvimento desta reflexão importa saber se o Espiritismo valida a ideia de que tudo que você faz volta para você. Vamos prosseguir, mas já adiantando que essa hipótese é falsa. NÃO É VERDADE QUE TUDO QUE VOCÊ FAZ VOLTA PARA VOCÊ.

Primeiramente, em Espiritismo NÃO HÁ lei de causa e efeito, como já demonstrados aqui. A grande LEI que rege o universo é a da CONTINUIDADE. Esta lei nos remete a outra, de natureza moral, a lei do progresso. Destarte, conforme o item 11, capítulo 6, da obra A Gênese, "a natureza jamais se opõe a ela mesma".

Isto porque "nos degraus da vida, desde o último dos seres até Deus, vige uma lei de continuidade". As forças contidas em cada ser da criação forma, no conjunto, uma série. A soma de todas as forças, se confunde com a própria geratriz (ou criador). E essa a lei universal. Nesse sentido, a lei de continuidade importa em outra lei: a lei de harmonia.

Há, ao mesmo tempo, unidade (da harmonia da criação) e variedade (infinita dos seres). Segundo o item 15 da obra e capítulo mencionado "o mundo em seu surgimento, não se apresentava em sua força e plenitude de vida; não, o poder criador não se contradiz nunca e, como todas as coisas, o universo nasceu criança".

Aprendemos nessa fonte de pesquisa que a base do sistema do mundo físico é a IMORTALIDADE DAS ALMAS. Motivo pelo qual se afirma que, no espetáculo da criação, só ela é verdadeira. Veja-se que em O Livro dos Espíritos aprendemos que o mundo material poderia não ter existido, pois o espiritual é o primitivo. Contudo, o objetivo das obras da criação é despertar o pensamento e a inteligência.

Dessa forma, os seres descobrem, nos mundos que habitam, o poder e a sabedoria de Deus (o Criador dos mundos). Nesse processo cabe indagar: há solidariedade entre as almas? O que, de fato, reúne todos os seres enquanto FAMÍLIA HUMANA que habita os diversos mundos? Em primeiro lugar, os encontros se dão em razão das funções de vida (encontros temporários), para, após sucessivas reencarnações, haver reunião por simpatia (novos e duradouros encontros).

É assim que solidariedade e fraternidade, cujos significados ainda não são entendidos, vão se fortalecendo. Trata-se da irradiação do Espírito divino que envolve todo o universo, que permanece como modelo primitivo e último da perfeição espiritual (A Gênese, capítulo 6, item 56).

Bem entendidos esses fundamentos, vamos à FALÁCIA. Por que é FALSO afirmar que TUDO o que você faz volta para você de maneira inexorável?

Segundo o item 61 e seguintes da obra A Gênese (FEAL, 1868), "[...] quero falar do poder infinito da natureza e da ideia, que devemos fazer de seu modo de agir nas diversas partes do imenso universo".

"Habituados como estamos a julgar as coisas segundo nossa pobre e pequena morada dentro de regras que temos reconhecido na Terra", é imprescindível reconhecer a VERDADE UNIVERSAL de que "[...] a natureza toda-poderosa age conforme os lugares, os tempos e as circunstâncias". Se a natureza se conforma a lugares, tempos e circunstâncias, é falso pretender uma lei de Karma, destino ou causa e efeito. Portanto, não, tudo o que você faz não volta mesmo para você.

Observe que a natureza é única em sua harmonia geral, mas múltipla em suas produções (A Gênese, capítulo 6, item 63 - FEAL, 1868). "[...] Assim como nenhum rosto de homem é igual ao outro, em todo gênero humano também uma diversidade prodigiosa tem sido espalhada pelas moradas etéreas [...]" (idem, item 64).

A ciência humana só alcançou a noção matemática da séria das coisas secundárias e não lhe foi possível olhar face-a-face a CAUSA PRIMEIRA. (idem, item 58). Se nossas premissas alcançam somente coisas secundárias (Física), não há como pretender aplicá-las às coisas primárias (Metafísica).

Como afirmado acima, a matéria é objeto da atividade do Espírito para o DESENVOLVIMENTO DE SUAS FACULDADES, quais sejam: senso moral, razão, vontade, imaginação e livre-arbítrio (A Gênese, capítulo 6, item 10).

