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domingo, 16 de abril de 2023

DIÓGENES, O CÍNICO (ESPÍRITO) E SUA COMUNICAÇÃO NA REVISTA ESPÍRITA

 

Diógenes de Sinope, também conhecido como Diógenes, o Cínico, foi um filósofo da Grécia Antiga, cujos detalhes da vida foram contados por meio de chreia (anedodas). Tendo vivido entre os anos 404 (aproximadamente) a 323, a. C., foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado discípulo de Antístenes, antigo protegido de Sócrates. Tornou-se mendigo e habitou as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude. Conta-se que vivia em um barril (ou um jarrão de cerâmica) e perambulava pelas ruas com um lanterna alegando que procurava um homem honesto.

O cinismo foi uma corrente filosófica fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates. Para os cínicos, o propósito da vida era viver na virtude, de acordo com a natureza. As pessoas, como criaturas racionais, podem alcançar a felicidade através de um rigoroso treinamento, de modo a viver de maneira natural, rejeitando todos os desejos convencionais de riqueza, poder e fama, levando uma vida simples, livres da necessidade de posses e, até mesmo, desrespeitando as convenções sociais de modo aberto e irônico.

A Revista Espírita do mês de Janeiro do ano de 1859, sob o título Conversas Familiares de Além-Túmulo, traz duas comunicações interessantes, de um lado Chaudruc-Duclos e, em seguida, Diógenes. Apesar do primeiro ter se referido ao segundo, importa anunciar o interessante diálogo travado com o antigo filósofo, partidário da corrente filosófica do cinismo.

Para esse diálogo, além dos demais médiuns, participou o médium vidente Sr. Adrien, que fez ambos os retratos dos comunicantes. Por evocação comparece o Espírito Diógenes. Vindo de longe, concordou em aparecer ao Sr. Adrien, tal qual era na existência em que ficou conhecido na Terra. Deferiu, inclusive, aparecer com a lanterna que usava naquela encarnação em que defendia a corrente filosófica dos cínicos.

Descrito com perfeição (corpo e vestimenta) em seu retrato, destacou que tinha prazer em responder as perguntas que lhe seriam dirigidas. Sob sua encarnação como Diógenes, o Cínico, esclareceu que foi proveitosa para sua felicidade futura. Enquanto que seus contemporâneos levaram sua vida como se fosse algo ridícula, tratou-se de existência proveitosa, da qual a história trouxe tão pouco esclarecimento.

Afirmou que na sua encarnação trabalhou para si mesmo, porém seus exemplos poderiam ter servido de aprendizado. Sobre as qualidades que buscava no ser humano, esclareceu que estava certo de que as possuía, pois esse era o seu critério de julgamento.

Dentre seus filósofos preferidos, naquela época e até a ocasião da comunicação, citou Sócrates, declarando que Platão era muito duro e sua filosofia bastante severa. Após sua encarnação na Terra, em Atenas, afirmou que reencarnou em outros mundos.

Ao ser solicitado para traçar um quadro com as qualidades humanas que buscava na Terra ao tempo de sua encarnação como Diógenes e agora, como Espírito, apresenta-as:

Esse quadro é uma prova da evolução perpétua e contínua dos Espíritos.

Se essa informação foi interessante pra você, por favor, não deixe de se inscrever no blog e estudar continuadamente as Revistas Espíritas.

Uberaba-MG, 16/04/2023
Beto Ramos.




quinta-feira, 30 de março de 2023

PLATÃO (ESPÍRITO) E A GUERRA DE PALAVRAS!

Platão, segundo algumas fontes, nasceu em Atenas em 428 a.C e morre na mesma cidade em 347 a.C, foi um filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.

Talvez seja a figura central na história da Grécia antiga e da filosofia, juntamente com os não menos importantes Sócrates e Aristóteles. Platão está presente na filosofia natural, na ciência e na filosofia ocidental, sendo frequentemente citado como um dos fundadores do que mais tarde ficou conhecido como Espiritualismo.

Platão, segundo alguns estudiosos, era um racionalista, realista, idealista e dualista cujas ideias vão inspirar essas filosofias mais tarde.

Nos interessa, sobremaneira, uma comunicação deste filósofo contida em O LIVRO DOS ESPÍRITOS – QUARTA PARTE – CAPÍTULO 2 – DAS PENAS E GOZOS FUTUROS onde, como um dos Espíritos Superiores coordenados pelo Espírito A Verdade, vai chamar a atenção para a compreensão que se deve ter pelas palavras, buscando sua compreensão, contextualizando-as a fim de que não se faça pretexto acerca de sua significação.

Para nossa melhor compreensão, vamos inserir no texto algumas perguntas que, pensamos, são respondidas pelo filósofo desencarnado:

1. O que a humanidade, de maneira geral, tem produzido quando da interpretação dos textos antigos, principalmente quando se trata da vida futura?

“Guerras de palavras! guerras de palavras! Ainda não basta o sangue que tendes feito correr! Será ainda preciso que se reacendam as fogueiras? Discutem sobre palavras: eternidade das penas, eternidade dos castigos.

Ignorais então que o que hoje entendeis por eternidade não é o que os antigos entendiam e designavam por esse termo?

Consulte o teólogo as fontes e lá descobrirá, como todos vós, que o texto hebreu não atribuía esta significação ao vocábulo que os gregos, os latinos e os modernos traduziram por penas sem-fim, irremissíveis”.

2. Como compreender, então, o significado da expressão eternidade, haja visto a explicação dada por Galileu Galilei, como Espírito, cuja explicação consta da obra A Gênese de Allan Kardec, edição original de 1868?

“Eternidade dos castigos corresponde à eternidade do mal. Sim, enquanto existir o mal entre os homens, os castigos subsistirão. Importa que os textos sagrados se interpretem no sentido relativo. A eternidade das penas é, pois, relativa e não absoluta. Chegue o dia em que todos os homens, pelo arrependimento, se revistam da túnica da inocência e desde esse dia deixará de haver gemidos e ranger de dentes”.

3. Essa compreensão equivocada não é fruto da limitação do conhecimento humano, que, para ser adquirido, necessita de sucessivas reencarnações?

“Limitada tendes, é certo, a vossa razão humana, porém, tal como a tendes, ela é uma dádiva de Deus e, com o auxílio dessa razão, nenhum homem de boa-fé haverá que de outra forma compreenda a eternidade dos castigos”.


4. Todavia, há seres humanos que, de boa-fé, admitem a eternidade das penas?

“Pois quê! fora necessário admitir-se por eterno o mal. Somente Deus é eterno e não poderia ter criado o mal eterno; do contrário, forçoso seria tirar-se Lhe o mais magnífico dos seus atributos: o soberano poder, porquanto não é soberanamente poderoso aquele que cria um elemento destruidor de suas obras”.

5. É certo que os atributos divinos devem ser levados em conta, no entanto, mesmo em meio àqueles que admitem as ideias espíritas, há os que falam de uma suposta lei de causa e efeito?

“Humanidade! humanidade! não mergulhes mais os teus tristes olhares nas profundezas da Terra, procurando aí os castigos. Chora, espera, expia e refugia-te na ideia de um Deus intrinsecamente bom, absolutamente poderoso, essencialmente justo”. Platão.


