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quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

EDUCAÇÃO E PROGRESSO MORAL SEGUNDO O ESPIRITISMO!


Fénelon, em O Livro dos Espíritos, responde a Allan Kardec sobre qual o meio de se destruir o egoísmo. Destaca na questão 917 que a dificuldade encontra-se na influência que a matéria exerce sobre os seres humanos, os quais, ainda muito próximos da sua origem, não podem se libertar.

Contudo, o que chama a atenção na resposta são os fatores que concorrem para entreter essa influência. Diz Fénelon: "suas leis, sua organização, sua educação.

O Espírito apresenta como meio eficaz de destruir o egoísmo compreender bem o Espiritismo e torná-lo o norte das crenças e dos costumes, isto é, transformar os hábitos, as tradições e práticas e as relações sociais.

Explicando melhor o papel da educação nesse processo, Allan Kardec, em nota à questão 917 de O Livro dos Espíritos, esclarece:

"A educação, se for bem compreendida, será a chave do progresso moral, quando se conhecer a arte de manejar a arte dos caracteres [caráter moral] como se conhece a de manejar as inteligências, poder-se-á endireitá-los, da mesma maneira como se endireitam as plantas novas. Essa arte, porém, requer muito tato, muita experiência e uma profunda observação. É um grave erro acreditar que basta ter a ciência para aplicá-la de maneira proveitosa". 

E neste sentido, somos de opinião que o trabalho do educador espírita não é o mesmo daquele sábio que instrui no campo da ciência. Veja que, respondendo a questão 617 de O Livro dos Espíritos, foi anunciado:

"[...] O sábio estuda as leis da matéria, o homem de bem as da alma, e as segue".

Além disto, encontramos na questão 383 da mesma obra citada que os Espíritos encarnam e passam pela infância "[...] com o fim de se aperfeiçoar", uma vez que "[...] o Espírito é mais acessível durante esse tempo às impressões que recebe e que podem ajudar o seu adiantamento, para o qual devem contribuir os que estão encarregados da sua educação".

Finalmente, em se tratando de ciência filosófico-espírita, assim se pronunciou José Herculano Pires em nota à própria Tradução de O Livro dos Espíritos, especialmente à questão 383, verbis:

"Os pais e os professores espíritas devem ponderar sobre este item e os que se lhe seguem. O Espiritismo vem abrir um novo capítulo da psicologia infantil e da pedagogia mostrando a importância da educação da criança não apenas para esta vida mas para a sua própria evolução espiritual".

Importa observar que Fénelon, Kardec e Herculano não tratam de evangelização em casa espírita ou no lar, mas, tratam objetivamente do processo complexo de EDUCAÇÃO MORAL DO ESPÍRITO com o fim de auxiliá-lo no processo evolutivo.

Deixe sua opinião e comentário. Você tem observado esse aspecto do Espiritismo e da sua utilidade para a humanidade?

Uberaba-MG, 26/01/2023
Beto Ramos

quinta-feira, 7 de abril de 2022

VIGIAR E PUNIR X ORAR E VIGIAR

 


Desde tempos imemoriais, as sociedades buscaram desenvolver sistemas judiciários e coercitivos para a defesa de direitos privados e públicos. Foi assim que, julgando tais sistemas adequados e necessários, puniam aqueles que consideravam injustos agressores por meios vários.


Processos punitivos variados, desde a violência física, onde o corpo do indivíduo era supliciado de maneiras cruéis e terríveis até que se chegou nos sistemas penitenciários dos tempos modernos.

Os injustos agressores, conforme o sistema legal primitivo, eram agredidos como medida de justiça. Na prática, era a replicação da lei de talião, expressão que é, na verdade, a corruptela da lei do 'tal e qual': 'olho por olho, dente por dente'.

Até Deus era usado para fundamentar esse sistema de castigos. Alegava-se que o motivo dos suplícios físicos era a salvação da alma do infrator. Perceba a presença da moral heterônoma. O castigo ou a recompensa é externa. O comportamento individual é determinado por 'vontades' externas ao indivíduo. Alguma coisa como 'vontade da maioria' em detrimento da 'vontade individual'.