Por meio do corpo físico, que é instrumento do Espírito, este adquire novas aptidões. Nesse sentido, vai necessitar de novo invólucro, o qual ele aperfeiçoa, desenvolve e completa (falamos aqui do organismo físico), cuja finalidade é adaptar-se às novas necessidades.

Esse processo é progressivo: à medida que o Espírito experimenta a necessidade de manifestar novas faculdades pelas sucessivas reencarnações. Pensamos que as faculdades são despertadas e após, o Espírito sente necessidade de adaptar o seu instrumento para o melhor uso.

Vejamos porque o universo não é reativo, mas progride à medida que o seu habitante progride. A reação é ato ou efeito de reagir; comportamento de um ser vivo manifestado em presença de estímulo. Na Física trata-se de uma força da mesma magnitude, mas oposta a uma outra.

Por outro lado, em Espiritismo reação e consequência não são sinônimos. Nesta sede, consequência não é algo produzido por uma causa. Trata-se de um conjunto de condições. A consequência é o efeito, ou resultado desse conjunto de condições.

Para o Espírito, a consequência será o resulto encontrado após avaliar suas encarnações anteriores, o planejamento do seu futuro e a tomada de novas resoluções que vão guiá-lo na próxima reencarnação.

Conclui-se que a consequência deriva de um raciocínio lógico, de inferência, de dedução, de ilação. Como nenhum Espírito é igual ao outro, não haverá, em caso algum, consequência inevitáveis ou inexoráveis. Teremos progresso, experiência e instrução: continuidade, harmonia e progresso.

Lembramos que, segundo o item 11, capítulo 6 de A Gênese (FEAL, 1868), "a natureza jamais se opõe a ela mesma". É preciso, então, saber: o que constitui o ser espiritual? Segundo aprendemos na obra citada, item 23, capítulo 11, não é a sua origem, mas os atributos especiais dos quais está dotado, quando entra na humanidade (e é isso que faz dele um ser distinto dos demais), ponto este em que está dotado do SENSO MORAL e do LIVRE-ARBÍTRIO, quando começa a exercer RESPONSABILIDADE por seus atos.

Observamos que, chegado ao estado de alma humana com liberdade de ação, o Espírito possui CONSCIÊNCIA DOS ATOS, o que não significa que tem LUCIDEZ DE CONSCIÊNCIA.

Todavia, para analisar os próprios atos, o Espírito desencarnado que prepara novas experiências, procede assim:

1. Examina o que fez durante sua encarnação;

2. Passa em revista o que aprendeu;

3. Reconhece suas faltas;

4. Elabora seus planos para as futuras reencarnações;

5. Toma resoluções pelas quais conta conduzir-se em uma nova existência, tratando de fazer O SEU MELHOR.

Resumindo: para cada Espírito, cada existência é um passo adiante no caminho do progresso, uma ESPÉCIE de escola de educação. Porém, como se observa na obra O Céu e o Inferno, reconhecimento de culpa, arrependimento, expiação e retorno sincero ao bem não é processo simples e cada Espírito leva um tempo mais ou menos longo para completa-lo em relação a cada imperfeição que reconhece à medida que progride.

Portanto, NÃO, o que você faz não volta para você como uma lei inexorável, pois, o Espírito simples e ignorante não possui moral e inteligência, não tendo, assim, responsabilidade pelos seus atos.

Além do mais, consciência dos atos não importa em consciência lúcida, pois, é, ainda, na medida em que a alma goza de seu livre-arbítrio [que] sua responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência (Allan Kardec, Revista Espírita de 1864).

Claro que a lei é "a cada um segundo suas obras". Mas, o Espiritismo ensina que o  Espírito somente é responsabilizado conforme o esclarecimento que já tenha adquirido. Não se trata de uma responsabilização EXTERNA ao Espírito (heteronomia). Trata-se do exame de consciência que faz (autonomia), como o processo acima delineado. A responsabilidade é sempre proporcional à elevação e conhecimento adquirido pelo Espírito (inevitável lei do progresso).