Uberaba-MG, 30/03/2023
Beto Ramos

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

DEVERES DE FAMÍLIA: ESPIRITUALISMO RACIONAL E ESPIRITISMO.

Certamente o espírita irá se recordar que há uma dissertação interessante ditada pelo Espírito Santo Agostinho na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XIV - Honra a Teu Pai e a Tua Mãe, cujo tema A Ingratidão dos Filhos e os Laços de Família, entre outros assuntos, solicita a compreensão do grande papel da humanidade quando um corpo é gerado.

O Espírito recorda que o objetivo da alma que vem do mundo espiritual e reencarna em um corpo é o progresso. Nesse passo, adverte-se que é preciso que cada um tome conhecimento dos próprios deveres, pois, trata-se de uma missão auxiliar aquela alma.

Quais são esses deveres? São os deveres relativos à educação que deve ser dada ao Espírito que reencarna, tendo como meta o aperfeiçoamento do mesmo, bem como sua felicidade futura.

Eis, então, o ponto que nos interessa. Mas, antes, vamos, rapidamente, recordar que na Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, no item I de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec explica que "como especialidade 'O Livro dos Espíritos' contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual apresenta uma das fases. Essa razão porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista".

Dito isto, voltemos ao tema proposto nesse artigo, vejamos se, de fato, a questão referente aos deveres dos pais foi tratada em obras e dissertações dos filósofos espiritualistas. Nesse sentido, trazemos à colação o desenvolvimento desse tema pelo filósofo e escritor francês Paul Alexandre René Janet na obra Pequenos Elementos da Moral. Nela o autor trata dos deveres da família e disserta sobre as seguintes relações: do marido e da mulher; dos pais com os filhos; dos filhos com os pais; e, dos filhos entre si. Lembrando que essa obra veio a lume no século 19.

São destacados na obra os seguintes deveres que decorrem dessas relações: conjugal; paternal/maternal; filial; fraternal. Ainda, segundo Paul Janet, nessa relação familiar, há uma quinta classe de deveres: a domesticidade (patrões e empregados e vice-versa).

Indo direto ao ponto, quais são os deveres dos pais? Diz Paul Janet: ao educar os filhos, os pais devem tudo fazer para que não haja duas espécies de comandos contraditórios, mas apenas um único e mesmo poder manifestado na sua essência. Na sua investigação Paul Janet afirma que os pais conduzem os filhos em razão das seguintes necessidades deles: fraqueza da criança; impotência física; incapacidade intelectual; incapacidade moral.

O filósofo ainda afirma algo maravilhoso: não há direito de vida e morte sobre os filhos, pois o poder paterno tem origem no interesse da criança. Destarte, todos os deveres dos pais, segundo ensina Paul Janet, voltam-se para uma FORMAÇÃO DO CARÁTER, ou seja, para EDUCAÇÃO MORAL.

Vamos perceber que esse autor não aquiesce com a heteronomia, isto é, a educação moral heterônoma que prevê castigos físicos no processo de educação para os pais.

Por fim, demonstrando a ligação entre espiritismo e espiritualismo racional, vamos encontrar nessa obra de Paul Janet, as seguintes informações sobre a educação moral das crianças: a instrução é para o Espírito e a educação é para o caráter.

A instrução tem como efeito útil aumentar os recursos do indivíduo tornando-o apto à diversas coisas; trata-se de um capital. Além disto, eleva e enobrece a natureza humana. É a razão que diferencia o ser humano do animal; o esclarecimento estende e realça a razão. Em Paul Janet, a instrução não se confunde com a educação moral ao iluminar a razão e, por isso, é parte dela.

A formação do caráter não se faz só pela ciência, mas pela persuasão, autoridade, exemplo e pela ação moral em todos os instantes. Assim sendo, educação combina energia, doçura, constrangimento e liberdade.

Concluindo. Para Paul Janet, criar uma criança pelo temor é compará-la a um animal, mas não se deve ter fraqueza excessiva. Portanto, nem autoridade despótica e nem fraqueza em excesso.

Estas são as considerações que apresentamos para a meditação do leitor quanto aos deveres da família, as proposições do espiritismo e as proposições da filosofia espiritualista. Queremos saber a sua opinião. Deixe um comentário e acrescente informações, sugestões e críticas.

Até o próximo artigo.

Uberaba-MG, 12/08/2022.
Beto Ramos.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

QUADRO COM CITAÇÕES DE KARDEC SOBRE A GÊNESE

A obra A Gênese, sem dúvidas, é um marco para os Espíritas, aqueles que estudam e se aprofundam nas pesquisas desta ciência-filosófica, uma vez que o objetivo da Teoria Moral Espírita é conduzir os indivíduos à perfeição por meio de esforços individuais (autônomos). Vários elementos que servem à educação moral do ser humano estão contidas na obra A Gênese.

Neste sentido, verifica-se que, entre no período compreendido entre Novembro de 1867 até Abril de 1869, Allan Kardec efetuou várias observações apontando para a importância do estudo do conteúdo da obra A Gênese. Oferecemos ao leitor o quadro abaixo para fins da reflexão necessária quanto a essa edição da obra que surgiu para o mundo no ano de 1868, cujo conteúdo permaneceu inalterado durante até a morte do seu autor. Vejamos:












Esperamos que esse quadro possa contribuir para a reflexão daqueles que meditam seriamente sobre o conjunto da obra espírita, bem como de sua teoria moral.

Uberaba-MG, 14/07/2022.
Beto Ramos.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

VONTADE, SENTIMENTO E DEVERES: A FORÇA DA ALMA


É natural pensar que vontade seria o mero querer, hipótese da satisfação do desejo. No entanto, esse é o pensamento vulgar. A análise mais profunda sobre o tema nos proporciona responder a essa indagação: o que é a vontade? A vontade é o poder de decidir a ação, sem constrangimento de uma força externa ou da força das paixões.

Nesse sentido, quando há um arrastamento em decorrência da paixão, designamos como desejo. Se for o caso de uma influência externa, chamamos de coação. Portanto, somente no caso em que a vontade é exercida sem interferência de nenhuma ordem é que a escolha é livre.

Mas, os indivíduos não possuem autonomia da vontade por meio de uma graça divina. Há uma verdadeira luta contra os obstáculos internos (os arrastamentos das paixões) e contra os obstáculos externos (leis que regulam as relações sociais e determinam o fazer e o não fazer em razão das próprias leis, costumes e tradições, entre outros fatores). Essa luta resulta na força da alma.

Essa força que a vontade adquire em um longo processo se apresenta na forma de coragem, que nada mais é que uma espécie de virtude que faz o indivíduo enfrentar os perigos para cumprir um dever. Ora, para exercitar essa virtude (coragem), o indivíduo precisa escolher enfrentar os perigos necessários e evitar os perigos inúteis.

Age com coragem o indivíduo que suporta as adversidades. Nesse caso, entende-se que o mesmo agiu com paciência. É preciso esclarecer que a racionalidade e a meditação proporcionam ao indivíduo não confundir a força da alma (paciência e coragem) com a ridícula obstinação.

