Seguidores

Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador Obras Póstumas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Obras Póstumas. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

OBRAS PÓSTUMAS NÃO É UM LIVRO DOUTRINÁRIO


ALLAN KARDEC
E O
CONTEÚDO
DE
OBRAS
PÓSTUMAS


É bastante comum observamos no movimento espírita brasileiro o uso do conteúdo de Obras Póstumas para justificar esse ou aquele posicionamento relacionado à Doutrina Espírita.

Nesse sentido, é lícito indagar: o conteúdo de Obras Póstumas é produto do trabalho de Allan Kardec? Para responder não basta lançar mão de uma opinião pessoal, é preciso deter um conjunto de conhecimentos prévios sobre o Espiritismo.

Em discurso pronunciado no túmulo de Allan Kardec, por ocasião de seu falecimento e diante de seus restos mortais, Camille Flammarion começa dando testemunho 'do relevante serviço que o autor de O Livro dos Espíritos prestou à filosofia, provocando a atenção e a discussão de fatos até então pertencentes ao domínio mórbido e funesto das superstições religiosas". 

Mais à frente no seu longo discurso Flammarion esclarece que Allan Kardec preferiu "constituir um corpo de doutrina moral a ter aplicado a discussão científica à realidade e à natureza dos fenômenos".

Tudo isso para conferir a Allan Kardec o título de "o bom senso encarnado". É, portanto, nesse sentido que pretendemos objetar ao conteúdo de Obras Póstumas ser labor de Kardec para constituir e tomar parte da Doutrina dos Espíritos, uma vez que, como afirma Camille, "o Espiritismo não é uma religião, mas uma ciência".

Afastado o caráter religioso, é preciso recordar que Kardec, na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, afirmou que "O Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual apresenta uma das fases".

Para fundamentar nossa tese definiremos as palavras Doutrina e Filosofia. Doutrina é o conjunto coerente de ideias fundamentais que compõem um sistema filosófico a serem transmitidas, ensinadas. Filosofia é a ciência que investiga a dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião irrefletida do senso comum, o qual é escravo da realidade empírica (materialismo).

Na apresentação da obra O Céu e o Inferno por ocasião da notícia de seu lançamento, à guisa de prefácio, na Revista Espírita de setembro de 1865, Kardec esclarece como produzia uma obra. Afirmou que "como nossos outros escritos sobre a doutrina espírita, aí nada introduzimos que seja produto de um sistema preconcebido, ou de uma concepção pessoal, que não teria nenhuma autoridade: tudo aí é deduzido da observação e da concordância dos fatos".

Ali, também, Kardec indicou o conteúdo de cada obra publicada sobre o Espiritismo. O Livro dos Espíritos contém as bases fundamentais do Espiritismo cujo conteúdo é desenvolvido em outras obras. O Livro dos Médiuns e o Evangelho Segundo o Espiritismo se apresentam, sobre os princípios fundamentais, como pontos de vistas especiais, onde se deduzem todas as consequências e todas as aplicações à medida que se desenrolavam pelo ensino complementar dos Espíritos e por novas observações.

Importa remeter o leitor à uma nota de Kardec na Introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, item I, objetivo da obra, em que afirma:

"Poderíamos dar, sem dúvida, sobre cada assunto, maior número de comunicações obtidas numa multidão de outras cidades e centros espíritas, além dos que citamos. Mas quisemos, antes de tudo, evitar a monotonia das repetições inúteis, e limitar a nossa escolha às que, por seu fundo e por sua forma, cabem mais especialmente no quadro desta obra, reservando para publicações posteriores as que não entraram aqui".

Cumpre, ainda, esclarecer qual era o critério de Kardec para publicação do Ensino dos Espíritos. Essa metodologia é que proporciona verificar a autoridade da Doutrina Espírita. Trata-se do controle universal do Ensino dos Espíritos. 

Antes de qualquer publicação Kardec usava o controle da razão, ao qual submetia tudo o que vinha dos Espíritos, sem exceção. O que encontrasse obstáculos no bom-senso, além do controle da razão, também submetia-se ao controle da lógica rigorosa. Mas, tudo isso, afirma Kardec, ainda era insuficiente para muitos casos, uma vez que muitos indivíduos não possuem conhecimento suficiente para o uso desse critério. Depreende-se que a análise das comunicações demanda domínio de várias áreas do conhecimento, bem como da Filosofia e da Lógica.

