Quando fala-se na importância de estudar o Espiritismo, certamente, algumas questões relacionadas a estudo precisam vir à mente daquele que pretende investigar esse ou aquele objeto. Trata-se, sem medo de errar, do método. Para defini-lo é preciso escolher o objeto de estudo.
Notadamente, o pesquisador (aquele que deseja aprender, compreender, investigar, pesquisar, conhecer, saber...), depois de escolher um objeto para o seu trabalho, precisa relacionar as hipóteses possíveis que já tratam do assunto e daquelas que podem surgir, enfrentando, inclusive, as dúvidas e refutações, além, é claro, das objeções.
a) Por que denominamos o Espiritismo como "codificação"? Essa expressão está correta?
b) Por que Allan Kardec é chamado de o "codificador do espiritismo"? Foi dessa maneira que ele se denominou?
c) O que pensava Allan Kardec a respeito de dogmas codificados? É próprio de uma filosofia ou das religiões?
Para os Espíritas (assim como para todos os que desejam conhecer a Doutrina Espírita) são necessárias algumas considerações e informações sobre o Espiritismo, uma vez que se trata de uma ciência filosófica, assim conceituada por Allan Kardec, também chamado de Codificador do Espiritismo.
Falamos muito em codificação, codificador, etc., mas, os "por quês" são nossos conhecidos? Sabemos, de fato, qual o sentido dessas palavras? Denominamos o Espiritismo como doutrina, mas, e daí? o que isso quer dizer? Significa algo? Faz sentido para aquele que se intitula espírita?
Você que está lendo com objetivo de aprender, assim como eu que escrevo, ficará com a responsabilidade de responder:
Nesse texto vou responder não responderemos a essas indagações por ora, uma vez que na Revista Espírita de 1868, de modo sutil, tratou do tema. Vamos, por outro lado, apresentar a definição de 03 (três) termos que permeiam a Doutrina Espírita, cujo conhecimento ajuda o estudante do espiritismo a afastar ideias preconcebidas, principalmente aquelas advindas do "senso comum". Vamos a elas:
Doutrina: é o conjunto de ideias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas; uma doutrina contém ideias básicas que compõem um sistema filosófico, político, religioso, etc.
O Espiritismo, quando conhecido por meio dos ensinos de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores, afasta as duas outras hipóteses, isto é, sistema político e religioso. Sim, o Espiritismo É UM SISTEMA FILOSÓFICO. Ora, devemos, pois, definir ao seu turno o termo seguinte. Mas, como saber isso? Estudando a obra O Que é o Espiritismo, em seu preâmbulo, bem como diversas outras obras e artigos da revista espírita.
Filosofia: é o amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano; trata-se da investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassa a OPINIÃO IRREFLETIDA do SENSO COMUM (tudo que está preso à realidade aparente e sensível).
Mas, não sendo o espiritismo uma religião, como CONCLUI e ensina Kardec, é preciso ter em mente o significado dessa palavra, pois o que se convencionou denominar religião afasta a possibilidade de uso dessa expressão pelos espíritas.
Religião: sistema de doutrinas, crenças e práticas rituais próprias de um grupo social, estabelecido segundo uma determinada concepção de divindade e da sua relação com o homem; observância cuidadosa e contrita dos preceitos religiosos; prática, doutrina ou organização que se assemelha a uma religião; culto que se presta à divindade, consolidado nesse sistema.
Kardec ainda explicou da RE DEZ/1868 que o nome religião foi dado ao 'conjunto de princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé (aqui trata de uma fé cega).
De posse da significação das palavras usadas na introdução ao estudo da doutrina espírita por Allan Kardec vamos compreender de forma clara o que é o Espiritismo: uma ciência que estuda as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível, ao mesmo tempo que é filosofia, pois, estuda as consequências morais advindas dessas relações. Então, necessariamente, por último, é preciso significar a palavra ciência, do que não vamos fugir.
Ciência: é um corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente.
Para o nosso estudo da doutrina espírita é preciso estar acompanhado de Allan Kardec. Isso se faz buscando subsídios na sua obra, que não se resume a 05 (cinco) livros (são bem mais que uma vintena). A uma: porque Kardec é um nome adotado por um conhecido, famoso e renomado educador, professor, pedagogo, cientista, filosofo e escritor francês.
O seu vasto currículo e obra dão notícias de sua formação, do seu conhecimento, do seu caráter e das influências que recebeu antes de realizar sua missão junto ao Espiritismo e à humanidade e que estão presentes nos livros espíritas por meio dos quais organizou o espiritismo, locus em que se contém a Doutrina Espírita.
A duas: não sendo apenas 05 (cinco) obras é preciso saber que estas são o que vamos chamar de ponto de chegada e não pontos de partida como muitos pensam. As obras de Allan Kardec, no Espiritismo, eram produzidas após muito estudo, muitas investigações, muitas experimentações, muitas trocas de informações e, sobretudo, com o uso de todo o conhecimento adquirido até então em matéria de ciência e filosofia, principalmente o que já se havia produzido em matéria de espiritualismo racional.
Fico por aqui. Deixe sua opinião nos comentários, responda as indagações que fizemos e deixe, também, sua impressão sobre o texto.
Até breve!
Beto Ramos.