Seguidores

Pesquisar este blog

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

A TEORIA DA QUEDA

 

O anacronismo consiste em atribuir a uma época ou a um personagem ideias e sentimentos que são de outra época, ou em representar em certas obras costumes e objetos de uma época a que não pertencem.

Isso acontece com bastante frequência entre os 'intérpretes' da Bíblia. As citações que constituem o conteúdo desse conjunto de livros foram, inicialmente, transmitidas oralmente. Quando de sua reunião, já foi devidamente comprovado, que os textos pertenciam a épocas diversas, não havendo uma cronologia entre os mesmos. Importante notar que o conteúdo de cada livro apresenta registros distintos. Existem narrativas, novelas, parábolas, contos, história, estória, poesias, cantos, entre outros.

Uma questão que bem comprova a nossa tese refere-se à QUEDA. Existem 'intérpretes' que afirmam estar o tema relacionado com as personagens Adão e Eva, cujo cenário seria a 'expulsão do paraíso', por cometerem o pecado da desobediência (o caso aqui é de expulsão do paraíso - Gn 3:1-24; o problema 'grave' é o fato de comer uma fruta do jardim).

A pergunta é: quando se fala em queda, a personagem que 'cai' é anjo ou é homem? Não é incomum verificar que, a partir dessas contradições, certo 'Lúcifer' surge como um líder  de uma rebelião dotado de forças semelhantes a Deus, constituindo seu reino na Terra.

O fato é que a questão QUEDA é tratada novamente no capítulo 6 do Livro Gênesis. No entanto, a expressões usadas serão: filhos de Deus e filhas dos homens. Conectando a ideia de QUEDA relativa á personagem Adão, o apressado já logo interpreta que esses tais filhos de Deus são, na verdade, descendentes de Sete em oposição àqueles do fratricida Caim.

Ora, Adão e seus descendentes são homens, portanto, todos filhos do homem. Qual a incoerência interna encontrada naquela solução apresentada? Está na compreensão do significado da expressão filhos de Deus. Quem vai dizer o que significa essa expressão no texto é o seu autor.

Primeiro, é importante destacar que o objetivo dos intérpretes é explicar todo o mal que há no mundo. Considerando que o relato do texto corresponde a uma verdade divina, o intérprete busca respostas nas narrativas bíblicas. Sem considerar o contexto, fica adstrito apenas ao texto.

A questão, agora, é responder: de onde vem essa teoria da QUEDA? Primeiro, é importante ficar claro que Adão foi 'expulso' (lançado fora) de um certo lugar na própria Terra (Eden, o jardim), ocasião em que para ele e sua família um porta se fechou para sí, sendo vigiada por um guardião e uma espada. Todas essas figuras são alegóricas e noutra ocasião veremos o que significam.

Se não se refere a Adão, vejamos as questões referentes aos filhos de Deus em Gn 6:1-8. Alguns intérpretes, como já mencionado, identificam esses com os filhos de Sete. Mas, esse significado fere o sentido linguístico da expressão idiomática daqueles que redigiram essa narrativa. O autor usa uma palavra pretendendo dizer algo, passar uma ideia. Qual é essa ideia?

Distante do judaísmo do Segundo Templo, não conseguimos promover uma interpretação sobrenatural das palavras filhos de Deus. Aliás, esse significado não é popular tanto no judaísmo quanto no cristianismo de hoje. No entanto, o autor do texto compreendia claramente que filhos de Deus eram seres angelicais e não humanos.

A partir destas informações começamos a perceber inconsistências na teoria de QUEDA. Não se refere a paraíso, pois Adão foi expulso e não houve QUEDA. Nem do ponto de vista moral. A expressão idiomática não pode ser apontada para os filhos de Sete, uma vez que seus filhos são humanos.

