Estudo e pesquisa sobre Espiritismo, Doutrina Espírita, Filosofia Espírita, Espiritualismo Racional, Filosofia Espiritualista Racional, Ciência Espírita, Ciência e Filosofia.
No dia 12 de junho de 1856, em reunião familiar, pela médium Srta. Aline, o Espírito La Vérité (A Verdade) trava um diálogo com Allan Kardec. O assunto: a MISSÃO de Allan Kardec. Aquele que viria a ser o ORGANIZADOR DO ESPIRITISMO pergunta sobre o seu papel para que pudesse contribuir para a propagação da verdade. Kardec havia recebido a informação de outros Espíritos que incumbiria a ele a função de missionário-chefe do Espiritismo.
O Espírito A Verdade responde que CONFIRMA O QUE FOI DITO, aconselhando discrição para ser bem sucedido. Houve, também, uma advertência, isto é, o sucesso na missão dependeria integralmente do próprio Kardec, pois, poderia vencer como falir e nesse último caso SERIA SUBSTITUÍDO.
Por fim, A Verdade esclarece que somente após a obra terminada é que seria possível reconhecer se houve ou não sucesso. Kardec, então, reclama a assistência do próprio Espírito A Verdade, bem como dos BONS Espíritos. A resposta foi objetiva: "Não te faltaremos com ela".Kardec, então, assume a sua incumbência.
Nessa comunicação, um importante ponto a destacar. A Verdade afirma que a MISSÃO de Allan Kardec é a de revolver e formar o mundo inteiro. Para isto não seria bastante a inteligência, mas humildade, modéstia, desinteresse, dedicação, abnegação e disposição para o sacrifício.
Pois bem! Estamos no século 21 (vinte e um), 167 (cento e sessenta e sete) anos desde essa comunicação, quando escrevemos estas linhas. Parece que os Espíritas (não todos) estão SACRIFICANDO Allan Kardec uma vez mais. Não bastou dar sua vida à causa Espírita. Agora, lhe colocam a pecha de racista. Portanto, na visão de alguns pretensos espíritas, faltou uma série de qualidades a Kardec que foram vistas pelo Espírito A Verdade.
Antirracismo no Espiritismo é uma polêmica ignorante. O Espiritismo sofre ataque nas redes sociais e mídia em geral de ser uma seita racista, quando NUNCA foi apresentado por Kardec como uma religião; também, dizem que há racismo porque não encontram comunicações, por exemplo, de Mãe Menininha, uma importante figura de religiões de matriz africana no Brasil; Por último, mas sem esgotar os despautérios, dizem que não são recebidas comunicações de Espíritos 'negros'.
Nesse artigo não caberia os fundamentos em que a Filosofia Espírita, contida em O Livro dos Espíritos, refuta essas afirmações esdrúxulas. Além disto, agora, alguns se afirmando Espíritas, se deram o 'direito' de ADULTERAR textos de Allan Kardec. E fazem isto sob o argumento de que "não estamos alterando o que ele diz, mas a forma como diz".
Eis a primeira demonstração de ignorância quanto ao conteúdo doutrinário espírita, principalmente quanto às comunicações. Para o Espiritismo importa o fundo e não a forma. Ora, o racismo é questão de fundo e não de forma. Se a forma usada por Kardec não está conforme, é porque o que ele diz é racista? SE O QUE ELE DIZ NÃO É RACISTA, não há necessidade de alterar a forma.
Porém, uma pergunta é importante: Quem atribuiu a esses ditos espíritas que teriam a MISSÃO de alterar os textos de Kardec? Com Kardec adveio o Espírito A Verdade, e com esses tais, quem está por trás? A Doutrina Espírita é uma ciência filosófica, com metodologia, critérios, controle e organização. Qual é o método científico usado pelos pretensos espíritas para adulterar o conteúdo das obras organizadas por Kardec?
Na concepção dos tais, divergindo do Espírito A Verdade, Kardec faliu na sua missão? Se for isto, vamos recordar o que o organizador do Espiritismo escreveu sobre seus textos e a sua autoria em PROLEGÔMENOS n'O Livro dos Espíritos, verbis:
"Este livro é o compêndio dos seus ensinamentos. Foi escrito por ordem e sob ditado dos Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, livre dos prejuízos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão de seu pensamento e não tenha sofrido o seu controle. A ordem e a distribuição metódica das matérias assim como as notas e a forma de algumas partes da redação constituem a única obra daquele que recebeu a missão de a publicar".
Parece-nos que o PENSAMENTO expresso na FILOSOFIA ESPÍRITA pertence aos ESPÍRITOS. Além do mais, TUDO sofreu o CONTROLE DOS MESMOS. Tudo o que foi escrito é fruto da ORDEM E DO DITADO DOS ESPÍRITOS.
Não há qualquer bela frase que mude os fatos. Há pessoas que se dizem espíritas e que estão, DELIBERADAMENTE, adulterando obras organizadas por Allan Kardec e, por uma via hipócrita e falsa, ADULTERANDO O PENSAMENTO DOS ESPÍRITOS contidos nestas obras.
Vamos trazer algumas palavras sobre o antirracismo. Trata-se de uma forma de ação contra o ódio, preconceito racial, racismo sistêmico e a opressão estrutural de grupos marginalizados racialmente e etnicamente. Se estão adulterando as obras de Kardec é porque em seu bojo há disseminação de ódio, preconceito e marginalização?
Existem na Doutrina Espírita várias Leis Morais que atestam que não há nenhuma dessas questões combatidas pelo antirracismo presentes em seu conteúdo. Aliás, Espírito não tem sexo, nem etnia (Q. 200, LE), pois são INCORPÓREOS (Q. 82, LE), uma vez que a ALMA é o ser individual que SOBREVIVE AO CORPO (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita).
Contudo, tão importante quanto, a ausência de um estudo sério, de uma pesquisa qualificada, de adeptos responsáveis, bem como o fato de haver um COMPLETO DESCONHECIMENTO DA OBRA ORGANIZADA POR ALLAN KARDEC, pois seus livros NÃO SÃO estudados do ponto de vista científico-filosófico, enquanto o que há é uma verdadeira transformação da Doutrina Espírita em uma seita, há um descaso com as atuais pesquisas sobre as adulterações da obra de Kardec, assim como com os documentos historiográficos do Espiritismo que surgiram no século passado, mas que só neste é que está sendo amplamente divulgado.
Nesse sentido, colacionamos nesse artigo algumas páginas escritas por ALLAN KARDEC, o ORGANIZADOR DO ESPIRITISMO. Vejamos:
Trata-se do PROJETO CONCERNENTE AO ESPIRITISMO. Esses documentos estão disponíveis em https://projetokardec.ufjf.br/item-pt?id=229&q=projeto , com o Título: Projeto concernente ao Espiritismo, Tradução: Bruto Abel. Revisão e correção: Philippe Gilbert; Traduzir: Bruto Abel. Revisão e correção: Alexandre Caroli; Publicado em 10/02/2022; Atualizado em 29/01/2023.