Por isso, além dos critérios acima, era necessário buscar a concordância no ensino dos Espíritos. Essa concordância requer espontaneidade nas comunicações, cuja fonte deve ser um grande número de médiuns, estranhos uns aos outros, e provenientes de diversos lugares. Outro critério de Kardec é o da prudência na publicação de qualquer informação. Não sendo atendidos todos os passos de seu método, aquilo que ele julgasse necessário publicar era publicado, mas, sempre com a advertência de que o fazia como opinião pessoal individual com a necessidade de comprovação.

Voltemos agora ao conteúdo de Obras Póstumas. Como se sabe esse livro foi publicado 20 anos depois da morte de Kardec. O que era importante publicar foi feito por Kardec em vida, conforme o método acima observado, no tempo oportuno e nas obras mencionadas. Haveria, então, alguma outra obra que Kardec gostaria de publicar?

Segundo Camille Flammarion, antes de morrer Allan Kardec trabalhava numa obra cujo conteúdo trataria de magnetismo e espiritismo. Ora, onde estão esse manuscritos? Por que esse conteúdo não seria mais importante que aquele de Obras Póstumas? Haveria interesses contrapostos à Doutrina dos Espíritos pelos 'continuadores' daquela sociedade criada pelo codificador?

Pois bem. Nada, absolutamente nada, sobre o tema que era estudado por Kardec foi publicado com tal indicação pelos mesmos publicadores do conteúdo de obras póstumas. O conteúdo dessa obra, portanto, seria fruto do trabalho de Kardec? A resposta é NÃO.

O fato de que os textos tenham sido encontrados nas gavetas de Kardec podem possuir valor do ponto de vista da história do espiritismo. Sua divulgação deveria ocorrer na integralidade e não com supressão de partes, pois isto indica interesse escuso ou, ao menos, estranho.

O trabalho de Kardec era organizar as informações advindas dos Espíritos e de interesse geral para a humanidade. O que possui caráter pessoal, segundo Kardec só é de interesse do destinatário. Mas, observamos que Obras Póstumas contém comunicações com a inscrição: particular.

Aliás, boa parte do conteúdo de Obras Póstumas tem natureza pessoal e não coletiva. Questionamos, então.

Por qual motivo Kardec não havia publicado esse conteúdo em vida? Teria dúvidas sobre o mesmo? Seria relevante para o público em geral? Passaram pelo crivo do controle universal? Kardec aguardava confirmação? Seria material para a história do espiritismo? Por que os 'continuadores' não publicaram o material referente a magnetismo e espiritismo tratado no discurso de Camille Flammarion no túmulo de Kardec?

Para comprovar nossa tese verificamos, conforme as imagens a seguir, que o conteúdo publicado em Obras Póstumas sofreu supressão (ou seria adulteração?). A seguir trazemos o conteúdo original , um manuscrito que tivemos a honra de ser agraciados com a imagem pelo Projeto Cartas de Kardec - FEAL, com o qual colaboramos, onde o Codificador conversa com um Espírito acerca de uma possível modificação na obra A Gênese.

Vamos recordar que há uma discussão/denúncia sobre existência de diferenças  retumbantes no conteúdo dessa obra entre a 4ª e 5ª edições, em que se discute a 'autoria' da mudança feita na 5ª edição (para facilitar, apresentamos, também, a tradução do manuscrito, o qual indicamos a leitura atenta):


O 'conteúdo' publicado em Obras Póstumas tratando do assunto desse mesmo manuscrito, referindo à mesma comunicação, além de sua reprodução com supressão de conteúdo, tem a flagrante constatação (na qual o leitor poderá observar por si mesmo, bastando a leitura atenta):