Algumas características físicas ajudam a compreender se o indivíduo agiu com paciência na adversidade e com moderação na prosperidade. Em qualquer dos casos, a força da alma mantém o indivíduo sempre igual: sua alma é igual, a sua fronte permanece a mesma e o seu rosto sempre sereno.

No entanto, o indivíduo que se enfurece rápido e se apazígua em seguida (caráter irascível), ou aquele que conserva por muito tempo o seu ressentimento (caráter vingativo), não atingiu a força da alma, portanto, não adquiriu as virtudes necessárias que permitem fazer uma escolha livre.

A liberdade humana é o fundamento das ações, uma parte essencial na prática da moral, que junto à faculdade da razão, colocam o ser humano em condição superior aos demais seres da criação. Essa condição se apresenta na figura da dignidade humana, a qual se traduz no dever de respeito em si mesmo, como no fazer respeitar em si pelos outros.

O justo sentimento da dignidade humana, segundo Paul Janet na obra Pequenos elementos da moral, pode ser compreendido na forma a seguir, onde o autor elabora a diferença entre orgulho e soberba para melhor compreensão:

ORGULHO

SOBERBA

- Proíbe humilhar

- Proíbe deixar humilhar

- Sentimento exagerado que se tem das próprias vantagens e da superioridade sobre os outros.

- Relação com o sagrado e o divino no ser humano.

- Relação com o próprio indivíduo; cresce e aumenta a partir das próprias misérias.

- Não quer ser oprimido.

- Quer oprimir o outro.

- Nobre.

- Brutal; Insolente.

A virtude que se opõe à soberba é a modéstia. Trata-se do justo sentimento sobre o que se vale e do que não vale. Aquele que é modesto, também é humilde. Humildade não é  rebaixamento, mas um sentimento de reconhecimento da própria fraqueza.

Quem é humilde não se humilha, não se rebaixa e não se deprecia, respeita a si mesmo e reconhece o próprio tamanho e importância, é digno de si mesmo e respeita nos outros a própria dignidade. O humilde lembra que é apenas um ser humano, assim como todos os demais.

Estes fragmentos são apenas alguns fundamentos que se podem encontrar na Filosofia Espiritualista Racional. Se chegou até aqui, por favor, deixe seu comentário e até o próximo encontro.

Uberaba-MG, 06/07/2022.
Beto Ramos.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

O AGENTE MORAL, SUAS PAIXÕES E VÍCIOS.

 

Retomando a ideia a partir do nosso último artigo, é importante ter sempre em mente que os caracteres humanos não são imutáveis. Todos estão sujeitos a inclinações boas ou más. LIBERDADE é FORÇA MORAL. Há uma NATUREZA EXTERIOR AO CORPO que provoca ou desperta PAIXÕES. As paixões se tornam HÁBITOS e influenciam no CARÁTER. Deste, advém os IMPULSOS, que tudo move sem ser movido.

A liberdade está em ceder ou não aos desejos e controlar ou não os impulsos. Todo AGENTE MORAL é LIVRE e, por isso, RESPONSÁVEL POR SUAS AÇÕES. Todavia, há condições para a responsabilização moral. Trata-se do conhecimento do bem e do mal e da liberdade de ação.

Nesse caso, seria lícito questionar quem é o agente moral. Seria apenas aquele que escolhe fazer o bem? Aquele que não dá vasão aos seus impulsos? Compreendemos que a condição que se deve observar no agente moral é: trata-se de uma alma encarnada livre? Isto é, uma alma encarnada que pode fazer escolhas?

O verdadeiro agente moral é aquele que está sujeito às inclinações boas ou más, que possui liberdade para escolher e que, finalmente, poderá ser responsabilizado pelos seus atos. Destarte, ninguém será punido em razão de ter agido coercitivamente (alguém o obriga a fazer ou deixar de fazer alguma coisa), tampouco aquele que agiu ou não por ignorância (faz ou deixa de fazer alguma coisa desconhecendo quaisquer resultados).

Assim sendo, o agente moral é todo aquele passível de ser responsabilizado moralmente. O julgamento/juízo é interno/íntimo e supõe exame de consciência, a qual carece estar desperta e o indivíduo não poderá estar no estado de inocência. A sanção (penalização) para o agente moral depende, então, de o mesmo possuir conhecimento do bem e do mal e ter liberdade de ação entre um e outro (fazer/não fazer o bem; fazer/não fazer o mal).

Corrigir maus hábitos e dominar suas paixões são empreendimentos do agente moral. Demanda esforço e vontade bem dirigida. Não há nenhum arrastamento que seja irresistível; é necessário que se tenha vontade de resistir. Essa resistência supõe o conhecimento de si mesmo. Então, como essas paixões se desenvolvem?

Segundo a Filosofia Espiritualista Racional, o processo dá-se da seguinte forma:

a. Afetos naturais e inevitáveis da alma:

  • inclinações;
  • tendências.

b. Movimentos violentos e desordenados:

  • paixões propriamente ditas.

c. Hábitos incorporados ao caráter:

  • vícios.

Vejamos o processo em que, partindo de afeto natural, passando pela paixão, chega-se ao hábito. O indivíduo tende, naturalmente, à conservação; trata-se do instinto de conservação. Por essa tendência desenvolve o amor à vida (natural).

Eis que, influenciado pelas circunstâncias, idade, doenças ou temperamento, o indivíduo exacerba o amor à vida. Por isso, desenvolve uma paixão: é o MEDO DA MORTE.

Finalmente, passa a não enfrentar nenhuma situação em face do medo que desenvolveu. Chegamos, portanto, ao hábito, isto é, o indivíduo desenvolveu a COVARDIA; O hábito se tornou um vício.

Outro exemplo que facilita a compreensão do processo é com relação à conservação natural. Para viver o indivíduo sente FOME e SEDE (são os apetites). Tudo deve ser saciado na justa medida. Se o indivíduo passa a comer e beber além da conta (abusa dos apetites) desenvolve paixões; Estas, por sua vez se transformam nos vícios da GULA e da EMBRIAGUÊS.

Os afetos naturais e inevitáveis são princípios importantes, que devem ser objeto de análise constante do indivíduo. A Filosofia Espiritualista Racional oferece o seguinte quadro: 

PRINCÍPIOS

VÍCIOS

Amor a si

Egoísmo

Estima p/ si mesmo

Orgulho e vaidade

Amor à liberdade

Espírito de revolta

Amor ao poder

Ambição

Instinto de propriedade

Avidez, cupidez, paixão pelo ganho

Paixão pelo jogo ou desejo de ganhar por meio do azar

Desejo de ganhar + temor de perder = avareza

Existem, também, as inclinações relativas a outros indivíduos, que precisam ser observadas para que NÃO caminhem para o campo dos vícios: 

PRINCÍPIOS

VÍCIOS

Desejo de agradar ou benevolência   

Complacência

Desejo de elogiar

Adulação

Desejo de estima

Hipocrisia

As paixões e os vícios são doenças da alma. A cura é apenas o querer. A dificuldade reside na ocupação da alma com a paixão. Nesse caso, é preciso desviar o espírito para outros objetos. Bossuet, citado por Paul Janet, ensina que "não se detém o curso do raio, mas, dele é possível desviar". É preciso que o indivíduo desvie sua atenção. Aquele que se nutre desde cedo com afeições honestas tem maior chance de vencer uma paixão.