Conforme a tradução do projeto para o português, cuja pesquisa poderá ser feita no endereço acima, verificamos que Kardec afirma:
"As bases do Espiritismo estão, sem dúvida, estabelecidas, mas ele precisa ser completado por muitos trabalhos que não podem ser a obra de um só homem.Para evitar, no futuro, as falsas interpretações, as aplicações errôneas, numa palavra, as dissidências, é necessário que todos os princípios sejam elucidados de maneira a não deixar nenhum equívoco, a não dar, tanto quanto possível, margem a controvérsia;"
Pelo visto, a preguiça de muitos em relação ao estudo aprofundado da Doutrina Espírita, mostram o quanto Kardec estava correto em se preocupar com AS FALSAS INTERPRETAÇÕES, APLICAÇÕES ERRÔNEAS E DISSIDÊNCIAS. Ademais, o organizador do Espiritismo, que agora é tachado de racista por pseudos espíritas e aqueles cuja vida se resume em criticar e julgar sem qualquer meditação razoável, afirmou:
"Para alcançar esse resultado, são condições essenciais a independência e a ausência das preocupações da vida material.Tais condições podem ser encontradas em uma espécie de comunidade, que daria a cada membro as disponibilidades necessárias para realizar proveitosamente os trabalhos essenciais, a salvo dos intrusos e dos curiosos".
Infelizmente, o que não falta é intruso e curioso se pretendo a organizador do Espiritismo sem qualquer pudor ou caráter. Mas, Kardec continua em sua maravilhosa proposta, cujo empreendimento ele iria empregar uma grande propriedade que, muito custosamente, manteve em seu patrimônio apesar das dificuldades, asseverando que:
"É a uma reunião desse gênero que tenho o projeto de consagrar posteriormente minha propriedade, que se tornaria assim o Port-Royal do Espiritismo, sem ter o caráter monástico. Seria uma grande família unida pelos laços de uma verdadeira fraternidade, e por uma comunhão de crenças e de princípios.Uma regra determinaria as relações mútuas, as quais seriam baseadas na prática rigorosa da abnegação, da caridade e da moral espírita".
Um filósofo da qualidade de Kardec ser acusado de racista é sinal de que nada do seu legado foi absorvido pelo acusador. Vejamos o que o Espiritismo representa para Allan Kardec no que tange à regeneração da humanidade:
"Qualquer um que conheça os princípios da doutrina e os felizes resultados que ela produz a cada dia verá, na sua propagação e na união dos seus adeptos, a melhor garantia da ordem social, visto que ela tem por lema: Fora da caridade não há salvação, e por guia estas palavras do Cristo: Amai-vos uns aos outros; perdoai os vossos inimigos; não façais aos outros o que não quereríeis que vos fosse feito [e fazei o que gostaríeis que vos fosse feito]".
Para o coletivo, a garantia da ordem social. Para os indivíduos, eis o que a Doutrina Espírita representa para Allan Kardec:
"[...] ela proclama que todos os homens são irmãos, sem distinção de nacionalidades, de seitas, de castas, de raças nem de cores; que ela os ensina a se contentar com o que têm e a suportar com coragem as vicissitudes da vida; que, finalmente, com a caridade, os homens viverão em paz, [...]".
Se o Espiritismo, tal qual organizado por Allan Kardec, não está em conformidade com o pensamento, crença e ideologia desses pretensos espíritas, que busquem organizar outra filosofia, caso em que, SE ESTIVEREM COM A VERDADE, sua doutrina prevalecerá. Todavia, não cremos, uma vez que há claridade solar no texto acima, onde Kardec proclama COM TODAS AS LETRAS que a Doutrina Espírita proclama que todos os homens são irmãos, SEM DISTINÇÃO de nacionalidades, de seitas, de castas, DE RAÇAS NEM DE CORES.
Será mesmo esse o Allan Kardec racista?
Por fim, advertimos que o correto é que não ADULTEREM OBRA ALHEIA, pois, ISTO É UM CRIME TIPIFICADO NA LEI BRASILEIRA, SEGUNDO A CONVENÇÃO DE BERNA, que trata do DIREITO MORAL DO AUTOR, conforme imagem a seguir:
Para que as pessoas possam se inteirar e, também, se engajar nas causas antirracistas, uma vez que é necessário não só pregar, mas aplicar em nossas vidas a fraternidade e a solidariedade, fruto da Lei Moral de Justiça, Amor e Caridade (Capítulo 11 de O Livro dos Espíritos), indicamos o seguinte endereço eletrônico para conhecer algumas obras relevantes e importantes para compreender e extirpar o racismo no Brasil:
Acreditamos que não será ADULTERANDO OBRAS ALHEIAS e DETURPANDO UMA DOUTRINA FILOSÓFICA que vamos acabar com o que de pior impregna a consciência humana. Tudo, como ensinou Rivail, depois Kardec e os Espíritos Superiores, passa pela educação, mas não a encontrada em livros e sim a EDUCAÇÃO MORAL. Para isso, conforme o Espirito A Verdade: "Espíritas, amai-vos e instruí-vos".
Em 1868 Allan Kardec escreveu um substancioso artigo intitulado Constituição Transitória do Espiritismo, o qual foi publicado na Revista Espírita de Dezembro. Naquela ocasião, entre outros temas relevantes, o organizador do Espiritismo tratou do que seriam os cismas do Espiritismo. Sua questão principal era: "Estará preservado deles o Espiritismo?".
Sabemos que o organizador do Espiritismo não usava palavras vãs. Importa verificar que cisma significa: dissidência de opiniões; desacordo; produto da fantasia, da utopia; devaneio; divagação; receio de origem supersticiosa.
O que, segundo Allan Kardec, seriam os motivos que levam aoscismas? No campo da doutrina espírita, ele destaca:
a. Ideias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as ideias dos demais;
b. Ambição de alguns que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer;
c. Aqueles que criam novidades só para dizer que não pensam ou agem como os outros;
d. Em razão do amor-próprio por não ocuparem senão uma posição secundária;
e. Aqueles que veem com despeito o outro fazer o que não fizeram e, ainda, triunfar.
É possível pensar em algumas dessas situações ocorrendo com o conjunto de pessoas que dizem se filiar à ideia espírita?
Kardec destaca todas essas fraquezas humanas como situações que, infelizmente, é preciso contar sempre. Para neutralizar as consequências funestas de tais fraquezas Allan Kardec trabalhou para afastar todos os sistemas divergentes que surgiram, de modo que todas as partes da Doutrina [fossem] determinadas com precisão e clareza.
Destarte, na Doutrina Espírita não há nada que seja impreciso ou que se preste à interpretação contraditória ou ambígua.