No manuscrito original, advindo do acervo da família de Canuto Abreu (em poder da FEAL), vê-se que a informação é distorcida. É lícito a qualquer estudante indagar qual o objetivo disto. Veja que no original a indicação é que o Espírito e Allan Kardec falavam sobre a Obra A Gênese. Falavam sobre o assunto alteração. Mas, o importante é verificar que estão tratando das 3ª e 4ª edições. Em Obras Póstumas, com o conteúdo modificado e suprimido, reportam-se à "4ª e 5ª". Nesse caso, a polêmica atribuída a Henri Sausse, levantada por Paulo Henrique de Figueiredo e pela FEAL na atualidade, não é produto de pessoas que postulam divisão no espiritismo, mas, seriedade com o conteúdo doutrinário. O mínimo que podemos fazer é atentar para a advertência e para as evidências ora apresentadas.

Convidamos o (a) leitor (a), após comparar os conteúdos ora publicamos, que reflita sobre a nossa afirmação derradeira:

O conteúdo de obras póstumas não é da lavra de Allan Kardec e não pertence ao conjunto publicado que contém a Doutrina dos Espíritos, poderá servir, se os documentos forem publicados integralmente, para compor a história do espiritismo, nada mais.

Uberaba-MG, 16/09/2021
Beto Ramos.







segunda-feira, 10 de maio de 2021

OBRAS PÓSTUMAS É UM LIVRO FUNDAMENTAL DO ESPIRITISMO?


Em 1890 os "sucessores" de Allan Kardec na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas publicaram um livro denominado Obras Póstumas. Segundo Herculano Pires, essa obra foi publicada 22 anos depois da última obra de Kardec - A Gênese, com a qual ele encerrou a Codificação. 

Nem todos os textos, como é possível observar, são inéditos. A maioria já havia sido publicada na Revista Espírita de 1869, após o desencarne de Kardec. Herculano Pires, inclusive, reclamou que a obra foi publicada tardiamente e isso se constituiu, na sua opinião, em descuido pelos sucessores com o acervo histórico.

Chama atenção o fato de que nosso ilustre filósofo denominou o conteúdo daquela obra como um testamento doutrinário de Kardec. Parece que o pressuposto principal para dita afirmação seria a confiança de Herculano Pires na honestidade da publicação do conteúdo da mesma.

Mas, o que é necessário ficar claro é que o livro é uma reunião de vários textos, constituindo-se numa coletânea de temas distintos, tais como música, prece e etc. Nesse caso, o que se fez foi um ajuntamento de textos diversos. Tudo isso nos leva a algumas reflexões:
  • A reunião dos textos publicados nessa obra seguiram o método e a pedagogia de Kardec?
  • O Codificador publicaria aqueles textos segundo a ordem e os títulos que receberam?
  • A natureza da obra é histórica ou doutrinária?
  • Se os textos já existiam quando Kardec estava vivo, por qual motivo não as publicou?
  • Os textos seriam publicados na forma como produzida ou sofreriam correções do Codificador?

Outra questão importante cinge-se no fato de que foi descoberto texto original que difere do conteúdo publicado nesse livro, como se pode verificar no Projeto Cartas de Kardec (FEAL e TV MUNDO MAIOR). Resta, portanto, definir o que é e quais são as obras fundamentais do espiritismo para, então, verificar a idoneidade da afirmação de que Obras Póstumas seria um livro fundamental do espiritismo.

Para definir a expressão obra fundamental recorremos ao dicionário o qual explica que obra é uma expressão que pode ser usada como o conjunto de uma produção, ao seu turno, fundamental significa tudo aquilo que tem caráter essencial, determinante e indispensável. Portanto, uma obra fundamental é como uma pedra angular, o alicerce e a base que sustentará todo o edifício de conhecimento construído.

Allan Kardec deixou instruções muito claras de como fundar uma biblioteca espírita ao editar o catálogo racional das obras. De partida, apresenta quais são as OBRAS FUNDAMENTAIS DA DOUTRINA ESPÍRITA. Nesse quadro destaca e explica cada obra enumerando-as na seguinte ordem:
  1. Livro dos Espíritos (parte filosófica);
  2. O Livro dos Médiuns (parte experimental);
  3. O Evangelho Segundo o Espiritismo (parte moral);
  4. O Céu e Inferno (contendo exemplos dos Espíritos no mundo espiritual e na Terra);
  5. A Gênese - Os Milagres e As Predições Segundo o Espiritismo;
  6. O Que é o Espiritismo (introdução e conhecimento do mundo dos Espíritos);
  7. O Espiritismo na Sua Expressão Mais Simples;
  8. Resumo da Lei dos Fenômenos Espíritas;
  9. Caráter da Revelação Espírita e Viagem Espírita em 1862.
  10. Coleção Revista Espírita a partir de 1858.

