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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

MOVIMENTO PLANETÁRIO PARA O PROGRESSO MORAL

 

Há sinais de que, na Terra, "tende a se estabelecer uma nova ordem de coisas, e os homens que são seus maiores opositores, sem saber, contribuem para isso"?

Podemos afirmar que está surgindo uma geração desembaraçada das escórias do velho mundo e que é formada de elementos mais depurados, animada de ideias e sentimentos diferentes dos que a geração presente demonstra?

Será que o velho mundo, logo, estará morto e viverá apenas na história, como ocorreu com os tempos da idade média, com seus costumes bárbaros e suas crenças supersticiosas?

Por incrível que pareça, todas as respostas a estas indagações são afirmativas. Encontramos essa bela dissertação na obra A Gênese, de Allan Kardec, 1868 (FEAL, 2018), no capítulo 18, Os Tempos São Chegados.

No final do item 7 o organizador do Espiritismo escreve:

"No entanto, todos sabem quanto deixa a desejar a atual ordem de coisas. Após, de certa forma, ter se esgotado o bem-estar material que a inteligência pode produzir, se compreenderá que o complemento desse bem-estar só pode estar no desenvolvimento moral. Quanto mais se avança, mais se sente o que falta, entretanto, sem poder ainda definir claramente: trata-se do trabalho íntimo que se opera pela regeneração. Tem-se desejos, aspirações que são como o pressentimento de um estado melhor".

Chama a atenção a observação de Allan Kardec quanto aos acontecimentos que permeiam esse processo:

"Contudo, uma troca tão radical como essa que se elabora não pode se cumprir sem comoção. Há uma inevitável luta entre as ideias. Desse conflito nascerão forçosamente perturbações temporárias até que o terreno esteja limpo e o equilíbrio, restabelecido. Assim, da luta de ideias surgirão os graves acontecimentos anunciados, e não de cataclismos ou catástrofes PURAMENTE materiais. Os cataclismos gerais eram as consequências do estado de formação da Terra, e atualmente não se agitam mais as entranhas do globo, mas as da humanidade".

Observando os acontecimentos dos dias atuais seria possível identificar movimentos, isto é, agitações da humanidade?

Em substancioso artigo, disponível na internet em A ATUAL CRISE DO CAPITALISMO, Reinaldo A. Carcanholo (professor do programa de pós-graduação em Política Social da Universidade Federal do Espírito Santo) afirma:

"A verdade é que vivemos em um regime que significa uma verdadeira tragédia para importante porção da humanidade, ao lado da pobreza para grande parte do restante. O período do colapso da atual etapa e o futuro do capitalismo só aumentarão a tragédia. Acreditar no retorno de um capitalismo capaz de crescimento sustentável e até de concessões aos trabalhadores é crer em ilusões; divulgar ideias nesse sentido é disseminar falsas esperanças. A perspectiva reformista produz um grande dano político. O capitalismo de amanhã só poderá ser pior do que o de hoje. Em nossos dias, para a humanidade, o capitalismo teoricamente está morto, é necessário matá-lo historicamente. E isso será muito difícil, mas não impossível."

Não estaríamos, segundo o estudo apresentado, diante do  que Kardec descreveu como o prelúdio do esgotamento do tal bem-estar material, que exige os esforços da humanidade para ser superado pelo desenvolvimento moral?

Responde-se positivamente a essa indagação. Contudo, é importante lembrar que o "progresso de cada parte do conjunto é relativo ao seu grau de adiantamento" (A Gênese, Allan Kardec, 1868 (FEAL, 2018), capítulo 18, item 9, Os Tempos São Chegados).