Há, segundo a Filosofia Espiritualista Racional, meios de substituir um mal hábito por um bom hábito:

1. Se jogar na extremidade oposta do defeito; Encontrar o equilíbrio na elasticidade razoável e natural do objeto; Ficar atento para não recair no vício;

2. Evitar começar tarefas muito difíceis. Proceder gradualmente e segundo as próprias forças para vencer no empreendimento de substituição; É sabido que a preguiça não se cura com trabalho excessivo, mas sim um pouco a cada dia, até adquirir o hábito do trabalho;

3. Escolher a ocasião para adquirir a virtude nova, buscando a disposição íntima e exercitar a energia da vontade.

4. Não confiar que o mau pendor foi vencido em definitivo; Fazer exame de consciência, se ocupar com boas leituras, meditar, estar em boas companhias, escutar bons conselhos e escolher um grande modelo.

No próximo encontro vamos conversar sobre os deveres e suas classes. Até lá.

Uberaba-MG, 20/06/2022
Beto Ramos

FONTE BIBLIOGRÁFICA: JANET, Paul. Pequenos Elementos da Moral. Edição do Kindle (Amazon).

segunda-feira, 13 de junho de 2022

A AUTONOMIA É VERDADEIRA SE O INTERESSE NÃO É PESSOAL

 

Superado o estado de inocência ou desperto do sono da consciência, o indivíduo enfrenta o combate moral por excelência: a luta entre o DEVER e a PAIXÃO. Possuindo o necessário discernimento entre o que é bom ou mal chega o período em que as ações humanas vão repercutir na condição de sentimento moral. São as emoções ou afeições diversas. Trata-se dos prazeres ou dores que nascem na ALMA.

Sempre considerando o hábito ou a violência do desejo é preciso compreender que o ser humano age para fazer e, nesse sentido, possui, na consciência, a atração para o bem e a aversão para o mal. Portanto, após uma ação realizada, haverá um prazer, isto é, uma satisfação moral, desde que a ação seja boa. Por outro lado, o indivíduo experimentará o remorso e o arrependimento quando agiu mal. É um sofrimento.

O sofrimento moral é uma espécie de castigo em razão do crime. Nesse sentido, todo vício (resultado das más ações que se tornaram hábito a que o indivíduo se condicionou) cria um arrependimento na alma. O arrependimento é um sofrimento que nasce de uma má ação, como já afirmado, pois, arrepender-se é quase uma virtude. O arrependimento é compreendido como uma tristeza da alma. O remorso, por sua vez, também nasce de uma má ação, mas, configura-se como castigo, pois, acorre todo o tempo no pensamento do indivíduo, de forma que o tortura. Trata-se de uma angústia.

Isto posto, é importante salientar:  aquele que não tem remorso, não pode se arrepender. Quem comete uma ação boa sente uma satisfação moral, ou seja, é paz e alegria, viva e deliciosa emoção. É como uma recompensa, ela nasce do sentimento de se ter cumprido o dever.

Diante disto, temos:

1. O agente moral é a alma encarnada.

2. Um agente LIVRE; Que pode ESCOLHER POR SUA VONTADE.

3. A escolha se dará entre fazer ou não fazer o bem, fazer ou não fazer o mal.

Para se compreender perfeitamente o que é uma escolha livre, é preciso julgar a INTENÇÃO. É que não se pune o que é feito por coerção ou por ignorância. Por isto, o indivíduo não pode estar nem no estado de inocência, nem no sono da consciência. A LIVRE ESCOLHA sempre supõe a RESPONSABILIDADE.

Os caracteres humanos não são imutáveis. Todos estão sujeitos a inclinações boas ou más. LIBERDADE é FORÇA MORAL. Há uma NATUREZA EXTERIOR AO CORPO que provoca ou desperta PAIXÕES. As paixões se tornam HÁBITOS e influenciam no CARÁTER. Deste, advém os IMPULSOS, que tudo move sem ser movido. A liberdade está em ceder ou não aos desejos e controlar ou não os impulsos.

Todo AGENTE MORAL é LIVRE e, por isso, RESPONSÁVEL POR SUAS AÇÕES. Todavia, há condições para a responsabilização moral. São elas:

a. Conhecimento do bem e do mal;

b. Liberdade de ação.

Ora, variando as condições, a responsabilidade varia na mesma proporção. Chega-se, então, no campo da sanção moral, isto é, o conjunto de penas ou recompensas vinculadas à execução ou à violação de uma lei. Mas, que se deve entender por recompensas e punições?

Quando se afirma que obras que trazem hipóteses de castigo e recompensa baseadas na concepção de religiões ancestrais, buscando as aproximar do espiritismo, estão equivocadas, é porque a base de compreensão destas expressões, encontradas nas obras de Allan Kardec, possuem conceitos diferentes.

Kardec não as conceituou nas obras Espíritas em razão de que já havia obras que fizeram esse trabalho. Essas obras foram produzidas pela Filosofia Espiritualista Racional. A seguir detalharemos com clareza a ideia, sendo perceptível que a interpretação da Obra O Céu e o Inferno, por exemplo, requer o conhecimento desse conteúdo. Vejamos:

1. Recompensa: prazer obtido após uma ação boa (ou virtuosa). É diferente de favor ou salário;

2. Castigo/punição: sofrimento infligido a um agente por uma má ação. É possível ser atingido sem ser punido.

Recompensas e castigos no campo da moral requer uma justa meditação sobre para e porque. Vejamos a seguir.

  • A recompensa e o castigo NÃO EXISTEM para que a LEI MORAL seja cumprida (até poderia ser um meio de conduzir ao bem e desviar do mal, mas, esta NÃO É SUA FUNÇÃO ESSENCIAL e nem a verdadeira ideia de castigo ou recompensa);
  • O castigo e a recompensa existem PORQUE a LEI MORAL foi cumprida ou violada. Trata-se de JUSTIÇA e não de UTILIDADE. O castigo requer reparação ou expiação.

Assim, o que assegura a execução da LEI MORAL é o ato ou a abstenção que CORRIGE sua VIOLAÇÃO. Essa correção acontece através da REPARAÇÃO OU DA EXPIAÇÃO.

Lembre-se que a ordem ou harmonia é perturbada pela VONTADE REBELDE. O sofrimento, por ter causado a desarmonia, é CONSEQUÊNCIA DA FALTA COMETIDA. Estamos tratando de vícios, atos injustos, portanto de doenças da alma.

É preciso compreender bem que não estamos no campo das sanções naturais, legais ou de opinião, mas da sanção interior, íntima. As sanções naturais são, por exemplo, as consequências naturais das ações (quem joga a água de um copo para cima e permanece em baixo, vai se molhar); As sanções legais são as estabelecidas nos códigos de leis penais, por exemplo (a sociedade tipifica o que é um crime e estabelece uma punição para seu cometimento); As sanções de opinião são aquelas que as pessoas praticam em detrimento dos que julgam ter cometido um mau ato (trata-se da censura, do desprezo, da aversão, etc.). No campo da moral, a sanção que importa é aquela que resulta da consciência (sentimento moral).