Vimos que não há nenhuma remissão a qualquer publicação póstuma sobre o que é preciso conhecer como princípios e postulados espíritas e, ao que parece, o Codificador julgou ter publicado todas as obras necessárias à constituição de uma biblioteca espírita, denominando o acervo de catálogo racional.

Julgamos que Obras Póstumas NÃO É um livro fundamental do Espiritismo em face das razões expostas, portanto, a obra não presta-se a fundamentar qualquer opinião contrária ao que foi revisado, corrigido e publicado pelo autor das obras fundamentais: Allan Kardec.

Uberaba-MG, 10 de maio de 2021.
Beto Ramos.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

EVANGELHO E FUTURO




Na obra A Caminho da Luz, Emmanuel assinalou, em suma, que laços eternos ligam todas as gerações nos surtos evolutivos do planeta. E, além disso, muita vez, o palco das civilizações foi modificado, sofrendo profundas renovações nos seus cenários. Mas, os atores são os mesmos.

Revelou naquele ano de 1938 que havia chegado o tempo do reajustamento de todos os valores humanos. E assim, dolorosas expiações coletivas preludiavam (no sentido de iniciar, introduzir) a época dos últimos “ais” do Apocalipse.

Emmanuel afirmou ainda que havia chegado os tempos em que as forças do mal seriam compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres. Que o século que passava efetuaria a divisão das ovelhas do imenso rebanho.

O cajado do pastor conduziria o sofrimento na tarefa penosa da escolha e a dor se incumbiria do trabalho que os homens não aceitaram por amor, pois, uma tempestade de amarguras varreria toda a Terra.

Afirmou que os filhos da Jerusalém de todos os séculos deviam chorar, contemplando essas chuvas de lágrimas e de sangue que rebentariam das nuvens pesadas de suas consciências enegrecidas.

Vaticinou que a superioridade europeia desapareceria para sempre, como o Império Romano, entregando à América o fruto das suas experiências, com vistas à civilização do porvir.  

Deixou claro que ao século XX competia a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos, mas, que depois da treva surgiria uma nova aurora, uma vez que luzes consoladoras envolveriam todo o orbe regenerado no batismo do sofrimento. 

Confidenciou que, revendo os quadros da História do mundo, sentia um frio cortante no crepúsculo doloroso da civilização ocidental, tendo em vista que a noite não tardaria (os acontecimentos estavam próximos). Jesus, cuja misericórdia infinita, como sempre, seria a claridade imortal da alvorada futura.

Desta compilação depreendemos que de tempos em tempos os valores humanos devem sofrer reajustes, assim como o próprio planeta deve renovar-se. A Providência Divina e as Potências Angélicas em Seu Nome permitem a convivência dos bons e dos maus até que é chegado o tempo em que devem ser separados (como na parábola do joio e do trigo).

E quando esse reajuste não parte da iniciativa humana, mas, dos instrutores espirituais, há dor e sofrimento (desapegar e abandonar velhos hábitos acrisolados pelos milênios em menor espaço de tempo e compulsoriamente).

Pensamos que o texto de Emmanuel (capítulo 25 da Obra A Caminho da Luz) se refere a acontecimentos que ocorreram durante o século 20, senão vejamos:

   1. A tempestade de amarguras que varreria a Terra é a 2ª Guerra Mundial (o livro foi escrito em 1938) onde houve divisão das potências armadas;

   2. Os filhos de Jerusalém de todos os séculos que devem chorar são os milhões de Judeus mortos no conflito mundial armado (o povo hebreu foi o instrumento de que Deus se serviu para fazer sua revelação através de Moisés e dos Profetas, sendo que Jesus e os Profetas não foram compreendidos);