Segundo a questão 262.a de O Livro dos Espíritos, Deus sabe esperar, não apressa a expiação. A Lei é de Progresso. Há uma INEXORÁVEL continuidade, sem a qual não haveria harmonia no universo.

Podemos afirmar que, em relação aos seres espirituais, o universo não é reativo, pois vige a harmonia entre a unidade e a variedade dos seres. Nenhum Espírito, portanto, desarmoniza a natureza.

Conforme a questão 132 da obra ora citada, a encarnação é meio para os Espíritos chegarem à perfeição. Conforme desenvolve sua inteligência, a responsabilidade do Espírito cresce. Cada um avalia a encarnação do seu ponto de vista, para uns é missão e para outros é expiação.

De acordo com a questão 166 de O Livro dos Espíritos, a reencarnação tem finalidade expiatória, ocasião em que o Espírito progride, se transforma, se despoja das impurezas.

O número de reencarnações varia de Espíritos para Espíritos. Uns avançam mais rápido e outros nem tanto, mas, as reencarnações são sempre numerosas. A ideia não é de reação, mas de consequência.

Você já havia meditado sobre esse tema. Compreende, agora, porque o Espiritismo não adota a teoria ou lei do Karma (carma)? Deixe sua contribuição.

Uberaba-MG, 05/02/2023
Beto Ramos

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

CHEGOU A HORA PORQUE MORREU OU MORREU PORQUE CHEGOU A HORA?

Muito se tem falado, inclusive em berço espírita, que nossos queridos irmãos e irmãs acometidos do mal pandêmico que assola o país e o mundo, ao sucumbirem à COVID-19, morreram porque "chegou a hora". Por essa linha de raciocínio é possível concluir, então, que há destino ou karma (também carma). O Espiritismo valida essa teoria?

O Livro dos Espíritos nos proporciona campo para agudas reflexões. De acordo com o fatalismo compreende-se pelo vocábulo fatalidade a qualidade daquilo que é fatal, isto é, destino que não se pode alterar. Pois bem, pretendemos pensar a respeito.

Vejamos, então, a questão 851 da obra mencionada. Kardec questionou os Espíritos sobre a existência ou não da fatalidade nos acontecimentos da vida, conforme o sentido acima exposto. Na verdade, o Codificador desejou saber se existem ACONTECIMENTOS predeterminados. Incluiu na sua indagação, em caso de resposta positiva, o que seria do livre-arbitrio?

A resposta objetiva foi que a fatalidade existe UNICAMENTE pela ESCOLHA QUE O ESPÍRITO FEZ DESTA OU DAQUELA PROVA que sofrerá ao reencarnar.

Aprendemos que o Espírito institui a si mesmo uma espécie de destino. Ora, é preciso ter em mente o significado de destino e de uma espécie de destino. Na questão mencionada os Espíritos Superiores vão conceituar essa espécie de destino. Nada mais é que A CONSEQUÊNCIA DA POSIÇÃO EM QUE O ESPÍRITO VIER A ESTAR COLOCADO.

Vamos interpretar? Segundo o MEIO EM QUE O ESPÍRITO REENCARNA, tendo escolhido o GÊNERO DE PROVAS, sujeita-se às CIRCUNSTÂNCIAS que tal gênero irá lhe proporcionar. Nesse meio existem pessoas, coisas e provas morais que o Espírito experimentará. Se no meio existem situações alheias à vontade do Espírito, tais como as que dependam de decisões de terceiros, a reencarnação sob determinado gênero de provas, de certa maneira, traçará uma rota evolutiva.

Todavia, é preciso lembrar que NINGUÉM está fadado (isto é, fatalmente) a essa mesma rota. São infinitas as opções de escolhas que faremos ao longo do desenvolvimento daquele gênero de provas anteriormente escolhido (no chamado planejamento reencarnatório).

Ainda assim, até mesmo as escolhas não estarão livres de certas amarras que vão relativizar o livre-arbítrio do Espírito. Isso não significa que se deva lançar qualquer situação que seja à conta do destino. Não sabemos quais são as provas escolhidas pelo Espírito, o que é ou não consequência de suas faltas, além do que as ideias exatas ou falsas que fará das coisas o levará a atingir ou errar seu alvo. Para tanto, considera-se, também, o caráter de cada um e sua posição social, dentre outros fatores.