Não fica de pé a teoria de QUEDA, mesmo quando sabemos que o autor transmitiu uma mensagem que foi interpretada pelo judaísmo do Segundo Templo como uma referência a 'anjos'. Isto é, o texto de Gênesis que traz a expressão filhos de Deus está se referindo a seres angelicaisCorroboram com o significado 'anjo': 1 Pedro 3:19,20 e 2 Pedro 2:4-6 (Novo Testamento).

O anacronismo, a falta de conhecimento do verdadeiro significado das palavras, uma equivocada interpreteção que nada mais faz que juntar textos do livro Gênesis (Capítulos 3 e 6), bem como framentos de Cartas e Espístolas (v.g., Pedro e Judas) vão, a nosso ver, auxiliar que se suponha uma ideia QUEDA de.... 'anjos'.

Segundo nossos estudos Gn 6:1-8 faz referência ao conceito ou ideia sobrenatural da expressão idiomática 'os filhos de Deus', apesar de sua impopularidade nos dias atuais.

Finalmente, onde está a incoerência da interpretação equivocada da suposta existência de uma QUEDA DE ANJOS? 

1 Pedro 3:19,20: "No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes [...]".

Judas 1:6: "E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até o juízo daquele grande dia".

2 Pedro 2:4-6: "Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo [...]. E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente".

Não houve QUEDA. Por meio do uso de seu livre-arbítrio, os "anjos' que se rebelaram contra Deus deixaram sua própria habitação. Não houve QUEDA. Os "anjos" pecaram. Vejamos o significado de PECADO:

Em hebraico, a palavra לְהַחטִיא (lehachti) significa errar um alvo, isto é, cometer um erroReferindo-se aos guerreiros de Benjamin, em Juízes 20:16 vamos encontra a expressão לֹא_יַחֲטִא (lo yachti). Esses guerreiros nunca erraram um alvo. Além do mais, essa expressão está conectada com a ideia, também, de purificação da casa.

Isto posto, recordando que essa interpretação é condizente com a parábola dos dois filhos contada por Jesus (parábola do filho pródigo ou parábola do filho egoísta) é possível afirmar que não houve QUEDA, pois ao cometerem um equívoco, esses Espíritos abandonaram sua habitação e foram em busca de experiências. Trata-se do uso da autonomia do Espírito em processo de evolução.

Em lugar de anjos, pensamos que são Espíritos apenas. Se vieram para a Terra e se juntaram às mulheres para formarem novos povos e nações é que precisavam reencarnar. Tudo em conformidade com as Leis Naturais.

Uberaba-MG, 08/12/2021
Beto Ramos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

O MINISTÉRIO DE JESUS EM JERUSALÉM À LUZ DO ESPIRITISMO


No capítulo 5 do Evangelho de João, pela tradução de Haraldo Dutra Dias, vamos encontrar o seguinte título da perícope composta pelos versículos 19 a 47: Discurso sobre a obra do filho. No comentário de F. F. Bruce, da série Cultura Bíblica, editora Vida Nova, o título é O Ministério em Jerusalém.

O versículo 19 começa relatando que Jesus respondeu. Mas, respondeu a quem? É importante saber que nos versículos anteriores, 17 e 18, fora efetuada a conclusão do relato referente ao tema A Cura do Enfermo no Tanque Bethzatha (ou Betsaida).

O fato é que um homem, doente há mais de 30 anos, jazia num catre, uma espécie de cama de viagem, dobrável, rustica e pobre. Ele era paralítico. Jesus, vendo-o, questiona se ele queria ficar curado. Ao contrário de responder à pergunta, o homem começa choramingar e reporta sua dificuldade de se jogar no tanque (considerado 'milagroso'), pois não havia quem pudesse atirá-lo no mesmo e, na sua condição, não haveria como competir com os demais.

Jesus, então, ordena que ele se levante e ande. Foi o que aconteceu. Sem tanque, sem água milagrosa, somente pelo verbo.