   3. Após a 2ª Guerra Mundial os Estados Unidos da América passaram a figurar como a maior potência mundial;

   4. Todos aqueles acontecimentos que culminaram no conflito armado tiveram o seu desfecho no próprio século 20, inclusive a Guerra Fria (EUA e URSS) que se seguiu;

   5. A nova aurora após a treva refere-se, a nosso ver, à queda do muro de Berlim e à posterior separação das Repúblicas Socialistas Soviéticas, entre outros regimes. O próprio texto anuncia qu diversos regimes e ditadores cairiam;

   6. Novas situações surgiriam, tendo em vista que nenhuma regeneração ocorre sem lutas.

Nesse sentido, defendemos que não há nenhum erro, equívoco ou qualquer coisa que o valha na leitura que Emmanuel fez dos acontecimentos e suas consequências referente àquele período escuro da história.

Quanto ao período de Transição Geral que prepara a regeneração dos Espíritos que evoluem na Terra, vamos observar no Livro Obras Póstumas (Segunda Parte) uma mensagem intitulada REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE onde os Espíritos comunicantes REVELAM que:

“Precipitam-se os acontecimentos com tanta rapidez, que já não vos diremos que os tempos aproximaram-se, mas sim que são chegados os tempos. Não tomeis estas palavras como anúncio de novo dilúvio, de algum cataclismo ou de uma comoção geral. Convulsões parciais do globo têm-se dado em todas as épocas e ainda hoje se dão, porque são inerentes à sua constituição; mas não são sinais. Entretanto, tudo o que está predito no EVANGELHO tem de se cumprir e NESTE MOMENTO se cumpre, COMO CONHECEREIS MAIS TARDE. Não tomeis, porém, os sinais anunciados senão como FIGURAS, que se devem entender pelo espírito que não pela letra”.

Neste texto, além de ensinar o método correto para interpretação das escrituras, há, também, a REVELAÇÃO sobre a que as figuras e os sinais preditos nas mesmas se referem. Basta observar ao redor e não no infinito e além. Há uma grande consolação contida neste texto (o Espiritismo é o Consolador Prometido). Veja as informações seguintes: 

“Olhai, porém, em torno de vós, no meio dos homens, e aí os encontrareis. Não percebeis que sopra um vento pela superfície da Terra, o qual agita os Espíritos? O Mundo espera alguma coisa e sente-se dominado de um vago pressentimento de próxima tempestade. NÃO ACREDITEIS, ENTRETANTO, QUE O MUNDO ACABE MATERIALMENTE. Ele progrediu desde o primeiro dia e deve progredir INDEFINIDAMENTE. A humanidade é que atingiu um dos seus períodos de transformação e A TERRA VAI ELEVAR-SE NA HIERARQUIA DOS MUNDOS”.

Antes de prosseguir observe atentamente: o texto diz "a terra vai elevar-se..."; "o mundo progrediu desde o primeiro dia e DEVE progredir INDEFINIDAMENTE..." (como algo que acaba em um momento histórico - o juízo final - continua progredindo? e mais, indefinidamente!)
 
Esta mensagem é um texto tão rico que poderíamos formular perguntas e dele extrair as respostas, como demonstramos a seguir:

A) Então, o que é que vai acabar? A que se refere o “juízo”? “É o MUNDO VELHO, o mundo de preconceitos, do egoísmo, do orgulho e do fanatismo que se esboroa. [...] TUDO SE CONCLUIRÁ COM A GERAÇÃO QUE SE VAI E A QUE LHE SUCEDER ELEVARÁ NOVO EDIFÍCIO QUE AS SUBSEQUENTES CONSOLIDARÃO E COMPLETARÃO”. 

Observação: volte ao início do texto e observe como Emmanuel inicia o capítulo 25 da obra A Caminho da Luz (laços que ligam todas as gerações, o planeta evoluindo, os mesmos atores...)

B) E quanto à categoria da Terra em relação à hierarquia dos Orbes? “De mundo de expiação a Terra será graduada em MUNDO FELIZ e a habitação nela será uma recompensa em vez de punição. O REINO DO BEM SUCEDERÁ NELA AO REINO DO MAL”.