Contudo, deve-se ter em conta as fraquezas humanas antes mencionadas, pois Kardec advertiu peremptoriamente que:
1. Deve-se considerar o caráter progressivo da Doutrina, que não se imobiliza no tempo, mas se apoia em Leis da Natureza; Assim, sempre que uma nova lei for descoberta, o Espiritismo deve se colocar em acordo com a mesma, desde que seja reconhecidamente justa;
2. Não obstante, haveria utopias, princípios considerados quiméricos, fazendo com que pessoas racionais se afastassem do Espiritismo, uma vez que é preciso ter certeza de um princípio, não aceitando as quimeras e as utopias;
3. Sem tais cuidados, seitas poderão se formar ao lado da Doutrina (e não dentro da Doutrina); seitas que não lhe adotem os princípios ou todos os princípios;
Seita tem o significado de partido, bando ou facção; grupo de dissidentes de uma doutrina ou de sua comunhão principal.
Para Kardec, uma seita até pode admitir alguns princípios espíritas, mas busca outra verdade, distante da teoria moral espírita de autonomia e liberdade. Assim, as duas não estarão com a verdade; no entanto, o Espiritismo sempre buscará o bem e a verdade e, assim, NUNCA SERÁ ASSIMILADO, mas, assimilará.
Não estando com a verdade, uma seita cairá no descrédito. Contudo, o verdadeiro espírita tende a tolerar todas as seitas que se formam pelo afastamento de adeptos, eis que "a tolerância, fruto da caridade, que constitui a base da moral espírita, lhe impõe como um dever respeitar todas as crenças.Querendo ser aceita livremente, por convicção e não por constrangimento, proclamando a liberdade de consciência um direito natural imprescritível, diz: Se tenho razão, todos acabarão por pensar como eu; se estou em erro, acabarei por pensar como os outros. Em virtude destes princípios, não atirando pedras a ninguém, ela nenhum pretexto dará para represálias e deixará aos dissidentes toda a responsabilidade de suas palavras e de seus atos.
Por tais razões, fundado em Kardec, pensamos que o Brasil não possui um movimento espírita, isto é, um conjunto de adeptos que conhecem, estudam, disseminam e aplicam a si mesmos os princípios e postulados espíritas, uma vez que quaisquer afastamentos de tais princípios, pelos motivos aqui elencados, constituem seitas que se formam à ilharga da Doutrina Espírita.
Por fim, é importante lembrar que uma instituição que se apresenta como órgão de unificação de tal movimento, por mais de 100 (cem) anos manteve a determinação estatutária de se estudar uma obra (Os Quatro Evangelhos de Roustaing) que contraria TODOS os princípios espíritas deduzidos, pelo trabalho de Kardec, do ensino dos Espíritos Superiores, cuja organização recebeu o nome de Doutrina Espírita (um conjunto de informações essenciais a ser ensinadas no campo da filosofia espírita).
É possível que você tenha ouvido falar que o espiritismo possui tríplice aspecto, qual seja: científico, filosófico e religioso.
A introdução desta ideia (porque há outras fontes que a mencionam) pode ser atribuída ao conteúdo da obra O Consolador, psicografia de Chico Xavier, ditada por Emmanuel (FEB, 1940), onde há remissão a um diálogo ocorrido em 31.10.1939, intitulado definição, cujas questões propostas são respondidas, aparentemente, em 08.03.1940.
Importa salientar que consta no referido texto que foi iniciado um estudo de 'temas doutrinários' realizado por meio de "perguntas nossas à entidade Emmanuel, a fim de ampliar-se a esfera dos nossos conhecimentos". Esse texto informa ainda que o estudo foi inaugurado com duas questões, as quais são precedidas de uma INFORMAÇÃO curiosa, a saber:
1. Afirma o autor da nota, que, SEGUNDO O GRUPO DE ESTUDOS DAQUELE CENTRO, o "espiritismo, na sua feição de Consolador prometido pelo Cristo",APRESENTA"três aspectos diferentes: científico, filosófico e religioso";
2. Em seguida à informação, o autor da nota diz que a dúvida capital para AQUELE GRUPO seria acerca de "qual desses aspectos é o maior"?
3. A segunda questão, refere-se ao DESEJO DO GRUPO de intensificar os conhecimentos, relativamente ao tríplice aspecto do Espiritismo (sic) e, se neste sentido, poderiam continuar perguntando a respeito.
É de se estranhar que no bojo da obra NÃO SE ENCONTRA nenhuma questão sobre o tema TRÍPLICE ASPECTO, além do fato capital de que este NUNCA FORA MENCIONADO POR KARDEC. Portanto, é o autor da nota (que não é assinada) quem AFIRMA que o espiritismo possui um tríplice aspecto.
Ora, um grupo de estudos deveria partir da premissa que pouco conhecem e questionar SE o espiritismo possui ou não tal aspecto, cuja ideia é fruto do pouco ou nada que compreenderam dessa ciência filosófica. Outro ponto crucial é perquirir sobre o fato de que o organizador do espiritismo não o apresentou dessa forma, como veremos no desenvolvimento do artigo.
Além disto, o 'porta-voz' do grupo, declarou que haveria o objetivo de ampliar-se a esfera de conhecimentos do grupo quanto a 'temasdoutrinários'.Bem se vê que essa informação, por si só, já traz muita controvérsia. É que Allan Kardec apresenta o espiritismo como ciência filosófica (O que é o Espiritismo, preâmbulo), afirma que o seu trabalho foi sempre para apresentar o caráter moral da doutrina espírita (Viagem Espírita em 1862, primeiro discurso), assim como refuta peremptoriamente a ideia de 'religião espírita' no artigo onde responde ao Abade Chesnel (Revista Espírita, 1859).
A controvérsia se dá na ausência de explicação pelo autor da nota (esclarecimento) o que o grupo entende por DOUTRINA. O fato é que a expressão doutrina refere-se a um conjunto coerente de ideias fundamentais a serem transmitidas, ensinadas; ideias básicas que compõem um sistema filosófico, político ou religioso. Nem é preciso dizer quem decide qual é o conteúdo de sua obra.
Mas, é importante esclarecer que Kardec trata da natureza do conteúdo do ensino dos Espíritos superiores. Com clareza solar enfatiza que o conteúdo de O Livro dos Espíritos é a Doutrina Espírita (como especialidade). E diz mais, ao contrário de política ou religião, o organizador do espiritismo esclarece que o conteúdo da obra filia-se ao Espiritualismo (como generalidade), razão porque traz o enunciado Filosofia Espiritualista (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, item I). Há alguma dúvida ainda? Se ainda restar, mostraremos o equívoco a seguir.
Sobre a entidade espiritual que o autor da nota diz ter consultado, sabemos que se trata de um Espírito que apresentou um alto nível de conhecimento no conteúdo da obra Pensamento e Vida, ditada ao mesmo médium. E, curiosamente, nas suas supostas respostas contidas na nota intitulada DEFINIÇÃO (O Consolador, FEB, 1940) o Espírito NÃO MENCIONA SEQUER UMA LINHA sobre o conteúdo da REVISTA ESPÍRITA DE DEZEMBRO DE 1868, onde Allan Kardec, o organizador do Espiritismo, DEMONSTROU em minúcias porque o espiritismo NÃO É uma religião, como se verá mais à frente.