Chegados ao século 21 permitimo-nos refletir:

- A humanidade está regenerada? Os indivíduos compreenderam como devem agir em relação uns com os outros? Há fraternidade e solidariedade imperando entre povos e nações do mundo? O sistema de castigo e recompensa impediu que os indivíduos desenvolvessem vícios e fossem arrastados por suas paixões? A educação individual se traduz na inclusão do outro?


A CURA PELA EDUCAÇÃO

Parece que a sociedade ainda não se libertou das amarras à tensão entre heteronomia e autonomia, ou moral exterior e moral da liberdade, que em última síntese é o mesmo que: vigiar e punir (leis humanas) x orar e vigiar (leis divinas).

Em que pese, no campo do direito penal, mudar expressões como 'castigo de delinquentes' para 'recuperação de infratores', ou 'punir criminosos' para 'readaptar delinquentes', fazendo crer que o objetivo, nos dias atuais, é tratar esses indivíduos obedecendo os princípios de dignidade e liberdade humanas, a sociedade não logrou êxito nas suas medidas correcionais contra criminosos.

Como base para nossa meditação, pedimos vênia para transcrever parte do texto desenvolvido por Kardec e os Espíritos Superiores na questão 685 de O Livro dos Espíritos, verbis

"[...] há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridosConsiderando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos".

Que possamos preparar mentes e corações para o conhecimento dessa arte; que, verdadeiramente, seja objeto de nossas investigações a compreensão e a prática da mesma. O mundo não mudará por meio de milagre, coisas místicas ou sobrenaturais. Também não vai mudar com base em regras e estratégias humanas, onde alguns se arvoram em autoproclamarem-se divindades.

A verdadeira mudança inicia-se a partir de uma educação bem entendida. A humanidade está doente.

A educação é a cura.

Uberaba-MG, 07/04/2022.
Beto Ramos.

domingo, 28 de novembro de 2021

O MODELO DE EDUCAÇÃO MORAL PARA APRENDER A APRENDER

 


Você já parou para pensar sobre a sua mente? Como ela funciona? O que é? E como as coisas se apresentam para cada indivíduo em particular?


Não espere respostas simples para questões complexas. Nesse campo de indagações é sempre possível produzir uma variedade de contradições. Talvez, seria bom advertir: não espere respostas. Se assim é, convido para refletirmos juntos.

Podemos afirmar, com certeza, que a mente humana é ativa e não um mero recipiente que se possa preencher com informações passivamente.

O ser humano possui a qualidade única do autorreconhecimento. Como indivíduo, olha para o mundo promove e uma série incontável de relações, correlações, observações, análises, comparações, julgamentos, dúvidas, sistematizações, perguntas, problematizações (ufa!), etc.

A mente humana é organizada para sistematizar o que o ser humano vivencia, partindo de intuições, instituindo categorias, atribuindo sentido a todos os dados que o inundam e que chegam ininterruptamente por meio dos sentidos físicos.

Talvez por isso Hume, um pensador, afirmou que o conhecimento é construído a partir da experiência vivenciada pelo ser humano por meio dos sentidos físicos. No entanto, Kant, outro filósofo, afirmou que sem o aparato mental 'a priori' (ou inato), que dá início a todo o processo da experiência, a própria experiência seria impossível. O ser humano, então, cria a própria vivência do mundo.

Assim sendo, existem conceitos aplicados que são o resultado de experiências passadas (do aprendizado, digamos assim). Mas, sem dúvida, há outros que PRECEDEM essas experiências. São conceitos e ideias 'a priori', anteriores, também denominadas INATAS, pois, nascemos com elas (e.g. noções de espaço e tempo).