Pois bem, o ser humano é muito estranho. Veja o desenrolar da história. Essa ocasião era um dia de sábado. Segundo a Lei Mosaica, vigente à época, o trabalho era proibido. Nesse caso, considerando trabalho qualquer atividade humana. Assim sendo, para os "fiscais da lei", pouco importava se era ou não paralítico, o caso é que naquele dia ele não poderia ser visto carregando seu catre. Os judeus, vendo-o, acusaram-no de cometer um ato ilícito.

E não é que o ingrato tenta se safar e aponta alguém da multidão como sendo quem o mandou fazer isso! Em meio a tanta gente ele não sabia identificar quem era.

No entanto, um novo encontro acontece. Agora, ele se depara com Jesus no Templo, o qual o adverte de que após ter se tornado são, não deveria pecar novamente para que algo pior não ocorresse.

Parece que esse homem não ouviu bem a advertência e foi até os judeus e 'dedurou' Jesus, afirmando que fora ele quem o curou. Era, talvez, um sábado atípico, pois, os judeus se depararam agora com dois casos de "trabalho ilícito" no sábado: o ex-paralítico carregando a cama e esse tal Jesus 'curando'.

Pois bem. Os judeus foram até Jesus confrontá-lo sobre o motivo pelo qual fazia essas coisas no sábado (por que não na sexta, ou no domingo?). Jesus dá uma resposta curiosa: "Meu Pai Trabalha, eu também trabalho".

Foi o estopim para acusá-lo de cometer blasfêmia, pois, para eles Jesus se tratava como filho de Deus e se comparava a Ele. Segundo eles, Jesus deveria submeter-se à Lei humana (no caso, a de Moisés).

É nesse contexto que tem início a próxima perícope do versículo 19. Então, Jesus vai responder a essa acusão de blasfemar e desobedecer à Lei mosaica referente ao sábado.

Vamos, agora, examinar o conjunto de razões apresentadas por Jesus, bem como o fato narrado e suas circunstâncias, suas implicações, o ensino de Jesus e como poderíamos sugerir uma proposta de interpretação à Luz do Espiritismo. Pedimos que o (a) leitor (a) tenha em mãos o texto dos versículos 19 a 47 do capítulo 5 do Evangelho de João.

Primeiramente, parece que Jesus explica o mecanismo da cura:

1. Não faz nada de si mesmo e só faz o que viu Deus fazendo;

2. Faz as coisas de forma semelhante ao fazer divino, ou seja, inspirado pelo AMOR DIVINO;

Há um processo evolutivo. Espíritos da hierarquia de Jesus estão em comunhão com Deus. Possuem um conhecimento amplo das Leis Naturais. Compreendem tanto as leis que regem o mundo físico como as leis que regem o mundo espiritual. São Espíritos puros que veem e compreendem Deus.

3. Jesus compreende e aplica os conceitos do magnetismo animal, ou seja, soergue a vontade do enfermo e lhe potencializa as propriedades biológicas de regeneração e cura do corpo físico. Manipula com clareza e compreensão os fluidos espirituais por meio do seu pensamento e sua vontade. Para tanto, usa o seu perispírito que possui densidade equivalente ao seu grau de adiantamento moral e promove o magnetismo espiritual (sugerimos o estudo do capítulo 14, Os Fluidos, da obra A Gênese de Allan Kardec).

4. Jesus afirma que Deus opotunizará a todos ali presentes conhecerem e realizarem coisas ainda maiores do que a cura do paralítico.

5. Porque o Pai levanta e vivifica os mortos, Jesus, sendo Espírito Puro, vivifica quem quiser. Ou seja, ele conquistou a plenitude de suas faculdades espirituais.

Trata-se do magnetismo de cura, onde o Espírito que conhece e compreende a manipulação dos fluidos, usa seu pensamento e sua vontade para soerguer a vontade de um doente.