Há uma luta entre as ideias e isto se comprova por meio do estudo publicado na Revista Internacional Educon (ISSN 2675-672, vol. 2, n. 3, set/dez 2021), cujo título é "O Negacionismo: uma Crise Social da Relação com a “Verdade” na Sociedade Contemporânea", que esclarece:

"O que está em jogo no negacionismo e na crise da relação com a verdade, porém, não é apenas a ciência e seu ensino: é o espírito crítico, a liberdade de pensamento, a convivência democrática, a possibilidade de um mundo comum, compartilhado por pessoas diferentes. O que está em jogo, em todas as disciplinas da escola, e também na educação pelos pais e na forma como a sociedade trata os jovens, é a questão que Charlot levantou no seu livro Educação ou Barbárie? (Charlot, 2020). Formas antigas de barbárie estão voltando: nacionalismos agressivos, fundamentalismos religiosos excludentes, celebração das armas, da sobrevivência dos mais fortes e da morte dos mais fracos. Formas novas de barbárie estão invadindo o espaço público: cyberbullying, assédio e ódio nas redes sociais. O negacionismo é a forma epistemológica da barbárie contemporânea".

Todavia, apesar da luta de ideias nos dias atuais, Allan Kardec afirmou ainda no século 19 que "o progresso intelectual realizado até hoje, em grandes proporções, constitui um grande passo e marca a primeira fase da humanidade, mas sozinho é impotente para regenerá-la. Enquanto o homem estiver dominado pelo orgulho e egoísmo, utilizará sua inteligência e seus conhecimentos em proveito de suas paixões e de seus interesses pessoais" (Idem, item 16).

E não é exatamente o que se verifica no atual século 21? A bem dizer, o que se verifica não é o "aperfeiçoamento dos meios de prejudicar os outros e de destruição mútua" (ibidem)? Constata-se positivamente o vaticínio de Kardec.

Hoje, o negacionismo, como meio de prejudicar e destruir o próximo, distancia-se da crença estabelecida nas verdades eternas, que, não sujeitas à discussão, seriam aceitas por todos. O trabalho de esclarecimento, pois, está no início e exige o esforço de todos, uma vez que:

"Somente o progresso moral pode assegurar a felicidade dos homens sobre a Terra, colocando um freio às más paixões; só ele pode fazer reinar entre todos a concórdia, a paz, a fraternidade [...] Um tal estado de coisas supõe uma troca radical de sentimento das massas, um progresso geral que só poderia ocorrer saindo-se do círculo de ideias mesquinhas e triviais que alimentam o egoísmo".

A verdade é que ainda haverá choro e ranger de dentes. A batalha pela regeneração da humanidade coloca, lado-a-lado, os detentores das ideias progressivas e maduras e os refratários, que combatem as ideias novas como subversivas.

Nesse sensível movimento planetário para o progresso moral, é possível observar uma luta entre a geração de Espíritos refratários e a geração dos Espíritos que, mesmo não regenerados, amadureceram para as ideias de convivência fraterna, igualitária e solidária?

Responde aí nos comentários.


Uberaba-MG, 01/12/2022
Beto Ramos.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

NEGACIONISMO NÃO COMBINA COM ESPIRITISMO!


Várias práticas adotadas por indivíduos que pertencem, ou se dizem pertencer, ao chamado movimento espírita (conjunto de pessoas que se declaram espíritas), o qual não guarda qualquer relação com o Espiritismo (ciência dos Espíritos), nem com a Doutrina Espírita (conteúdo organizado por Allan Kardec, onde constam princípios, postulados, teorias e hipóteses Espíritas), distanciam-se completamente do ensino dos Espíritos.

Nesse sentido, é preciso trazer à baila alguns pontos que são relevantes para meditação, notadamente uma reflexão séria. Portanto, ao iniciar esse artigo, é preciso afastar a crítica rasa de que se trata de opinião pessoal, posto que o seu conteúdo é extraído do ensino dos Espíritos organizados por Allan Kardec.

Um ponto fundamental a ser esclarecido é que, segundo o Espiritismo, DEUS não age junto à criação por meio de caprichos, castigos, recompensas ou qualquer outra hipótese no mesmo sentido. Os Espíritos são claros: "Nada acontece sem a permissão de Deus porque foi Ele quem estabeleceu AS LEIS QUE REGEM O UNIVERSO". 

Pois bem, Deus concedeu ao Espírito a liberdade de escolha, deixando para cada um a RESPONSABILIDADE DOS SEUS ATOS E DAS SUAS CONSEQUÊNCIAS. Restando afirmar que NADA É OBSTÁCULO ao futuro do Espírito.