É desta maneira que podemos notar, a partir das lições do Espiritualismo Racional, que o ser humano PODE e DEVE aperfeiçoar o seu CARÁTER. Trata-se do aperfeiçoamento de si mesmo, isto é, corrigir os maus hábitos e dominar suas paixões. Isto demanda ESFORÇO e VONTADE bem DIRIGIDA. Nada seria obrigatório se não fosse possível. Deus não obriga ao IMPOSSÍVEL. Portanto, a autonomia só é verdadeira quando o interesse não é pessoal.

No próximo encontro vamos falar sobre as paixões. Convidamos para o estudo sério da Filosofia Espiritualista Racional, da qual o Espiritismo é uma das fases.

Uberaba-MG, 13/06/2022
Beto Ramos


FONTE BIBLIOGRÁFICA: JANET, Paul. Pequenos Elementos da Moral. Edição do Kindle (Amazon).

quarta-feira, 8 de junho de 2022

VIDA ANIMAL E VIDA MORAL

Diante da tensão entre o fanatismo religioso e o materialismo, no século 19, surge o espiritualismo racional. Conforme Allan Kardec o Espiritismo é uma das fases da Filosofia Espiritualista. Essa informação está contida no item I da Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita em O Livro dos Espíritos.

Ora, é imprescindível que o estudante do Espiritismo domine o conteúdo da Filosofia Espiritualista. Quais os temas e assuntos e qual o objeto de estudo desse gênero, do qual o Espiritismo é espécie, deve ser motivo da preocupação daquele que, definitivamente, quer tornar o Espiritismo com sua filosofia de vida, como o seu estilo de vida.

Uma das obras importantes que podem ser consultadas para que o estudioso se aproprie desse manancial é, sem dúvida, Pequenos Elementos de Moral, de Paul Janet, um dos grandes filósofos do movimento espiritualista racional. Os deveres entre os seres humanos em geral é o conteúdo dessa obra. Os preceitos em razão dos quais a obra é desenvolvida são dois, a saber:

1. Fazer o bem aos seres humanos;

2. Não fazer o mal aos seres humanos.

Trata-se do resumo das virtudes que dependem da moral social. No sentido comum, compreende-se que fazer o bem é o ato de dar prazer a alguém, enquanto que fazer o mal é o ato de fazer alguém sofrer. Nesse sentido, Paul Janet convida para a seguinte reflexão.

"Fazer o bem é entregar os objetos do desejo a alguém? Por exemplo, ao preguiçoso entregar o travesseiro macio, ao ébrio o vinho, ao velhaco as maneiras e rosto afável e ao violento o bom pulso? Seriam essas ações, verdadeiramente, o que pode ser denominado fazer o bem?"

Certamente, segundo Paul Janet, isso satisfaria as paixões daqueles que receberam os objetos de seus desejos, porém, não é isso que se compreende por fazer o bem. Por outro lado, o que seria fazer o mal? Seria causar dor a alguém? Por exemplo, o cirurgião que corta a gangrena, o dentista que extrai um dente, o pai que corrige o filho, estarão fazendo o mal?

A questão, afirma Paul Janet, é muito mais profunda. Nesse sentido ensina que o sofrimento causado pode proporcionar o bem, isto é, a dor pode causar prazer. Por outro lado, o prazer que satisfaz paixões proporciona o mal, isto é, o prazer pode causar dor.

Assim sendo, a máxima evangélica precisa ser interpretada devidamente:

"Não faças ao outrem aquilo que não quererias que te fizessem; Faze a outrem aquilo que quererias que te fizessem".

Em geral, ninguém quer ser punido ou corrigido, mas quer que lhe satisfaçam os vícios e as paixões. Ocorre que, quando ao ser humano não lhe falta a lei do dever, é outro o sentimento. O fato é que o Evangelho não convida ninguém à tibieza e à complacência; a ideia é outra. Trata-se de uma VERDADE MORAL, a verdadeira boa vontade.

Antes porém, é preciso esclarecer qual a condição humana no período primitivo, ou de infância espiritual, quando ainda há ignorância e nenhum conhecimento. Trata-se da vida meramente animal. Neste caso, o ser apresenta paixões, arrastamentos, instintos e procura somente a satisfação das necessidades primárias. Destarte, não há o que se pode denominar consciência moral. Por enquanto, o indivíduo não busca imitar Deus, se fazendo a sua imagem.

Apesar de a Lei do Dever ser obrigatória, uma vez que deriva de Deus, corolário da Sua Justiça e Bondade, o indivíduo na sua infância espiritual, experimentando apenas a vida animal, ainda não possui uma consciência desperta, portanto, não possui uma consciência moral.

A consciência é a faculdade do Espírito reconhecer a LEI MORAL e aplicá-la a todas as circunstâncias. A consciência é, ao mesmo tempo, um poder que ordena (dita o que é preciso fazer ou evitar) e um juízo que julga o que foi feito (decidindo entre o bem e o mal).

No processo de evolução e do despertar da consciência é preciso que o indivíduo compreenda quais são os verdadeiros bens, isto é, aqueles que não são apenas bens aparentes, quando há ocasião de FAZER O BEM. Por outro lado, é preciso saber quais são os males verdadeiros quando se recomenda a NÃO FAZER O MAL, afastando, da mesma forma, aqueles que são apenas males aparentes.

Há bens aparentes, como há males aparentes. No campo do DEVER MORAL é preciso compreender quais são os verdadeiros bens e quais são os falsos bens. Aqueles que consistem exclusivamente no prazer, exceto a utilidade e o valor moral, são os falsos bens; Aqueles que independem do prazer e se recomendam pela utilidade e pelo valor moral, são os verdadeiros bens (por exemplo: saúde e educação).

Os verdadeiros males ferem o interesse (bem entendido) e a moral dos demais (Exemplo: miséria e corrupção). Os males aparentes são momentaneamente sofridos, mas compensados por vantagens posteriores (Exemplo: medicamentos e castigos).

O bem aos outros deve ser compreendido como o bem entendido interesse deles, isto é, o BEM MORAL. Em relação a si mesmo, não se deve ter como FIM das ações praticadas, o interesse próprio. Observa-se que esse raciocínio não pode ser exercido quando se tratar dos outros. Apenas quando o indivíduo julga a si mesmo (examina a si mesmo).

A felicidade própria buscada, perseguida, procurada, não tem qualquer valor moral. Buscar a felicidade alheia, ao contrário, pode ter valor moral, DESDE QUE NÃO SE ENGANE QUANTO AO VERDADEIRO SENTIDO DA PALAVRA FELICIDADE. Isto é, não se deve confundir felicidade como uma sensualidade falaz e transitória. Portanto, a máxima cristã, antes citada, deve ser compreendida como:

- Uma vontade esclarecida que só queira para si o que estiver conforme o interesse bem entendido e a virtude.

Isto, portanto, resume perfeitamente a MORAL SOCIAL. Os termos fazer o bem e fazer o mal, se apresentam em casos diversos, desde o mais baixo até o mais alto grau do DEVER.