Saliente-se que a obra O CONSOLADOR foi dividida em três partes, a saber: ciência, filosofia e religião. Quem se der ao trabalho de analisar a parte que se refere ao tema RELIGIÃO, observará que as perguntas feitas não possuem qualquer conteúdo relacionado com a teoria moral espírita, pois que, no limite, buscou-se interpretar textos contidos nas narrativas dos Evangelhos de João, Lucas, Marcos e Mateus, etc.
Note-se que o texto retro mencionado da obra O Consolador é datado, mas NÃO É ASSINADO nem pelo Espírito, nem pelo autor.Pela construção textual, parece se tratar de documento produzido por terceiros, ocasião em que se atribui a autoria das tais respostas ao Espírito Emmanuel.
Esse fato é sobremaneira importante! É que não se pode trabalhar com uma afirmação peremptória de que o Espírito tenha respondido ou não, validado ou não,o suposto tríplice aspecto, objeto de investigação desse trabalho.
Na prática verifica-se a seguinte situação ambígua:
a. A afirmação sobre o suposto tríplice aspecto do espiritismo parte da crença, sob palavra, em um autor que não assina o documento; Mais ou menos assim: "foi o outro que falou, mas eu ouvi e estou atestando";
b. Não há, além do texto em livro, qualquer informação sobre a existência de documento original que comprove a afirmação de que tais perguntas, de fato, foram encaminhadas à entidade espiritual declarada em seu conteúdo e, ainda, que a respectiva entidade as tenha respondido realmente;
c. O texto fonte menciona, tão somente, ao final: Pedro Leopoldo, 8 de março de 1940, SEM O NOME DO AUTOR da nota que teria ouvido/transcrito as respostas. Nesse sentido, há defeito de autoria.Estamos diante de uma notícia apócrifa (não autêntica por falta de assinatura).
Informamos ainda que, na obra Pensamento e Vida (FEB, 1958), o Espírito Emmanuel, apresentando uma singela cartilha falada a respeito dos problemas do Espírito,utilizada nas escolas de regeneração, entre a morte e o renascimento,junto aos companheiros em trânsito para o berço (reencarnação), NÃO TRATA DO TEMA RELIGIÃO, limitando-se a trazer, nos capítulos 6 e 26, os temas Fé e Oração, respectivamente.
Neste sentido, pode-se questionar se em uma obra que dialoga com a teoria moral espírita de autonomia e liberdade, caso o espiritismo possuísse um tríplice aspecto, não seriam apresentados aos reencarnantes informações sobre tal ideia?
Todavia Emmanuel trata de ciência e filosofia na obra Pensamento e Vida. Não é curioso?
É espantoso como outra questão importante passou ao largo desta controvérsia. É que os textos acima mencionados foram publicados, conforme informações extraídas das próprias obras, nos anos de 1940 (O Consolador) e 1958 (Pensamento e Vida), enquanto que, segundo o pesquisador e filósofo José Herculano Pires, na obra O Verbo e a Carne:
"Toda a coleção da Revista Espírita do tempo de Kardec indispensável ao estudo da doutrina, só foi publicada no Brasil, a revelia e contra a vontade da FEB, na década de 60, em tradução de Júlio Abreu Filho. O importante livrinho de Kardec O Espiritismo na sua mais simples expressão só apareceu em 1970".
Destarte, fica comprovado que a maioria dos integrantes do grupo de estudos, senão todos, DESCONHECIAM todo o conteúdo das revistas espíritas (neste trabalho traremos o conteúdo de importantes publicações de Allan Kardec na Revista Espírita).
E, a sua impressão sobre o conteúdo da Doutrina Espírita é fruto da maneira equivocada como o Espiritismo foi divulgado no Brasil, principalmente após os anos de 1917 e seguintes, quando os precursores do Espiritismo no Brasil, que estudavam essa ciência filosófica como desenvolvida por Allan Kardec, já haviam sido "substituídos" por um grupo de religiosos dissidentes da igreja católica (ver obra AUTONOMIA - a história jamais contada do espiritismo).
Será que o a entidade espiritual mencionada na nota intitulada DEFINIÇÃO, não sabia da existência da resposta dada por Allan Kardec na Revista Espírita de dezembro de 1868, onde o organizador deixa claro que o espiritismo não é uma religião? O que dizer sobre a resposta de Kardec ao Abade Chesnel na Revista Espírita de Maio de 1859 sobre o mesmo assunto? E quanto ao conteúdo das demais Revistas Espíritas, que tratam de refutar, peremptoriamente, a suposta existência de um caráter religioso da Doutrina Espírita, bem como as demais obras até aqui citadas?
Se sabia, por quais motivos não as citou e apresentou suas refutações (ou concordância), como procedeu no caso da questão envolvendo o tema metades eternas quando usou uma nota ao final da obra para se explicar?
Aproveitamos para lembrar que a entidade Emmanuel, segundo relato de Francisco Xavier, o instruiu para ficar com Jesus e Kardec quando, em qualquer hipótese, ele apresentasse qualquer contradição com a Doutrina Espírita em suas dissertações. Observamos que no caso da obra O Consolador, nota-se que houve clara contradição em mais de uma vez (caso das metades eternas e o suposto tríplice aspecto do espiritismo).
Antes de prosseguir com as provas irrefutáveis de que o suposto tríplice aspecto do espiritismo é falso, pois o espiritismo não é uma religião, vamos trazer alguns conhecimentos importantes para a nossa pesquisa, cujo conteúdo poderá guiar melhor o pesquisador sério que se dedicar à temática do presente artigo.
Todo questionamento é importante para uma investigação, pois o objetivo do espiritismo é revelar a verdade, conforme aprendemos no capítulo 1 da obra A Gênese, Allan Kardec, 1868. Por isto mesmo é preciso nos entendermos quanto às palavras.
I. Por que o suposto tríplice aspecto do espiritismo é falso? Por se tratar de uma falácia. Vejamos, então, o significado:
FALÁCIA na FILOSOFIA de Aristóteles é qualquer enunciado ou raciocínio falso que, entretanto, simula a veracidade; trata-se de um sofisma (uma mentira com aparência de verdade).
Até que se prove peremptoriamente a autoria das respostas, o que o documento supõe é a simulação de uma verdade por meio de um sofisma, pois que apresenta um raciocínio falso quando tentamos aproximar o seu conteúdo dos postulados, princípios, teoria moral, ensinamento dos Espíritos superiores e os textos legados de Allan Kardec.
II. Por que o espiritismo é filosofia? Sobre a obra O Livro dos Espíritos, Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, item I, Espiritismo e Espiritualismo, no último parágrafo, Allan Kardec esclarece qual é o seu conteúdo:
"Como especialidade "O Livro dos Espíritos" contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual apresenta uma das fases. Essa a razão porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista".
III. O que é teodiceia?Na Filosofia Espiritualista, própria do pensamento francês do século 19, vamos verificar a presença da matéria TEODICÉIA, que era estudada nos liceus e na universidade de Sorbonne, importando ao estudante do espiritismo compreender seu significado e origem. Vejamos:
TEODICEIA (FILOSOFIA):
1. No leibnizianismo, conjunto de argumentos que, em face da presença do mal no mundo, procuram defender e justificar a crença na onipotência e suprema bondade do Deus criador,contra aqueles que, em vista de tal dificuldade, duvidam de sua existência ou perfeição. 2. Qualquer doutrina ou argumentação com características semelhantes. 3. Teoria que, no pensamento francês do séc. XIX, além de contestar os argumentos antirreligiosos decorrentes da existência da maldade,explicava racionalmente a natureza divina e seus atributos.