C) Mas, como se denomina a época em que vivemos? “A época atual é de transição; já se misturam os elementos das duas gerações. QUEM ESTIVER FORA ASSISTIRÁ A PARTIDA DE UMA E À CHEGADA DE OUTRA, SENDO CERTO QUE AMBOS SE ASSINALAM NO MUNDO PELOS CARACTERES QUE LHES SÃO PRÓPRIOS”. 

D) Como ocorre o processo de transição? “[...] É preciso que a Terra seja habitada EXCLUSIVAMENTE por bons Espíritos, encarnados e desencarnados, que não cogitem senão do bem. Chegado esse tempo, haverá GRANDE EMIGRAÇÃO entre os que ora a habitam”. 

E) Porém, fala-se muito em eventos que destruirão a Terra, o que realmente irá ocorrer? “A Terra, dissemo-lo, não há de ser transformada por um cataclismo, que destrua toda a humanidade. Desaparecerá gradualmente a atual geração e a nova lhe há de suceder pelo mesmo modo sem que nada se altere na ordem natural das coisas. TUDO SE PASSARÁ, POIS, APARENTEMENTE, COMO DE COSTUME, com a única diferença capital: CERTO NÚMERO DE ESPÍRITOS, QUE AÍ SE ENCARNAVAM, NÃO VOLTARÁ MAIS À TERRA, EM NOVA ENCARNAÇÃO. [...] Não se trata, portanto, de nova geração corporal, mas, de nova geração de Espíritos. FICARÃO DESILUDIDOS OS QUE CONTAVAM COM UMA TRANSFORMAÇÃO SOBRENATURAL E MARAVILHOSA.

Observação: parece que uma guerra em que a Terra seja destruída por mãos humanas não passa pelos planos de nossos Orientadores Maiores, os quais cuidam da mesma em Nome de Deus há 5 bilhões de anos aproximadamente, você não acha?

F) Quando se afirma que “tudo se passará como de costume”, a emigração de Espíritos ocorrerá sem lutas, isto é, “sentindo o vento que agita os Espíritos’, haverá aceitação? “No desvairamento, correrão para a sua perda – provocarão a destruição, que produzirá uma multidão de flagelos e calamidades, DE SORTE QUE, SEM O QUEREREM, APRESSARÃO O ADVENTO DA ERA NOVA. E como se a destruição não caminhasse com bastante rapidez, ver-se-ão os suicídios multiplicarem-se numa proporção inaudita, até entre crianças. Jamais se terá visto tão grande número de loucos, pobres desgraçados, que são riscados, antes da morte, do número dos viventes. SÃO ESTES OS VERDADEIROS SINAIS DOS TEMPOS! E tudo isto se realizará pelo encadeamento de circunstâncias, sem que, como já dissemos, sejam derrogadas, nem de leve, as leis da natureza”.

Observação: lembra que os Espíritos disseram para reparamos ao redor? Ora, eu estou vendo um número assustador de suicídios (busque estatísticas mundiais), inclusive entre crianças; o número de desvalidos, pessoas carecendo de auxílio, loucos (delinquentes são doentes também), desemprego no mundo em larga escala, deterioração dos direitos humanos adquiridos à custa de lutas nos séculos, tsunamis, terremotos, incêndios, homicídios, feminicídios, infanticídios, homofobia, intolerância racial, religiosa e política, tufões, furacões; ocorrências calamitosas e devastadores. Perceba o quanto aumenta dia a dia a população de sofredores nas ruas. Veja a fuga e morte dos que sofrem pela guerra e pela fome. Faça a sua avaliação.

G) Estamos em 25 de abril de 1866, a Terra já pode sentir esses sinais dos tempos? “[...] Através da nuvem sombria que vos envolve, e no seio da qual brame a tempestade, já podeis divisar os primeiros raios da nova era! A fraternidade já lança os fundamentos por todos os pontos do globo e os povos estendem-se as mãos. [...] O Mundo está num grande trabalho de gestação, QUE DURA HÁ CERCA DE UM SÉCULO.” 