Deus age na obra da criação por meio de Leis Naturais Universais, segundo se depreende da Questão 258 de O Livro dos Espíritos. Assim, qualquer Espírito que sucumbe diante da prova escolhida tem a consolação de que haverá novas oportunidades.

O objetivo da encarnação é levar o Espírito à perfeição (Q. 132, LE). Para isso o Espírito reencarna, uma vez que o melhoramento individual é progressivo, não ocorre em apenas uma encarnação e, nas sucessivas oportunidades, o Espírito vai se instruindo na experiência (expiação), situação em que o conjunto da humanidade, também, melhora progressivamente (Q. 166, LE).

Se essas considerações estão claras e comprovadas segundo o ensino dos Espíritos, é importante indagar: o Espírita que propaga informação diferente é Espírita, segundo Allan Kardec? A resposta é negativa.

Aquele que não compreendeu essa ideia simples de autonomia moral e liberdade do Espírito (Q. 120, 132, 166, 258, 262, 262.a, 266, 629 e seguintes, 893 e seguintes, dentre outras), o que implica compreender o objetivo/finalidade da encarnação e pluralidade das existências, não reúne condições necessárias para disseminar a "ideia Espírita" (expressão de Kardec).

Essa falta de conhecimento doutrinário implica uma série de condutas que ferem profundamente os princípios e postulados Espíritas. Uma delas, muito evidente, é NEGAR A CIÊNCIA. Uma conduta totalmente contrária ao que Kardec consignou nas suas obras, especialmente em A Gênese (FEAL, 1868):

"[...] o Espiritismo jamais será superado, pois, se novas descobertas demonstrarem estar em erro em um determinado ponto, ele se modificará sobre esse ponto. Se uma nova verdade se revela, ele a aceita". (KARDEC, Allan, A GÊNESE - os milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (p. 71). Edição do Kindle).

Se o conteúdo dessa obra não é tão conhecido pelos pretensos espíritas, o mesmo não ocorre com a obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, especialmente quando o Espírito da Verdade, no capítulo 6, item 5, adverte: "Espíritas, INSTRUÍ-VOS". Parece claro que o integrante do denominado movimento espírita carece obedecer a esse comando. Instrução implica, é claro, não negar ciência, pois que 'ter ciência' é adquirir conhecimento e 'fazer ciência' é construir/divulgar/disseminar o conhecimento.

Finalmente, é importante salientar que não há 'vacina espiritual', nem qualquer outra coisa nesse sentido. Importante não confundir a exposição nesse ponto com a ciência do magnetismo animal, cujo fundamento é outro. Não resta dúvida sobre isto quando se estuda o conteúdo do item 8, capítulo 1, da obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, em que fica clara a afirmativa de Kardec:

"A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se".

Para que essas duas alavancas pudessem se entender, foi necessário o advento de algo que preencheria a lacuna ou espaço que as separava. O que surgiu para ligar uma à outra foi o Espiritismo, o qual forneceu o conhecimento necessário sobre as LEIS QUE REGEM O MUNDO ESPIRITUAL E SUAS RELAÇÕES COM O MUNDO CORPORAL, LEIS TÃO IMUTÁVEIS COM O AS QUE REGULAM O MOVIMENTO DOS ASTROS E A EXISTÊNCIA DOS SERES.

Se Deus não se contradiz, se as Leis não podem ser a negação uma das outras, se não há incompatibilidade entre as duas ordens de ideias, é importante saber que os Espíritas não podem falhar na sua observação, não podem ser exclusivistas, não podem entrar em conflito, além de não poder demonstrar incredulidade e intolerância (Aliança da Ciência com a Religião, item 8, cap. 1, ESE).

Do contrário, temos que o indivíduo, apesar de autodenominar-se espírita, realmente não é, segundo o que Allan Kardec compreende como o verdadeiro Espírita. Deste modo, conclui-se que negacionismo não combina com Espiritismo. Caso o indivíduo busque se fundamentar em alguma possível comunicação advinda dos Espíritos, busque sempre validar o conteúdo da informação em conformidade com o item II da Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Autoridade da Doutrina Espírita, Controle Universal do Ensino dos Espíritos).

Viva a Lei Moral do Progresso!

Uberaba-MG, 09/11/2022
Beto Ramos


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