IV. O que é religião natural? Outra informação relevante é compreender, em filosofia, o que se entende por religião natural, a fim de não fazer confusão e criar aspectos para conteúdos doutrinários onde eles não existem.
RELIGIÃO NATURAL: significa a "religião da natureza", na qual Deus, as almas, os espíritos, e todos os objetos do sobrenatural são considerados como parte da natureza e não separados dela; É uma expressão usada na filosofia para descrever alguns aspectos da religião (que devem ser conhecidos à parte da revelação divina) apenas através da lógica e razão, por exemplo, a existência da causa primeira do universo.Portanto, religião natural é assunto da FILOSOFIA.
Não há consenso entre os autores consagrados, pois uns consideram a religião natural como o fundamento das religiões monoteístas (judaísmo, o cristianismo e islamismo) e outros como diferente delas.Segundo alguns autores são encontrados universalmente, entre todos os povos, aspectos da religião natural. O que não ocorre com as seitas, oriundas da cultura e tradição, que possuem aspectos singulares, diferindo-se entre si.
V. O espiritismo pertence ao conhecimento humano:
O caráter do espiritismo é sua universalidade. Sobre a influência do Espiritismo no Progresso, Kardec indagou aos Espíritos superiores na questão 798: O Espiritismo se tornará crença comum, ou ficará sendo partilhado, como crença, apenas por algumas pessoas?No que eles responderam:
“Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na naturezae chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos”.
O conhecimento humano é fruto de sua ciência, da sua filosofia. O pensamento religioso é todo conjectural, baseado numa fé cega, não importando em zetética (perguntar, questionar, refutar, etc.), mas, repleto de dogmas particulares (conceitos inquestionáveis).
VI. O espiritismo é uma lei da natureza:
Quanto ao Espiritismo, eis o ensinamento contido na resposta à questão 222:
"[...]. Nunca dissemos ser de invenção moderna a Doutrina Espírita. Constituindo uma lei da Natureza, o Espiritismo há de ter existido desde a origem dos tempos e sempre nos esforçamos por demonstrar que dele se descobrem sinais na antiguidade mais remota".
Se é uma lei da natureza e não é um conhecimento moderno, verifica-se que não possui aspecto de religião.
Importa, agora, obter respostas a algumas questões que deveriam ser as premissas de todos os estudantes sérios a fim de evitar desdizer o que foi afirmado por Allan Kardec, o organizador do espiritismo.
VII. O que é a religião? é o inverso da filosofia, pois se baseia na fé cega, em acreditar em algo no qual não se pode comprovar,na crença inabalávelde ensinamentos impostos por revelações divinas,o que leva a rotinas e dogmas.
Refletindo sobre os conceitos e definições, bem como nas informações compartilhadas alhures, o que é que se pretendeu afirmar com a ideia de um suposto aspecto religioso do espiritismo?
Será que o espiritismo busca explicar a origem do universo sem uso da razão?
É objetivo do espiritismo demostrar o inexplicável como vontade divina?
Há no espiritismo um confronto entre fé e razão?
Obviamente todas as respostas são negativas, uma vez que o espiritismo se ocupa da fé raciocinada. Por outro lado, A FILOSOFIA reflete a busca do ser humano pelo conhecimento de si mesmo e do mundo onde vive.
Não seria essa busca presente na Doutrina Espírita, conforme podemos verificar nas respostas às questões 918 e 919 de O Livro dos Espíritos?
VIII. Ainda é preciso perguntar: como surgiu a filosofia?
Foi da tentativa de superar uma fé cega em que os gregos viviam, tentando explicar os fenômenos através de causas racionais e não através dos mitos. O Iluminismo é uma expressão desse movimento, quando se esperava a superação total das crenças pela razão.
E, sem dúvida, a Filosofia Espiritualista Racional tem suas raízes nesse grande movimento do pensamento científico humano. Alguns filósofos acreditam que o melhor meio de alcançar a divindade é através da razão. E não é outra a busca que se estabelece na Doutrina Espírita?
XI. Qual a diferença entre religião e filosofia?
a. RELIGIÃO é a crença na existência de um poder ou princípio superior, sobrenatural, do qual depende o destino do ser humano e ao qual se deve respeito e obediência.
É isto que o espiritismo propõe? Ou a proposta espírita é a conformação às leis divinas por meio da aquisição do conhecimento e do uso dos atributos do Espírito, para fins de uma decisão individual de fazer o bem, pelo bem de todos, sem qualquer tipo de coação, seja íntima ou externa?(questões 629 e seguintes de O Livro dos Espíritos).
Além do mais, o religioso (partidário de qualquer religião) toma uma postura intelectual e moral que resulta de sua crença religiosa.
É essa a proposta do espiritismo ou ele ensina que há apenas uma conduta moral a ser atingida como meta: fazer o bem, pelo bem e para o bem de todos? (questão 629 e ss. LE).
b. FILOSOFIA é uma ciência com vários conceitos a depender do campo científico de sua aplicação. Sobremaneira, refere-se à razão e à sabedoria. Trata-se de um pensamento onde o ser humano busca compreender a si mesmo e a realidade circundante, e que determinará o seu caráter prescritivo ou prático, voltado para a ação concreta e suas consequências éticas, políticas ou psicológicas.
Veremos, mais à frente, que Kardec, respondendo à questão: o que é o espiritismo? Vai responder em consonância com essa definição.
É verdade que, no campo da metafísica, como é próprio da filosofia, que o espiritismo apresenta um conjunto de especulações teóricas, busca as verdades primeiras e incondicionadas relativas à natureza de Deus, da alma e do universo, mas utilizando procedimentos argumentativos, lógicos e dedutivos, sem prescindir da observação (método próprio da Filosofia do século 19).
É possível verificar em O Livro dos Espíritos, já no início da obra, respostas sobre Deus, Alma e Universo. Portanto, o espiritismo é filosófico.
O SUPOSTO TRÍPLICE ASPECTO DO ESPIRITISMO É FALSO:
Se bem entendidos os conceitos de filosofia, religião, teodiceia, metafísica, religião natural, filosofia espiritualista, entre outros, é possível compreender a afirmação de Kardec na obra O Espiritismo em sua Mais Simples Expressão (Histórico do Espiritismo, pg. 27):
"Do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, imortalidade, as penas e recompensas futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em particular.Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que sofre, após a morte, as consequências do bem ou do mal que praticar durante a vida corpórea: o objetivo de todas as religiões".
Não, Kardec não está afirmando que o Espiritismo é uma religião, pois, se assim fosse, ele não continuaria esclarecendo que:
"Católicos - gregos ou romanos - protestantes, judeus ou mulçumanos podem crer nas manifestações dos Espíritos e ser, por conseguinte, Espíritas. A prova está em que o Espiritismo tem adeptos em todas as religiões".