Pode-se dizer que as estruturas mentais do ser humano precedem as experiências. O que vale indagar se, no mundo da matéria, vivenciamos as coisas como elas são ou como aparecem para nós? Anote aí que vemos e interagimos com as coisas dentro do limite tempo e espaço. Deus, por exemplo, não está limitado pelo espaço, nem pelo tempo.

Hegel afirmou que as ideias nascem e evoluem gradualmente na direção de um sentido melhor e de uma compreensão maior da realidade.

É lícito questionar: todos os indivíduos que estão sendo bombardeados pelas ideias e conceitos possuem a mesma maturidade intelectual?

Vale dizer que uma ideia não é algo estático, nem fora do tempo, aguardando ser descoberta. Uma ideia provém de conhecimento, o qual é um processo cultural, histórico e dinâmico.

Historicamente, houve algúem que não gostou nada dessa coisa de 'mundo das ideias' e afirmou que o mundo dos fenômenos é ilusão, pois, o ser humano é controlado por seus desejos, que comanda tudo. Trata-se de Shopenhauer. Para ele, os seres humanos querem dar significado à propria existência (como algo superimportante), mas no fim possuem a só urgência de satisfazerem seus desejos.

Discordamos. Quando se fala em mente, logo se está pensando em consciência e liberdade. É aí que se busca descobrir ou construir um conceito ou significado de existência. Em um mundo de incertezas, o que dá sentido à vida são as escolhas feitas pelo indivíduo.

Cada um, todavia, será envolto nas próprias verdades (subjetivas). Isso leva cada um a agir, fazendo ou deixando de fazer uma coisa ou outra. Tudo baseado na sua intrínseca visão de mundo. 

A cosmovisão é o resultado de como o indivíduo vivencia suas experiências. Essa vivência se ampara nas construções mentais que, por sua vez, consideram as ideias inatas e as aprendidas [apreendidas?].

Se a personalidade sofre a influência de suas ideias inatas, o indivíduo não é resultado de uma só vida. Se já viveu traz o resultado de suas experiências em vários campos e é capaz de aprender em razão de novas vivências. Desse modo, pode ser influênciado tanto para o bem quanto para o mal.

Haveria, pois, a possibilidade de que todo indivíduo possa reconhecer essa sua 'dupla existência'? Numa palavra, os conflitos sociais, advindos dessa variedade de concepções de mundo, poderiam ser paulatinamente solucionados?

A resposta é positiva. Essa tentativa já foi implementada e obteve sucesso enquanto durou. O Espiritualismo Racional propôs um modelo educacional visando a moral da sociedade. Partiu da mudança de paradigma universitário, promovendo a formação de professores, no sentido de chegar à educação de jovens.

O método científico propõe como bases desse processo educativo:

1. Ensinar a pensar; objetivando formar o pensamento racional; ofertando a disciplina LÓGICA;

2. Ensinar a aprender; objetivando que o indivíduo se encontre com a verdade presente em sua consciência; ofertando a disciplina MORAL;

3. Ensinar a ser criativo; objetivando despertar o sentimento do bem e do belo; ofertando a disciplina ESTÉTICA.

Enfim, a proposta é de construção coletiva: aprender a aprender. Trabalhar, verdadeiramente, a causa dos conflitos sociais.

Nesse modelo não pode haver uma dominação conceitual impositiva. É preciso respeitar a liberdade e a experiência individual. A ideia é que cada um possa investigar procedendo uma análise, estabelecendo fatos para remontar as causas.

O Espiritismo moderno complementa o movimento espiritualista proclamando o elemento espiritual, após constatá-lo com clareza e esclarecendo sem evasivas. Compreende-se, assim, que para a Doutrina Espírita a evolução moral é um passo natural do desenvolvimento da humanidade.

Beto Ramos, Uberaba-MG, 28/11/2021.

Fonte principal de pesquisa:
FIGUEIREDO, Paulo Henrique de. AUTONOMIA - a história jamais contada do espiritismo. São Paulo: FEAL, 2019.

terça-feira, 20 de julho de 2021

EDUCAÇÃO MORAL SEGUNDO O ESPIRITISMO


 

Educar é dar a alguém os cuidados necessários ao PLENO DESENVOLVIMENTO de sua PERSONALIDADE. Dar ensino, instruir e transmitir o saber são sinônimos de EDUCAR.