No caso, quem são esses mortos? São as pessoas que desconhecem as Leis Naturais, praticam a moral do interesse. São aqueles que não se ocupam do autoesclarecimento. Vejamos o paralítico. O que ele representa? Um morto, isto é, alguém inerte, insensível consigo mesmo, sem ânimo para QUERER alguma coisa. Questionado por Jesus se quer ser curado, o que ele responde? ABSOLUTAMENTE NADA. Sua resposta não vem com um: EU QUERO!

O paralítico tinha alguma vontade, mas não a vontade necessária. Jesus, devido à sua posição espiritual na escala espírita, soergueu a pífia vontade do paralítico (afinal ele estava próximo ao tanque com algum propósito, mesmo inconscientemente).

6. O texto dá uma lição importante. Nem castigo, nem recompensa. À exceção de Jesus, todos os demais envolvidos na narrativa possuem as falhas humanas naturais do processo evolutivo. A lição é de autonomia, pois"o Pai não julga a ninguém, mas deu todo o juízo ao filho".

Claro que Jesus falou de si mesmo, mas falou para toda a humanidade, senão vejamos:

a. Quem avalia as próprias ações são os próprios Espíritos. Jesus afirma que Deus não julga os seus atos, mas lhe facultou a razão, a inteligência para tanto.

b. Ensina que a responsabilidade provém das escolhas que fizer. A razão de cada um dirá se são boas ou más ações. Esse é o julgamento que cada um faz individualmente.

c. Deus mostra como agir, Jesus age de acordo com o exemplo divino. Todos recebem o dom da vida de Deus. Jesus escolhe agir com o mesmo amor que aprende com o amor de Deus.

d. Trata-se da moral autônoma. Enquanto os judeus escolhem agir julgando a vida alheia, isto é, o que pode e o que não pode, o dia que pode e aquele que não, Jesus julga a si mesmo e escolhe ser útil.

e. Ao curar o paralítico, agiu movido pelo dever de ser útil. Diante da Lei mosaica da época quanto ao sábado, ESCOLHEU O ATO DO DEVER MORAL e PRATICOU A CARIDADE DESINTERESSADA.

Diante da lei humana, isto é, da justiça dos homens, escolheu a caridade: benevolência, indulgência e perdão.

Até aqui, conforme o Espiritismo, vimos os seguintes temas manifestos:

  • Lei de reencarnação;
  • Livre-arbítrio;
  • Autonomia;
  • Magnetismo animal;
  • Uso racional da vontade e do pensamento;
  • Ato do dever moral;
  • Caridade desinteressada; e
  • Magnetismo espiritual.

Aprendemos que todos tem direito à escolha. Há açoes humanas que se assemelham ao AMOR DE DEUS e há, também, aquelas que dele se distanciam. Vejamos que tudo que há na criação aproveita aos justos e aos injustos. Deus age desinteressado na contrapartida humana. Cada um é senhor de si para imitar a Deus ou não.

7. Jesus assume a condição de missionário, isto é, vem à Terra com um propósito. Trata-se do ESCLARECIMENTO sobre o mundo espiritual, sobre a dupla natureza do ser humano: corpo e Espírito. Portanto, podemos tirar lições desta narrativa.

LIÇÃO DA VIDA ETERNA (1): Jesus anuncia que o processo de reencarnação, em dado momento, encerra-se, pois, todos vão ascender na escala evolutiva. Para tanto, é necessário:

- Ter Jesus como modelo na ação cotidiana;

- Ter uma Fé Racional em Deus, que é Pai, não castiga, não recompensa e propõe "a cada um segundo suas obras", em conformidade sempre com as Leis Naturais.

- Só há céu/inferno ou julgamento para quem desconhece o mundo espiritual, as leis que o regem e a dupla natureza humana (trata-se aqui de esclarecimento).

LIÇÃO DA RESSURREIÇÃO: Jesus fala sobre passar da morte para a vida. No seu ministério fica claro que se trata de compreender o propósito da existência humana:

  • Igualdade;
  • Fraterniadade;
  • Solidariedade.