Nessa mesma obra o organizador do Espiritismo ainda vai afirmar que "o Espiritismo [...] não constitui uma religião especial, pois não possui sacerdotes nem templos".
Na obra O Que é o Espiritismo, Allan Kardec, em seu 3º diálogo (com o Padre), vai esclarecer de onde surgiu a falaciosa afirmação do Espiritismo como uma religião:
"O Espiritismo não era mais que simples doutrina filosófica, foi a própria Igreja que o desenvolveu, apresentando-o como um temível inimigo.Foi ela, enfim, quem o proclamou como nova religião.Era uma demonstração de inépcia, mas a paixão na raciocina".
Em verdade é preciso raciocinar, a fim não confundir uma doutrina filosófica com consequências morais em razão das relações que se podem estabelecer entre os Espíritos com uma mera religião. É oportuno, também, uma vez que estamos mencionando a obra O Que é o Espiritismo, colacionar como Allan Kardec define o Espiritismo:
"O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, consiste nas relações que se podem estabelecer com os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas relações. Podemos assim defini-lo: o Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, da origem e do destino dos Espíritos e de suas relações com o mundo corporal".
Não se verifica, em nenhuma hipótese, qualquer expressão na definição de Kardec que se trataria de uma doutrina com tríplice aspecto. No máximo, dois, se não se considerar como o próprio organizador do Espiritismo o define em última instância: ciência.
Neste sentido, o que pede Allan Kardec para os Espíritas quanto a esse tema? Trata-se do estudo e da observação, conforme suas palavras no diálogo com o Padre, que reproduzimos:
"Melhor observado depois que se vulgarizou, o Espiritismo vem derramar luz sobre grande número de questões, até hoje insolúveis ou mal compreendidas. Seu verdadeiro caráter é, pois, o de uma ciência, e não de uma religião;e a prova disso é que ele conta entre os seus aderentes homens de todas as crenças, que por esse fato não renunciaram às suas convicções: católicos fervorosos que não deixam de praticar todos os deveres do seu culto, quando a Igreja os não repele; protestantes de todas as seitas, israelitas, muçulmanos e mesmo budistas e bramanistas".
Além de não ser uma religião, ter entre seus adeptos pessoas de todas as crenças, o Espiritismo é um grande aliado para fazer a ponte entre ciência e religião, uma vez que:
"Não será isso um pequeno serviço prestado à humanidade e à Religião? Porém, não é ainda tudo: a certeza da vida futura, o quadro vivo daqueles que nos precederam nela, mostram a necessidade do bem e as consequências inevitáveis do mal. Eis por que, sem ser uma Religião, o Espiritismo se prende essencialmente às ideias religiosas, desenvolve-as naqueles que não as possuem, fortifica-as nos que as têm incertas".
Kardec anteviu que o Espiritismo sofreria ataques por meio de interpretações sistemáticas e errôneas. Eis o que escreveu sobre isso no texto impressões gerais, preâmbulo da obra Viagem Espírita em 1862:
"Quando a ciência espírita estiver solidamente constituída e escoimada de todas as interpretações sistemáticas e errôneas, que caem a cada dia ante o exame sério, eles se ocuparão de estabelecê-la em âmbito universal, para isso empregando poderosos meios".
O esforço de Allan Kardec sempre foi no sentido de demonstrar a face grave e sublime dessa nova ciência:
"[...] fazendo-a sair do caminho puramente experimental para fazê-la penetrar no da filosofia e da moral [...]" (idem, primeiro discurso).
Os graves erros, as interpretações errôneas, com toda certeza é fruto de ausência total ou da deficiência de estudos da Doutrina Espírita em obras genuinamente espíritas, pois, como o próprio Kardec afirmou:
"Onde quer que minhas obras penetraram e servem de guia, o Espiritismo é visto sob o seu verdadeiro aspecto, isto é, sob um caráter EXCLUSIVAMENTE MORAL (idem)".
Certamente, Allan Kardec falou sobre ASPECTO DO ESPIRITISMO, mas, como podemos comprovar, tratou do verdadeiro aspecto,DO MAIOR ASPECTO DO ESPIRITISMO, que é o ASPECTO MORAL. Portanto, divergindo totalmente daquela afirmação feita na nota apócrifa da obra O Consolador, Kardec não afirmou existir um suposto aspecto religioso e, sem dúvida, não há tríplice aspecto.
Cabe, ainda, trazer ao presente artigo as palavras profundas e esclarecedoras sobre esse tema: o suposto tríplice aspecto do espiritismo. Segundo Allan Kardec NÃO EXISTE o aspecto religioso, pois, o espiritismo não é uma religião. É o que se depreende da longa resposta contida na RE – Maio/1859 – Respondendo a
um artigo do Abade François Chesnel publicado no Jornal Univers.
Segundo Allan Kardec, o artigo do Abade "contém um erro grave e
pode dar uma ideia muito falsa, quer do Espiritismo em geral, quer em
particular do caráter e do objetivo dos trabalhos da Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas".
Assim, Kardec responde o clérigo nos seguintes termos:
"[...] Senhor abade, o artigo que publicastes no Univers,
relativamente ao Espiritismo, contém vários erros que importa retificar e que procedem,
fora de dúvida, de um incompleto estudo da matéria".
O tema central, bem como o título do artigo é “Uma
nova religião em Paris”. Sobre o qual Kardec responde que:
"Admitindo que tal fosse, com efeito, o caráter
do Espiritismo, aí haveria um primeiro erro, considerando-se que ele
está longe de circunscrever-se a Paris. Conta milhões de aderentes espalhados
nas cinco partes do mundo e Paris não foi o foco primitivo. Em segundo lugar, o
Espiritismo é uma religião?Fácil é demonstrar o contrário".
Destarte, esclarece Kardec sobre o VERDADEIRO CARÁTER DO ESPIRITISMO que:
"[...] Seu verdadeiro caráter é, pois, o de uma
ciência e não o de uma religião, e a prova disso é que conta,entre seus
aderentes, homens de todas as crenças, e que nem por isso renunciaram às
suas convicções: católicos fervorosos, que praticam todos os deveres de seu
culto, protestantes de todas as seitas, israelitas, muçulmanos e até budistas e
bramanistas. Há de tudo, exceto materialistas e ateus, porque essas ideias
são incompatíveis com as observações espíritas".
Além do mais, Kardec explica os fundamentos da Doutrina Espírita, advertindo que:
"O Espiritismo, pois, repousa
sobre princípios gerais, independentes de toda questão dogmática.É
verdade que tem consequências morais, como todas as ciências filosóficas. Essas
consequências são no sentido do Cristianismo, porque, de todas as doutrinas,
o Cristianismo é a mais esclarecida, a mais pura, razão por que, de todas
as seitas religiosas do mundo, são as cristãs as mais aptas a compreendê-lo em
sua verdadeira essência".