Atribuir o que ocorre ao Espírito encarnado à conta da sorte ou destino é um meio de fugir ao dever de refletir sobre as próprias ações e suas consequências. Voltemos ao tema principal: A MORTE. O que há de fatal nisso?

Segundo a teoria Espírita, FATAL é somente O INSTANTE DA MORTE. Saber disso faz toda a diferença. Chegou a hora porque morreu ou morreu porque chegou a hora? Não é um jogo de palavras. A resposta é: chegou a hora porque morreu!

Se essa hora NÃO chegou, a morte somente ocorrerá quando as LEIS DIVINAS forem violadas. Disto resulta que é possível e desejável que o ESPÍRITO lance mão de todas as precauções possíveis para evitar uma morte que o esteja ameaçando. Para uma reflexão desejável, o leitor não deve comparar a onisciência e onipotência do Criador, que tudo sabe sobre suas criaturas, com a ideia de destino.

Todos os perigos que cercam o Espírito encarnado mostra-lhe o quão fraco e frágil é uma existência. Segundo o ensino dos Espíritos é preciso sempre examinar a causa e a natureza dos perigos. Quase sempre são consequências de faltas cometidas, isto é, da negliência no cumprimento de um dever. O Espírito, sabendo o gênero de provas que escolheu, sabe quais são os perigos a que está exposto e que lutas terá que sustentar para evitá-los.

Se assim não fosse, o que dizer daqueles que afrontam perigos, que visam o autoextermínio ou que amealham todo tipo de vício? De resto, é preciso compreender com profundidade: a fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao MOMENTO em que o ESPÍRITO deverá APARECER e DESAPARECER do mundo em que escolheu para reencarnar.

Voltando à questão pandêmica é preciso refletir: o Espírito poderia afastar um fato como a morte pela COVID-19? Nem tudo que sucede ao Espírito ESTÁ ESCRITO como se costuma dizer. Os acontecimentos são consequências de atos praticados por livre vontade, sem o qual o acontecimento não teria se dado. Recorde-se de muitos que sucumbiram a esse mal por pura negligência ou imprudência.

Outra questão que vem de encontro a essa reflexão é que a humanidade carece de grandes dores, fatos importantes e capazes de influir-lhe moralmente. São úteis à sua depuração. Sua finalidade é apenas de instrução. A reencarnação e tudo o que nela ocorre é um processo pedagógico. Tudo é instrução para o Espírito.

Nesse grande laboratório planetário promove-se muitas experimentações, muitas experiências. A culpa não é de Deus e nenhum acontecimento deve ser creditado à conta do Destino. É bom que a humanidade aprenda nesse processo a assumir sua responsabilidade como ente coletivo.

É imperativo compreender que, pela ação da vontade, até mesmo acontecimentos que deveriam verificar-se, podem ser altarados. As condições para tanto são: a alteração deve ser cabível, estar em conformidade com as leis naturais e na sequência do gênero de vida escolhida pelo Espírito. A todos é facultado IMPEDIR O MAL, sobretudo aquele que possa concorrer para a produção de um maior.

Se a fatalidade, como compreendida no princípio desse texto, realmente existisse, aquele que em vida cometesse um assassínio saberia que escolheu uma existência fadada a cometer esse crime. ISSO NÃO OCORRE. O Espírito que escolhe uma vida de lutas sabe que poderá sentir o desejo de matar alguém, mas, não sabe se irá ceder, pois, tem a deliberação de infringir as leis Divinas ou não. Numa palavra, se soubesse que mataria alguém, estaria PREDESTINADO ao crime.

TUDO RESULTA SEMPRE DA VONTADE E DO LIVRE-ARBÍTRIO. Saber escolher faz toda a diferença. Não há ninguém predestinado ao sofrimento, como não há ninguém nascido sob uma boa estrela. Em Espiritismo temos uma lição importante: "é tolice tomar tudo ao pé da letra".


Beto Ramos

Uberaba-MG, 22 de fevereiro de 2021.


DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...