Assim, é preciso enfatizar que a consciência moral, que ao despertar supera a vida animal, trata-se de conhecer a lei do dever, aceitar como verdadeira e reconhecer a necessidade de sua aplicação. Esse processo não é externo e nem é fruto de coação (violência física) ou coerção (imposição de lei; força do Estado para fazer valer o direito).

Cada um deve agir de acordo com sua consciência, a qual apresenta decisões nítidas e distintas. O indivíduo sem consciência é aquele que se habituou a não consultar ou a desprezar seus ditames. Mas, só se pode ser bom ou mal quando se possui discernimento entre um e outro, fora disto considera-se aquilo que Paul Janet denomina de estado de inocência ou de sono da consciência.

O combate moral por excelência é a luta entre o DEVER e a PAIXÃO.

Ainda temos muito a aprender com o Espiritualismo Racional, com a Filosofia Espiritualista e com esse grande filósofo Paul Janet. Até o próximo encontro.

Uberaba-MG, 08/06/2022
Beto Ramos.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

O ESPIRITISMO SE LIGA AO ESPIRITUALISMO RACIONAL?

 

É preciso indagar, por quais motivos os incautos levantam falsas bandeiras? O que motiva o ser humano a escolher o caminho da fraude? As respostas saltam aos olhos: orgulho, vaidade, prepotência, egoísmo, etc.

Para a surpresa de zero pessoa, os desqualificados sempre decidem desqualificar o outro, desqualificar o trabalho do outro. Pior do que isto é o fato de que ao tratar de assuntos e temas, buscando negar o que é inegável, demonstram o quanto raso é o seu pensamento, o quanto esdrúxulas são suas 'teses', o quanto de conhecimento não possuem (e nem querem possuir, é preciso afirmar).

A pergunta, título da postagem, realmente NÃO precisaria ser efetuada. Repetimos: PARA QUEM ESTUDA SÉRIA E PROFUNDAMENTE O ESPIRITISMO, A PERGUNTA NÃO PRECISARIA SER EFETUADA.

Provas? Sim. Vamos direto à fonte. Primeiramente, o que diz Allan Kardec sobre o assunto:


Allan Kardec não só trouxe tais informações na folha de rosto em O Livro dos Espíritos, usando do seu direito de autor (o qual a ninguém é dado o direito de questionar), como deixou bem clara a indicação de que para se conhecer a parte é necessário estudar o todo, explico após a informação:

"Como especialidade "O Livro dos Espíritos" contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual apresenta uma das fases. Essa a razão porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista". (Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, item I - Espiritismo e Espiritualismo, O Livro dos Espíritos).

Aprioristicamente, quem estuda a teoria do conhecimento DEVE saber que a frase de Kardec quanto à especialidade e à generalidade se resume em: "O Espiritismo é espécie do gênero Espiritualismo". Depois, a LÓGICA nos permite inferir que para compreender a PARTE é necessário estudar o TODO, sob pena de fazer a negação penitente do desconhecimento.

Ah, bom, diria o Pinóquio, mas Kardec não escreveu Espiritualismo Racional. Pergunta-se: era necessário? Ele também não consignou muito mais sobre o Magnetismo Animal, além de deixar clara a sua afirmação que o Espiritismo e o Magnetismo são ciências gêmeas, carecendo o estudo de ambas, sem o que o edifício fica sem alicerce (quem desejar ir à fonte indicamos o estudo das Revistas Espíritas).

Finalmente, a estrutura estabelecida em O Livro dos Espíritos, comprova (aquele que frauda sempre exige mais uma prova e mais uma prova, numa cadeia interminável de exigências) que Kardec indicava o estudo do Espiritualismo Racional, uma vez que no século 19 era a base da educação na França: Liceus, Universidades, Escola Normal, etc. Vejamos:


Antes de compartilhar o último documento, remetemos o leitor para O Evangelho Segundo o Espiritismo, e, na sua introdução, examine o Controle Universal do Ensino dos Espíritos. Lá encontrará a indicação do uso de Lógica, Razão, Bom-senso. A moral - conforme a introdução - é o objeto da obra (no quadro acima - ciências psicológicas; tema, também, estudado nas Revistas Espíritas).

Quanto a O Livro dos Espíritos, verifique a estrutura a partir da primeira questão (no quadro acima, Ciências Metafísicas):

a. Teodiceia: Deus, seus atributos e sua providência (temas, também, estudados em A Gênese - 1868);

b. Cosmologia racional: matéria e vida (temas, também, estudados em A Gênese - 1868);

c. Psicologia racional: alma e corpo (temas, também, estudados em A Gênese - 1868).


Talvez os incautos sintam falta de Kardec tratar de Matemática e ciências físicas. Por último, e concluindo que o Espiritismo se liga ao Espiritualismo Racional, como de fato foi esclarecido pelo organizador da Doutrina dos Espíritos, devendo o estudante sério do Espiritismo atentar para o fato e buscar compreender a Doutrina dentro de suas bases e fundamentos, trazemos à colação um programa de ensino desenvolvido no Brasil do 2º Império, onde provamos que a educação no mundo, no século 19, estava estruturada sobre as bases do Espiritualismo Racional. Vejamos:


Ao contrário das discussões inúteis, publicações que visam apenas o deleite do próprio orgulho, o menosprezo sem a caridade como a entendia Jesus (Q. 886, LE), vamos nos unir em prol da REGENERAÇÃO DA HUMANIDADE. Por que motivos ainda persiste o desejo de deixar os demais na ignorância? Que tal todos entrarem no 'céu' e não se constituírem em obstáculos?

Finalmente, se você não encontrou na Doutrina Espírita remissões a Rousseau, Kant, Platão, Aristóteles e outros tantos expoentes, se você acredita que a Doutrina Espírita foi uma REVELAÇÃO que "desceu dos céus" por inspiração, se você acredita que tudo foi um trabalho de Espíritos e Kardec sem qualquer outra participação, é preciso responder:

1. Não conhece absolutamente nada sobre os filósofos mencionados;

2. Não estudou a obra A Gênese de 1868, onde Kardec explica a Natureza da Revelação Espírita;

3. Desconhece a Lei Moral do Progresso, tal como ensinada pelo Espiritismo;

4. Se já leu, possivelmente, não compreendeu o que Emmanuel disse sobre o Livro e o Conhecimento no capítulo 4, Educação, da Obra Pensamento e Vida (FEB, Francisco C. Xavier);

5. Mas, se conhece tudo, o problema é a falta de estudo do conteúdo moral preconizado pelo Espiritismo (A Teoria Moral Autônoma de Jesus, que se funda no "A cada um segundo suas obras").

Uberaba-MG, 13/05/2022.
Beto Ramos.

sábado, 7 de maio de 2022

POR QUE ESTUDAR O ESPIRITUALISMO RACIONAL?

 

Sem dúvida, o ano de 1848 foi palco de uma onda de revoluções em toda a Europa. Especialmente na França e região monarquias são varridas, repúblicas são criadas, proibições várias, trabalhadores e estudantes tomam as ruas. Afinal, verificava-se uma tensão nesse período entre a República Social Democrática e a forma Liberal de Republicanismo.