Nesta mensagem, ditada na data citada no item 7 acima, os Espíritos referem-se a período de tempo e nós questionamos: SERÁ QUE A ESPIRITUALIDADE SUPERIOR CONSIDERA O CALENDÁRIO CRIADO POR MÃOS HUMANAS?

Além do mais, esclareceram que o GRANDE TRABALHO DE GESTAÇÃO (pelo qual passava o orbe) já durava UM SÉCULO, coincidindo com o movimento iluminista iniciado em 1750. Referiram-se ao século 19, advento da Terceira Revelação (O Espiritismo) e, também, ao século do surgimento dos precursores, o século 20.

Afirmaram que cada século tem sua peculiaridade e se difere do outro. Os séculos 18, 19 e 20 não foram iguais. Será que a Inteligência Suprema do Universo mudaria seus desígnios em razão do que o homem faz ou deixa de fazer?

Será que os homens são capazes de surpreender Deus? Será que Deus não saberia da chegada do homem à lua e isto seria causa de espanto a Ele, a Jesus e à Comunidade de Espíritos Puros que dirigem o nosso sistema solar?

Finalmente, é de extrema importância analisar o que está contido no Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo I, Instruções dos Espírito, item 9, cuja mensagem refere-se à Nova Era, de onde colhemos a REVELAÇÃO a seguir sobre os ensinamentos do Cristo:

São chegados os tempos em que suas ideias morais devem desenvolver-se, para que se realizem os progressos que estão nos desígnios de Deus. Elas devem seguir o mesmo roteiro que as ideias de liberdade seguiram, como suas precursoras. Mas não se pense que esse desenvolvimento se fará sem lutas. Não, porque elas necessitam, para chegar ao amadurecimento, de agitações e discussões, a fim de atraírem a atenção das massas. Uma vez despertada a atenção, a beleza e a santidade da moral tocarão os Espíritos, e eles se dedicarão a uma ciência que lhes traz a chave da vida futura e lhe abre a porta da felicidade eterna. Foi Moisés quem abriu o caminho; Jesus continuou a obra; o Espiritismo a concluirá”. 

Ora, a mensagem está no imperativo, isto é, os tempos chegaram. Não se trata de possibilidade e não há variável. As ideias morais do Cristo vão se desenvolver, quer o homem queira ou não (o texto diz: DEVEM). Desenvolver uma ideia é fazê-la crescer, torna-la maior e mais forte. Esse desenvolvimento ocorrerá porque se trata de uma DETERMINAÇÃO DE DEUS. Consta do seu projeto para a humanidade terrestre.

Outro fato é que tais ideias DEVEM seguir o mesmo ROTEIRO (passos, procedimentos, caminho) do ILUMINISMO (ideias de liberdade). Esse movimento, segundo o texto foi o PRECURSOR DO ESPIRITISMO (a quem cabe a missão de desenvolver as ideias morais de Jesus).

Cremos, assim, que TODAS as informações acima estão em perfeita consonância com o Evangelho de Nosso Senhor. Demonstram que há um verdadeiro PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO da Comunidade de Espíritos Puros para que a Terra cumpra os desígnios de Deus, os quais não estão atrelados às ações humanas.

Se fosse diferente, seria oportuno indagar:

a) Qual o sentido de todo o trabalho de Jesus, seus Ministros e Emissários durante milênios se coubesse ao “homem” impor sua rebeldia?

b) Seria possível o relativo superar o absoluto?

c) São cabíveis, nos tempos atuais, “doutrinas apocalípticas” de prazo certo?

d) Allan Kardec apresentou outra que não a doutrina da fé raciocinada?

Recordemos que o ser humano possui livre arbítrio relativo, os mundos são solidários e quem determina as encarnações e desencarnações são os Espíritos Puros, diretores dos destinos planetários. 

Existem ciclos evolutivos e etapas a serem cumpridas, bem como graus a serem atingidos. Em toda a obra legada pelos Espíritos Codificadores por intermédio de Allan Kardec não há nenhum ensino do Espírito da Verdade apresentando notícias que destoam da Misericórdia divina.

KARDEC, Allan. Obras Póstumas. São Paulo: LAKE, 2007.
XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Brasília: FEB, 2015.
KARDEC, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo. São Paulo: LAKE, 2013.

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...