Há os mortos que vão ouvir o ensino de Jesus desde o seu ministério; Há aqueles que vão demorar um pouco mais. Mas, todos vão ouvir. Os que já conseguem ouvir são os que incluem os outros, se preocupam com eles, não agem como máquinas. Aqueles que ainda não conseguem ouvir agem pelas formas exteriores e TEMEM a DEUS. Quem ouve Jesus AMA A DEUS.

LIÇÃO DA CURA (a vida em si mesmos): Deus é, tem todos os atributos e perfeições. É vida em si mesmo (Deus não adoece). Jesus testemunha que todos possuem vida em si mesmos. A autocura, tema inicial da narrativa, reclama pensamento e vontade esclarecida.

Mas, essa condição é uma conquista progressiva do Espírito, como foi a de Jesus que, sendo filho de Deus, e afirmando Deus Pai, declara que TODOS SOMOS IRMÃOS.

LIÇÃO PARA VIGIAR A SOBERBA: Quem ouve e pratica o ensino de Jesus agora, progride. Avança. Mas, o progresso é uma Lei divina. Não haverá seleção, castigo, recompensa, céu ou inferno, pois, chegará a hora para que cada um desperte-se para ouvir essa voz (são as leis gravadas na consciência do Espírito humano).

Que voz é essa? É voz que te inspira a praticar o ATO DO DEVER MORAL, da CARIDADE DESINTERESSADA. É a voz que lhe conduz para as ESCOLHAS DIFÍCEIS EM BENEFÍCIO DO PRÓXIMO. É a voz da sensação de amor profundo e da felicidade alcançada nessas ocasiões.

LIÇÃO DA MIGRAÇÃO E DA EMIGRAÇÃO DOS ESPÍRITOS: A lei de progresso é inexorável. O planeta progride. Os bons ficam no planeta regenerado ou vão a outros acaso tenham atingido patamar mais alto. Aqueles que ainda lutam contra o processo evolutivo, vão ajudar no progresso de planetas semelhantes aos seus desejos e às suas paixões (sobre os mortos que ouvirão a voz do filho agora e a hora de ouvir que chegará para aqueles que estão nos sepúlcros - relação com o progresso intelecto-moral das gerações).

LIÇÃO DA VERDADE: Cada um só pode afirmar e fazer juízo de qualquer coisa a partir do esclarecimento que já atingiu acerca das coisas. O nível espiritual de Jesus é do Espírito que não luta contra as leis naturais. A vontade soberana de Deus estabeleceu essas leis, e à isso ele se conforma.

LIÇÃO DA MATURIDADE DO ESPÍRITO: Por que Jesus não aceita testemunho humano acerca de si mesmo? Pelo fato de não sofrer qualquer influência da matéria. Sabe que o ser humano é falível. Veja como agiu o paralítico que, mesmo curado de sua doença de 30 anos, não exitou em acusar a Jesus para se eximir da culpa que lhe seria atribuída ao ser surpreendido carregando a cama. Foi movido pelo medo.

LIÇÃO DA SALVAÇÃO: O conhecimento liberta. As lições de Jesus visam demonstrar um meio eficaz de acelerar o processo evolutivo. Seguindo seu exemplo os erros e os equívocos não são cometidos. Quem havia se desviado do caminho (pecou), agora, retorna em direção ao alvo (salvação).

LIÇÃO DA COMUNHÃO COM O PAI: Muitos afirmam manter relação direta com Deus. Jesus afirma que essa possibilidade só é possível para Espíritos que já atingiram sua hierarquia espiritual.

Os humanos NUNCA ouviram a VOZ DE DEUS. NUNCA VIRAM SUA APARÊNCIA. Para eles nem a palavra de Deus é permanente, pois, são inferiores e falíveis, agem pela moral do interesse e, de um lado, não possuem fé, ou, de outro, se ela existe não é racional.