Vamos traduzir o que Kardec está afirmando. As consequência morais das relações que se podem estabelecer entre e com os Espíritos se conformam ao Cristianismo. O Cristianismo é uma doutrina, que por seus fundamentos está em melhores condições (ou apta) a entender, compreender os princípios, postulados e filosofia espírita (no geral em relação ao Espiritualismo e no particular quanto à doutrina espírita).
Dessa forma, para quem julga equivocadamente o espiritismo, é preciso prestar atenção nas palavras de Kardec, pois, ele afirma que:
"O Espiritismo não é, pois,
uma religião. Se o fosse teria seu culto, seus templos, seus ministros.
Sem dúvida cada um pode fazer uma religião de suas opiniões e interpretar à
vontade as religiões conhecidas, mas daí à constituição de uma nova Igreja
há uma grande distância e creio que seria imprudência seguir tal ideia".
E continua:
"Em
resumo, o Espiritismo se ocupa da observação dos fatos e não
das particularidades de tal ou qual crença, da pesquisa das causas, da
explicação que esses fatos podem dar de fenômenos conhecidos, assim na ordem
moral como na ordem física, e não impõe nenhum culto aos seus
partidários, como a astronomia não impõe o culto dos astros, nem a pirotecnia o
culto do fogo".
Fato de não somenos importância é a explicação de Kardec sobre o próprio nome dado à instituição que fundou para pesquisar o espiritismo. Ele afirma que:
"[...] a denominação Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas não se assemelha ao de nenhuma seita; tão
diferente é o seu caráter que seu estatuto proíbe tratar de questões
religiosas".
E que:
"[...] está classificada na
categoria das sociedades científicas, porque, com efeito, seu objetivo é
estudar e aprofundar todos os fenômenos que resultam das relações entre os
mundos visível e invisível; tem seu presidente, seu secretário e seu
tesoureiro, como todas as sociedades".
Além do fato de que, quanto a fazer prosélitos:
"[...] não convida o público às
suas sessões; ali não se faz nenhum discurso, nem coisa alguma que tenha o
caráter de um culto qualquer".
Bem como, sobre a condução de suas sessões e trabalhos:
"[...] Conduz os seus trabalhos
com calma e recolhimento, primeiro porque é uma condição necessária para as
observações e, segundo, porque sabe que devem ser respeitados aqueles que não
vivem mais na Terra".
Inclusive, esclarece sob a forma de convidar os Espíritos para comparecerem às sessões e a realização das mesmas, dizendo que:
"[...] Ela os chama em nome de
Deus porque crê em Deus, em sua Onipotência e sabe que nada se faz neste mundo
sem a sua permissão. Abre as sessões com um apelo geral aos Espíritos bons, uma
vez que, sabendo que os há bons e maus, cuida para que estes últimos não venham
se misturar fraudulentamente nas comunicações que recebe e induzi-la em erro".
Finalmente, pergunta Allan Kardec ao Abade:
[...] O que prova isso? Que
não somos ateus; mas de modo algum implica que sejamos partidários de uma
religião.
O que chama a atenção é a seriedade de Allan Kardec quanto aos que insistem em atribuir um caráter religioso ao espiritismo, quando adverte e convida a todos os incautos:
"Disso deveria ter ficado
convencida a pessoa que vos descreveu o que se passa entre nós,se
tivesse acompanhado os nossos trabalhos e, sobretudo, se os tivesse julgado com
menos leviandade e talvez com espírito menos prevenido e menos
apaixonado. Assim, os próprios fatos protestam contra a
qualificação de nova seita que destes à Sociedade, certamente por não a
conhecerdes melhor".
Nem se perca de vista que, tão importante quanto aos argumentos de Allan Kardec, são as respostas apresentadas pelo espiritista Senhor Dombre a um pregadorque havia afirmado em sermão que o espiritismo seria uma religião. Na Revista Espírita de setembro de 1862, assevera o Senhor Dombre:
"Não; o Espiritismo não é uma religião, nem pretende ser uma religião. O Espiritismo se baseia na existência de um mundo invisível, formado por seres incorpóreos que povoam o espaço e que são apenas as almas dos que viveram na Terra ou em outros globos. [...] O Espiritismo desvenda-nos o mundo invisível; não é novidade, já que é mencionado pela história de todos os povos. Repousa sobre princípios gerais, independentes de toda questão dogmática. [...]; cada um pode fazer de suas opiniões uma religião, mas daí para a constituição de uma nova Igreja a distância é grande. Portanto, o Espiritismo não é uma nova religião".
Para aqueles que ainda não compreenderam o que Allan Kardec quer dizer a respeito do espiritismo quando afirma que não possui culto nem templos, vejamos sua exposição em algumas refutações na Revista Espírita de maio de 1863. Verbis:
"Pareceis ignorar uma coisa que é bom saibais. Os grupos espíritas não são absolutamente necessários; são simples reuniões onde se sentem felizes por encontrar-se pessoas que pensam do mesmo modo. E a prova disto é que hoje, na França, há mais de 600.000 espíritas, 99% dos quais não fazem parte de nenhum grupo e neles jamais puseram os pés; que eles não existem numa porção de cidades";
E prossegue:
"[...] que nem os grupos nem as sociedades abrem suas portas ao público para pregar suas doutrinas aos transeuntes; que o Espiritismo se prega por si mesmo e pela força das coisas, porque responde a uma necessidade da época; que as ideias espíritas estão no ar e são aspiradas por todos os poros da inteligência; que o contágio está no exemplo dos que são felizes com essas crenças e que são encontrados por toda parte, na sociedade, sem que se precise procurá-los nos grupos".
Em 1864, conforme se depreende da Revista Espírita do mês de setembro, novamente, Allan Kardec responde sobre a esdrúxula afirmação dos representantes da igreja, os quais proclamavam o Espiritismo como nova religião do século 19. Verbis:
"Observação – Eis mais um príncipe da Igreja que proclama, num ato oficial, que o Espiritismo é uma religião que se cria. É o caso de repetir aqui o que já dissemos a respeito: Se algum dia o Espiritismo se tornar uma religião, a Igreja terá sido a primeira a dar tal ideia".
Muitos ainda vão afirmar que o espiritismo adotando as preces será, de fato, uma religião, ao que o próprio Allan Kardec, tecendo considerações sobre a prece no espiritismo, responde na Revista Espírita do mês de janeiro de 1866, afirmando:
"Cada um é livre de encarar as coisas à sua maneira, e nós, que reclamamos esta liberdade para nós, não podemos recusa-la aos outros. Mas, do fato de uma opinião ser livre, não se segue que não se possa discuti-la, examinar o lado forte e o fraco, pesar suas vantagens e inconveniências. [...] O Espiritismo é uma ciência puramente filosófica; não só não é uma religião, como não deve ter nenhum caráter religioso. Toda prece dita nas reuniões tende a manter a superstição e a hipocrisia religiosa".