No entanto, é imperioso recordar que esse período foi precedido pelo movimento que se convencionou chamar de iluminismo. Houve, é um fato, a Revolução Francesa, cujas bandeiras foram igualdade, fraternidade e solidariedade. Muitos ideólogos daquela revolução afirmavam que uma regeneração da humanidade só ocorreria a partir de uma revolução na educação (um desses, sem dúvida, foi Mesmer).

Mas, não se tratava de qualquer projeto educacional, e sim, um em específico: que alterasse a metodologia fincada na heteronomia calcada na ideia de que a mudança moral ocorre no indivíduo quando o mesmo é castigado ou recompensado. Essa ideia considera o ser humano apenas do ponto de vista de sua natureza animal, que pode ser adestrada por meio de dor ou prazer.

A partir do ano de 1830, século 19, vamos testemunhar um grande movimento caminhar noutra direção, isto é, de que o ser humano é uma alma encarnada (portanto, possui natureza divina, além da corporal ou física). A ideia central é de que o indivíduo deve possuir uma consciência moral, sem a qual não há regeneração da humanidade possível. Nesse sentido, é necessário que o indivíduo desenvolva essa consciência, processo em que é necessário:

  • Conhecimento da Lei;
  • Aceitar essa Lei como verdadeira;
  • Reconhecer a necessidade de sua aplicação.

Além das tensões políticas, outras estavam bem presentes. De um lado tínhamos os representantes das ideologias religiosas fundamentadas nos seus dogmas, os quais apesar de superados pelas ciências, não sinalizavam aceitar a Lei do Progresso. Abre-se caminho para o seu oposto: o materialismo.

No entanto, se de um lado o fanatismo religioso apresentava uma subserviência à divindade, mesmo que sem lógica e irracional, do outro lado, o desejo era extirpar o sentimento inato do ser humano quanto à existência de Deus, bem como à imortalidade da alma. As duas propostas são falidas. Nesse ambiente, surgiu o Espiritualismo Racional.

A Filosofia Espiritualista Racional conceitua consciência como uma faculdade de reconhecer a LEI MORAL e aplicá-la a todas as circunstâncias. Nesse sentido, consciência é, a um só tempo:

  1. Poder que ordena (dita o que é preciso fazer ou evitar);
  2. Juízo que julga o que foi feito, decidindo entre o bem e o mal.

Nesse sentido, cada um deve agir de acordo com sua consciência, uma vez que essa apresenta decisões nítidas e distintas.

Uma estrutura educacional bem construída deve proporcionar ao indivíduo adquirir o conhecimento necessário que lhe permita o uso de sua inteligência. Um indivíduo só pode ser considerado bom ou mal quando possui discernimento entre um e outro. Fora disto, ele está no estado de inocência ou no chamado sono da consciência. Até que a consciência desperte há um combate moral por excelência. Trata-se da luta entre o dever e a paixão.

Portanto, a Filosofia Espiritualista Racional propôs o estudo aprofundado de um conjunto de conhecimentos que proporcionem ao estudante investigar sobre hábitos que mostram um indivíduo sem consciência, isto é, que se habituou a não consultar ou a desprezar os ditames da consciência, espécie de voz interior que diz o que fazer ou não fazer.

Assim, é necessário estudar as emoções ou afeições diversas, isto é, os prazeres ou dores que nascem na alma. É imperativo estudar, na ação para fazer, a atração pelo o bem e a aversão pelo mal. O hábito é considerado uma violência do desejo. Ao julgar a ação realizada, o indivíduo verifica se houve prazer, isto é, uma satisfação moral e nesse caso, a ação é boa. Lado outro, se houve remorso e arrependimento, portanto, uma má ação, o resultado será o sofrimento. Esse sofrimento não é físico, mas, de ordem moral, uma espécie de castigo em razão do crime. São os vícios, estágio mais avançado dos hábitos, que criam o arrependimento da alma.

O Espiritualismo Racional, propõe que o indivíduo adquira a liberdade, isto é, a posse de si mesmo. Sendo uma alma encarnada, é denominado agente moral. Esse agente, livre, pode escolher por sua própria vontade. Fazer o bem, fazer o mal, não fazer o bem ou não fazer o mal. Para essa filosofia a livre escolha supõe a responsabilidade. Contudo, há uma lei de progresso natural, pois, os caracteres humanos não são imutáveis, todos estão sujeitos às boas ou más inclinações. Cabe a cada um adquirir virtudes e se livrar dos maus hábitos ou dos vícios.

Não se pune, portanto, o que é feito por coerção ou por ignorância. No caso da coerção ou da ignorância, não esteve presente a intenção do indivíduo para que essa, isso sim, possa ser julgada. A vontade que escolhe livremente reclama o conhecimento da lei moral, sua aceitação pelo agente moral como verdadeira e o reconhecimento deste de que há necessidade de sua aplicação em quaisquer circunstâncias da vida. Somente o agente moral livre poderá ser responsabilizado por suas ações.

Neste caso, a educação moral proposta pela Filosofia Espiritualista Racional cria um 'programa de estudos' onde o estudante tenha as condições necessárias de, por si, construir o conhecimento do que é o bem e do que é o mal, possuindo toda a liberdade de agir. Em razão de que o conhecimento de cada um é variável, as condições de responsabilidade varia na mesma proporção.

Para o Espiritualismo Racional, no entanto, as recompensas e castigos tomam formas distintas daquelas propostas pelo educação moral heterônoma, onde a recompensa é o prazer material, assim como o castigo ou punição é um sofrimento corporal infligido ao agente.

No campo da moral autônoma a recompensa e o castigo não existem PARA que a lei moral seja cumprida. Castigo e recompensa podem, até, ser meio de conduzir ao bem e desviar do mal, mas, essa não é sua função essencial. Aliás, essa não é, de forma alguma, a verdadeira ideia de castigo ou recompensa.

O castigo e a recompensa existem PORQUE a lei moral foi cumprida ou violada. Trata-se de justiça, não de utilidade. No campo da moral, o castigo é a reparação ou a expiação. O que assegura a execução da lei moral é o ato ou sua abstenção, no sentido de corrigir sua violação (reparação ou expiação). Se, de um lado, a ordem ou harmonia foi perturbada por uma vontade rebelde, a consequência do falta cometida será o sofrimento moral por tal perturbação.

Em sociedade, os tipos de sanções são: natural, legal, da opinião e interior. A pena natural é a própria consequência imediata da ação; a legal é aquela constante do código penal; a de opinião é a censura, o desprezo, a aversão dos outros; e, por último, a interior é a que resulta da consciência (sentimento moral). Para o Espiritualismo Racional, o ser humano DEVE e PODE aperfeiçoar seu CARÁTER.

O Brasil já experimentou essa oportunidade de conhecer a Filosofia Espiritualista Racional, conforme percebemos no programa abaixo, o qual compartilhamos para conhecimento:

PROGRAMA DO ENSINO DE FILOSOFIA
(IMPERIAL COLÉGIO DE PEDRO SEGUNDO)

1.