LIÇÃO DO JULGAMENTO: A humanidade busca a glória humana e não glória em Deus. Seu nome é usado em vão na Terra.

Não há, no mundo espiritual, acusadores; o acusador de cada um é a própria consciência. Os judeus passaram a vida acusando os outros com base na Lei mosaica; Jesus afirma que serão por ela acusados. É que, cada um cria para si mesmo o mundo que procura (criações fludicas).

Jesus ensinou que as escrituras não possuem vida eterna, mas há informação a esse respeito nelas e não foram investigadas; disse que Moisés escreveu a seu respeito, mas eles não pesquisaram o assunto.

Segundo Jesus, o problema humano é de esclarecimento, mas acima de tudo... MORAL.

LIÇÃO DA VIDA ETERNA (2): Não há vida eterna nas coisas exteriores, como no caso das escrituras. Elas não constituem a palavra de Deus. Sua palavra se expressa na Sua Criação. A vida eterna é atingida ao se buscar imitar os atos de Jesus, o qual imita Deus, isto é, agir movido pela moral do dever e praticar a caridade desinteressada.

É assim que se nutre do AMOR DE DEUS em si mesmo. É assim que se encontra vida em si mesmo.

A vida eterna virá quando o olhar humano não mirar as coisas materiais, exteriores, e nem exortar o poder da riqueza, poder material. A vida eterna virá quando o ser humano se conscientizar que é ESPÍRITO.


Uberaba-MG, 06/12/2021
Beto Ramos.

APONTAMENTOS DOUTRINÁRIOS EM ESPIRITISMO

 

No estudo aprofundado do Espiritismo vários pontos, não é incomum, passam e não são notados ou se o são, não são meditados.

Observamos, por exemplo, que o Espiritismo não definiu o princípio inteligente. Do ponto de vista conceitual, temos que o espírito é o princípio inteligente do universo e vice-versa. No entanto, do ponto de vista doutrinário, para o Espiritismo a ALMA em si, ou melhor, o ELEMENTO ESPIRITUAL, continua sendo uma abstração. Isto quer dizer que o princípio inteligente não foi isolado para observação.

Se para o ser humano é assim, vejamos para os Espíritos. Sabemos que nem todos os Espíritos já atingiram a capacidade cognitiva que lhes permitam estudar o Espírito. Aqueles que alcançaram essa condição estudam o Espírito em si, mas, individualizado pelo seu perispírito.

Explicando! É por meio do perispírito que os Espíritos percebem o mundo e expressam sua vontade, seu pensamento e o seu sentimento. É a partir de seus fenômenos que as relações entre o Espírito e seu perispírito podem ser estudadas.

Conforme declarou Kardec em O Livro dos Espíritos, a Doutrina Espírita é resultado do ensino dos Espíritos superiores. Portanto, o Espiritismo é uma ciência com método e teoria próprios para estudar os fenômenos espíritas.

Destarte, uma opinião fundamentada sobre a Doutrina Espírita é fruto do trabalho daquele que busca conhecer o seu objeto de estudo, os fatos sobre os quais estabelece suas hipóteses, seu método, a teoria historicamente estabelecida, as causas e as leis que sua teoria revela.

No Livro Segundo de O Livro dos Espíritos, estes vão ensinar sobre o Mundo Espírita ou dos Espíritos, já n'O Livro dos Médiuns, Segunda Parte, capítulo 7, magníficas informações serão apresentadas sob o título Laboratório do Mundo Invisível. Por sua vez, na obra A Gênese, em seu capítulo 14, as instruções serão a respeito dos fluídos.

Estudando essas obras e os capítulos mencionados será possível compreender um pouco mais e melhor acerca dos fluidos espirituais, como os Espíritos os manipulam e como percebem o mundo espiritual.


Uberaba-MG, 06/12/2021
Beto Ramos

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...