E, ainda na Revista Espírita de 1866, agora no mês de fevereiro, o organizador do espiritismo, apresentando o espiritismo segundo os espíritas, reportando a um artigo publicado por um periódico sério da França do século 19, demonstrou que era corrente entre os espíritas, entre outras coisas, a seguinte compreensão sobre a Doutrina Espírita:
“Não é uma Religião, pois não tem dogmas, nem culto, nem sacerdotes, nem artigos de fé; é mais que uma filosofia, porque sua doutrina é estabelecida sobre a prova certa da imortalidade da alma.É para fornecer esta prova que os espíritas evocam os Espíritos de além-túmulo".
Mas, todos sabemos de onde vem, de fato, esse ranço empedernido de querer fazer da Doutrina Espírita e do Espiritismo o que não é e nem nunca foi. Ao artigo da Revista Espírita de 1859, onde Kardec trava um diálogo com o Abade Chesnel, refutando o aspecto religioso da Doutrina Espírita, se somou furtivamente uma nota (de n. 9 na edição em pdf - FEB) do tradutor da revista, em um acerbo desserviço para a propagação, divulgação e disseminação da ciência filosófico-espírita, conforme transcrição a seguir:
"NOTA DO TRADUTOR DA REVISTA À AFIRMAÇÃO DE KARDEC QUANTO AO ESPIRITISMO NÃO SER UMA RELIGIÃO -Em vão se tentará negar o aspecto
religioso do Espiritismo, tomando por base, de forma isolada, o presente
raciocínio de Allan Kardec. Há que se examinar o conjunto de sua obra, a fim de
não se chegar a conclusões precipitadas. Na Revista
Espírita de dezembro de 1868 o Codificador defende de maneira
peremptória o caráter religioso da Doutrina Espírita".
É uma nota de um deficiente intelectual, ao qual falta discernimento e cognição a priori. Sem dúvida, ao fazer uma afirmação rasteira destas, estará num daqueles grupos citados por Kardec: ou dos levianos ou dos apaixonados. Estudando a obra Viagem Espírita em 1862, veremos que o autor dessa nota está longe de pertencer à categoria dos verdadeiros espíritas.
Como visto, demonstrou-se nesse artigo que o tradutor da revista e autor da nota ora guerreada (sobre a afirmação de Kardec) está LONGE/DISTANTE de ter procedido um exame acurado do conjunto da obra. Não deve ter lido, porque estudar seria pedir muito para quem já vem com o copo cheio, nenhuma das informações que colacionamos nesse artigo. VEJAM QUE ESTAMOS ANALISANDO O CONJUNTO DA OBRA, isto é, nas Revistas Espíritas, bem como em todas as demais produzidas por Allan Kardec. O autor da nota, sem dúvida, não procedeu da mesma forma, pois já vinha com o seu julgamento antecipado sobre o tema.
Kardec, não só pela quantidade de informações, mas em face da qualidade das mesmas, afirmou em mais de uma ocasião qual é o verdadeiro caráter do espiritismo - uma ciência. Vale, finalmente, apresentar o conteúdo usado por muitos para afirmar que Allan Kardec mudou seu pensamento sobre o fato de não ser o Espiritismo uma religião. Pois bem, é o contrário. Na Revista a seguir verificamos que o suposto tríplice aspecto do espiritismo é falso:
Na Revista Espírita de dezembro de 1868, Kardec foi instado a responder se o espiritismo é uma religião. Apesar da profundidade daquele texto, onde são dadas minuciosas explicações sobre o significado e sentido da palavra religião; além do fato de Kardec demonstrar cabalmente que o Espiritismo não se enquadra na compreensão humana do que se convencionou denominar religião, ainda há muita má vontade nesse campo de estudo.
Kardec citou o significado da expressão religiãocomo sendo um laço que religa os seres humanos entre si (e não com Deus, com o qual NUNCA perdeu sua ligação) numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças.
Além disto, a obra A Gênese traz importante esclarecimento nesse sentido, pois que, para se afastar do Criador haveria de ter algum distanciamento entre Deus e os seres inteligentes, implicando na ausência de unidade do Universo, hipótese falsa, senão vejamos:
"O Universo é, ao mesmo tempo, um mecanismo imenso conduzido por um número incontável de inteligências, um enorme governo onde cada ser inteligente tem sua parte de ação sob o olhar do soberano Criador, cuja vontade única mantém a UNIDADE POR TODA A PARTE. Sob o império desse vasto poder regulador tudo se movimento, tudo funciona numa perfeita ordem". (Capítulo 18, item 4).
Explicou que o nome religião foi dado ao conjunto de princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé (observe que Kardec critica a ideia de codificar, codificador, etc., mas isso é matéria para outro artigo).
Como exemplo disto citou a hipótese da religião política, que implica uma fé política, consubstanciada numa ideia particular, ocasião em que demonstrou, ainda, que os seres humanos podem se filiar a um partido por um interesse, mas sem fé nesse partido. O mal da reunião por interesse é que há uma permanência, uma persistência à custa dos maiores sacrifícios. Não há fé sincera e nem renúncia dos interesses pessoais.
Portanto, Kardec explicou qual o sentimento que une os seres humanos nas seitas. Não é um laço de fraternidade e de solidariedade, mas apenas compromissos materiais e interesses pessoais, que podem ser rompidos facilmente.
Destarte, asseverou que:
"Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra,não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado.Eis por que simplesmente se diz: DOUTRINA FILOSÓFICA E MORAL".
Neste sentido, fico com Kardec. Uma vez QUE EXISTE NO MUNDO APENAS A EXPRESSÃO RELIGIÃO e a mesma não traduz a ideia de uma religião natural ou filosófica sem os caracteres próprios de uma seita, o Espiritismo NÃO É UMA RELIGIÃO.
Mas, não se engane, o próprio Kardec esclareceu que o ser humano pode transformar qualquer ideia numa religião, fruto de sua interpretação equivocada, do seu erro, bem como do seu interesse pessoal.
Além do mais, importa colacionar uma importante instrução de Allan Kardec, contida no vocabulário espírita, obra Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas, ao explicar o significado do vocábulo ESFERA, ocasião que adverte sobre a precaução que devemos ter com pseudo sábios e expressões viciosas. Verbis:
"[...] Se um homem que julgais sábio sustenta uma teoria evidentemente absurda, duvidais do seu saber [...]".
O profundo cuidado de Kardec com expressões viciosas e equivocadas usadas vulgarmente, como é o caso da palavra religião tratada na Revista Espírita de dezembro de 1868, o impulsionou a escrever o que segue (idem):
"Essas expressões são viciosas, mesmo tomadas em sentido figurado, porque podem induzir em erro sobre o sentido verdadeiro pelo qual se deve entender [...]".
Por fim, não pediremos ao leitor que tire suas próprias conclusões acerca do assunto nessa oportunidade, pois o próprio Allan Kardec refutou o suposto tríplice aspecto do espiritismo.
Assim, a conclusão é de uma lógica solar, visto que o organizador do Espiritismo deixa claro o VERDADEIRO CARÁTER DO ESPIRITISMO, ou seja, uma ciência.
Neste sentido, O SUPOSTO TRÍPLICE ASPECTO DO ESPIRITISMO É FALSO. Trata-se de uma falácia.