Quem transmite, transmite alguma coisa. No caso dos cuidados necessários para o pleno desenvolvimento da personalidade humana sabemos que o ato passa por um processo: a educação.

Quando o assunto é educação moral segundo o Espiritismo, é cabível questionar:

1. O Espiritismo educa?

2. O que a Doutrina Espírita define como moral?

Pesquisando nas obras produzidas por Allan Kardec, especialmente em O Evangelho Segundo o Espiritismo, iremos nos deparar com tópicos onde o seu autor denominou de instruções dos Espíritos. Encontramos, também, em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec tratando do ensino dos Espíritos.

Portanto, deduz-se que o Espiritismo educa por meio do ensino dos Espíritos, isto é, de suas instruções. Resta saber, então, quais assuntos e/ou temas são objeto do ensino e das instruções dos Espíritos.

Trata-se da Doutrina Espírita, ou seja, um conjunto de comportamentos que, tornados hábitos pelo indivíduo, o levam a VIVER BEM.

No entanto, a racionalização, coisa diferente de racionalidade, levará a diversas indagações que desvirtuam o sentido objetivo que se pretende atingir. Para manter o intérprete no curso, esclarecemos que as comunicações destacadas por Allan Kardec sobre Espíritos Felizes, Infelizes e Endurecidos, demonstram que o modo como cada um conduziu suas encarnações pretéritas REPERCUTEM na VIDA ESPIRITUAL.

Trata-se, pois, das CONSEQUÊNCIAS DE NATUREZA MORAL. Por isso é imperativo definir MORAL SEGUNDO O ESPIRITISMO. Isso nos permite compreender a educação moral segundo o Espiritismo. Em O Livro dos Espíritos, o ensino dos Espíritos Superiores não deixa dúvida: "a moral é definida como regra da boa conduta".

Nesse caso, se conduz bem aquele que sabe definir e fazer diferença entre o bem e o mal. O bem é fazer TUDO tendo como OBJETIVO o BEM DE TODOS. Fazer tudo para o bem de todos é observar a LEI DIVINA. O bem é tudo que está conforme a Lei de Deus e o mal é tudo que infringe essa Lei.

No plano da educação moral segundo o Espiritismo é preciso levar em conta dois pontos cruciais: o livre-arbítrio e a autonomia do Espírito. Nesse caso, o ser humano ANTES DE TUDO precisa CRER em DEUS, isto é, compreender seus atributos, sua perfeição. Chegado a esse ponto, é preciso QUERER SABER.

Para saber, isto é, para CONHECER, todo indivíduo possui a faculdade da INTELIGÊNCIA e é ela quem permite discernir o bem do mal. É preciso destacar que esse discernimento está sempre em relação com o acervo de conhecimento adquirido pelo Espírito.

Por fim, alguém poderia dizer: "Mas, mesmo com a inteligência e o aprendizado é possível ERRAR, uma vez que tudo está correlacionado com o conhecimento adquirido". Em O Livro dos Espíritos há resposta objetiva e categórica a esse sofisma: de forma alguma. Há uma receita infalível presente na cultura da humanidade há vários milênios. Trata-se da regra do BEM PROCEDER:

"Fazer ao outro o que gostaria que o outro lhe fizesse e não fazer ao outro o que não gostaria que o outro lhe fizesse".

E, agindo assim, alguém poderia dizer: eis o cumprimento de toda a lei e os profetas.


Uberaba-MG, 20 de Julho de 2021.
Beto Ramos

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

  EM SUAS VIAGENS KARDEC MINISTRAVA ENSINOS COMPLEMENTARES AOS QUE JÁ POSSUIAM CONHECIMENTO E ESTUDO PRÉVIO. Visitando a cidade Rochefort, n...