INTRODUÇÃO

Definições, objeto, divisão, importância e relações da filosofia com outras ciências.

2.

ONTOLOGIA ELEMENTAR

Do ser; da essência.

3.

Do infinito e do finito, do absoluto e do relativo, da substância, do atributo e do modo.

4.

Da causa em geral

Causa eficiente, ocasional, material, instrumental e final.

5.

Do verdadeiro, do bem e do belo (noções de estética).

6.

Do espaço; do tempo.

7.

DA PSICOLOGIA

O composto humano; passagem da fisiologia à psicologia; dos fatos psicológicos; faculdades da alma.

8.

Da sensibilidade em geral; da sensibilidade física; Das sensações.

9.

Da sensibilidade intelectual e moral; Sentimentos e afeições.

10.

Da inteligência em geral; Da consciência ou percepção íntima.

11.

Da percepção externa; Elementos da percepção; Os sentidos e seus erros.

12.

Das ideias em geral

Definições, diferenças, características, origem e formação.

13.

Da atenção; Da reflexão; Da comparação.

14.

Da razão pura; Noções e verdades primárias.

15.

Do juízo; Do raciocínio.

16.

Da memória; Da associação das ideias.

17.

Da abstração; Da generalização; Da imaginação.

18.

Da linguagem:

Definição, diferenças, classificação, origem e utilidade.

19.

Da vontade:

Do instinto e do hábito; da atividade livre.

20.

Da liberdade e suas provas; Dificuldades e teorias.

21.

Da unidade, identidade e espiritualidade da alma.

22.

LÓGICA:

Objeto da lógica; Método em geral; Análise e síntese.

23.

Métodos particulares; Classificação das ciências.

24.

Do método indutivo:

Observação, experimentação e classificação.

25.

Da analogia; indução e hipótese.

26.

Do método demonstrativo:

Axiomas, definições e demonstração.

27.

Do silogismo:

Matéria e forma, termos e proposições, figuras e regras.

28.

Graus de assentimento:

Probabilidade, evidência e certeza.

30.

Dos erros:

Causas e remédios.


1.

TEODICÉA

Noções preliminares; Da ideia de um Ente Supremo; Argumentos físicos da existência de Deus.

2.

Argumentos morais e metafísicos da existência de Deus; Crítica de todos os argumentos.

3.

Principais atributos de Deus.

4.

Da Providência e seus atos:

Argumentos à priori, à posteriori e indiretamente.

5.

Erros acerca de Deus:

Ateísmo, dualismo, politeísmo, panteísmo.

6.

MORAL:

Princípios das ações humanas; O prazer e o bem; O útil e o honesto; Sistema de Stuart Mill.

7.

Da consciência moral:

Distinção do bem e do mal.

8.

Da lei moral e suas partes componentes.

9.

Destino do homem e imortalidade da alma:

Argumentos principais e complementares.

10.

Moral Prática:

Deveres do homem para consigo mesmo.

11.

A moral perante a humanidade, a família e o estado.

12.

Moral religiosa ou deveres do homem para com Deus.

13.

HISTÓRIA DA FILOSOFIA:

Objeto, utilidade, métodos, sistemas e divisão da história da filosofia.

14.

Filosofia antiga; Origens orientais; Filosofia grega antes de Sócrates.

15.

Filosofia socrática; Platão e a Academia.

16.

Filosofia depois de Sócrates:

Aristóteles, Pyrrho, Epicuro e Zeno.

17.

Filosofia romana; Escola de Alexandria; Os Padres da Igreja.

18.

Filosofia medieva:

Fases da escolástica.

19.

Filosofia moderna:

Bacon e Descartes.

20.

Filosofia do século XVII

Sectários de Bacon e de Descartes.

21.

Filosofia do século XVIII na França.

22.

Filosofia Inglesa no século XVIII.

23.

Filosofia do século XVIII na Alemanha.

24.

Filosofia do século XIX na Inglaterra, na França, na Itália, na Alemanha e na Bélgica.

25.

Resumo de todos os sistemas de Filosofia contemporânea e sua influência no Brasil.


Finalizando esse convite à reflexão, bem como de uma página de defesa à Filosofia Espiritualista Racional e a necessidade de sua recuperação nos dias atuais, principalmente para se compreender, verdadeiramente, o Espiritismo, deixamos algumas informações que podemos extrair e que nos serve de base para meditar sobre a ligação estreita entre Espiritualismo e Espiritismo, esse último como uma fase/parte do primeiro.

A Filosofia Espiritualista Racional preconiza que não há bem verdadeiro quando exista qualquer interesse pessoal. O Bem Moral é o verdadeiro bem, o soberano bem. Esse bem precisa ser conhecido ou reconhecido como o objetivo da humanidade. Na luta interna de cada indivíduo a razão mostra o bem e a paixão arrasta ao prazer.

Há uma LEI NATURAL que toma a forma de constrangimento, uma ordem, uma necessidade, que se apresenta de modo:

a. Imperativo: faça o bem;

b. Proibitivo: não faça o mal

A isso chamamos DEVER. No Espírito em desenvolvimento trata-se de um constrangimento moral, mas, não há nenhuma coerção física. O constrangimento imposto pelo dever é suportado pela razão, sem violar a liberdade. Aquilo que por necessidade só se impõe à razão, sem constrangimento da vontade, é a obrigação moral.

Dizer que o bem é obrigatório significa que "nós nos consideramos como obrigados a realizá-lo, sem sermos forçados a isso".

O que é feito à força deixa de ser o bem. O bem deve ser livremente realizado. Trata-se de uma necessidade consentida. Do contrário, tudo que é feito quando se obedece voluntariamente a todas as paixões, transforma o ser humano num animal; compara-se ao idiota, ao louco, ao que caiu no delírio.

O dever se caracteriza por ser absoluto e universal. O objetivo da lei do dever é o próprio dever, cuja lei se obedece por si mesma, não alguma razão. Aconteça o que acontecer, faça-se o que deve ser feito. Por isto, é absoluto.

A universalidade é um caráter do dever, uma vez que sua lei deve ser aplicada a todos os indivíduos, da mesma maneira e nas mesmas condições. Cada um deve reconhecer essa lei impondo-se a si mesmo, tanto quanto aos outros.

A conclusão dessa reflexão é da própria Filosofia Espiritualista Racional: "Faça ao outro o que gostaria que ele lhe fizesse e não faça ao outro o que não gostaria que ele lhe fizesse".

Essas considerações, extraídas da Filosofia Espiritualista encontram ecos muito bem fixados em O Livro dos Espíritos, especialmente nas seguintes questões: 621, 625, 627, 629, 631, 658, 672, 670, 747, 886, 895 (entre outras). Caso, após a leitura, você perceba outras questões que estão em consonância com as colocações feitas no texto, por favor, coloque nos comentários.

Fonte:
JANET, PAUL. Pequenos Elementos da Moral. Edições Kindle. Tradução de Maria Leonor Loureiro.

Uberaba - MG, 07/05/2022
Beto Ramos

DESTAQUE DA SEMANA

A DOUTRINA DOS ESPÍRITOS NÃO É ASSUNTO QUE SE ESGOTA EM UMA PALESTRA

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